ERA UMA VEZ UM MENINO CHAMADO GENIVALDO QUE MORAVA NA PEQUENA CIDADE DE VILA ENCANTADA, AO PÉ DA MISTERIOSA SERRA DO MEDO. GENIVALDO ERA UM GAROTO CURIOSO E ADORAVA EXPLORAR TODOS OS CANTOS DA CIDADE, MAS SEMPRE EVITAVA A SERRA POR CAUSA DAS HISTÓRIAS ASSUSTADORAS QUE OS MORADORES CONTAVAM.

 

CERTA NOITE, DURANTE UMA BRINCADEIRA DE ESCONDE-ESCONDE COM SEUS AMIGOS, GENIVALDO SE ESCONDEU TÃO BEM QUE ACABOU SE AFASTANDO DO GRUPO E SUBINDO A TRILHA DA SERRA DO MEDO SEM PERCEBER. QUANDO DEU POR SI, ESTAVA NO MEIO DE UMA FLORESTA DENSA, ONDE A LUZ DA LUA MAL CONSEGUIA PENETRAR.

 

DE REPENTE, UM VENTO FRIO SOPROU E GENIVALDO SENTIU UM CALAFRIO SUBIR PELA ESPINHA. TENTOU LEMBRAR-SE DAS HISTÓRIAS QUE OUVIRA SOBRE A SERRA E COMEÇOU A SE SENTIR UM POUCO NERVOSO. FOI ENTÃO QUE ELE OUVIU UM BARULHO ESTRANHO, COMO UM FARFALHAR DE FOLHAS.

 

— QUEM ESTÁ AÍ? — PERGUNTOU GENIVALDO COM A VOZ TRÊMULA.

 

PARA SUA SURPRESA, UMA FIGURA APARECEU ENTRE AS ÁRVORES. ERA UM FANTASMA! MAS NÃO UM FANTASMA QUALQUER. ESTE FANTASMA ESTAVA VESTIDO COM A ELEGÂNCIA DE UMA ERA PASSADA: UM TERNO ALINHADO E UM GUARDA-CHUVA NA MÃO. ELE PARECIA TER SAÍDO DE UMA FOTOGRAFIA ANTIGA.

 

GENIVALDO FICOU PARALISADO DE MEDO. SEU CORAÇÃO BATIA TÃO RÁPIDO QUE ELE PODIA OUVI-LO NOS OUVIDOS.

 

— BOA NOITE, JOVEM RAPAZ — DISSE O FANTASMA COM UMA VOZ GENTIL E UM POUCO MELANCÓLICA. — MEU NOME É BARTHOLOMEU, E EU COSTUMAVA MORAR NESTA SERRA HÁ MUITOS ANOS.

 

— AI, QUE SUSTO! — EXCLAMOU GENIVALDO, DANDO UM SALTO PARA TRÁS. — VOCÊ... VOCÊ É UM FANTASMA!

 

— SIM, SOU — RESPONDEU BARTHOLOMEU COM UM SORRISO TRISTE. — MAS NÃO PRECISA TER MEDO DE MIM. ESTOU APENAS AQUI PARA PROTEGER ESTE LUGAR.

 

GENIVALDO, AINDA TREMENDO, COMEÇOU A SE ACALMAR UM POUCO. O FANTASMA NÃO PARECIA SER PERIGOSO.

 

— PROTEGER? PROTEGER DO QUÊ? — PERGUNTOU O GAROTO, CURIOSO.

 

— PROTEGER A SERRA DAS PESSOAS QUE NÃO RESPEITAM A NATUREZA E DAS LENDAS QUE PODEM CAUSAR MAIS MEDO DO QUE PROTEÇÃO — EXPLICOU BARTHOLOMEU, GIRANDO O GUARDA-CHUVA DE MANEIRA ELEGANTE. — VENHA, VOU TE MOSTRAR ALGO.

 

COM CERTA HESITAÇÃO, GENIVALDO SEGUIU BARTHOLOMEU POR UM CAMINHO ESTREITO ENTRE AS ÁRVORES. ELES CHEGARAM A UM PONTO ONDE A VISTA ERA MAGNÍFICA, A CIDADE DE VILA ENCANTADA BRILHAVA AO LONGE E AS ESTRELAS CINTILAVAM NO CÉU.

 

— ESTE LUGAR É ESPECIAL, GENIVALDO. E QUERO QUE VOCÊ AJUDE A PROTEGÊ-LO, ESPALHANDO HISTÓRIAS DE RESPEITO E CUIDADO — DISSE BARTHOLOMEU, COM UM OLHAR ESPERANÇOSO.

 

GENIVALDO ASSENTIU, SENTINDO UMA NOVA RESPONSABILIDADE CRESCER DENTRO DE SI. ELE NÃO ESTAVA MAIS COM MEDO. NA VERDADE, ESTAVA ANSIOSO PARA CONTAR A TODOS SOBRE SUA AVENTURA E O GENTIL FANTASMA DA SERRA.

 

— VOU CONTAR PARA TODOS NA CIDADE! — PROMETEU GENIVALDO. — VOU FAZER COM QUE TODOS RESPEITEM A SERRA E AS LENDAS DAQUI.

 

BARTHOLOMEU SORRIU E, COM UM ACENO DE SEU GUARDA-CHUVA, COMEÇOU A DESAPARECER NA NÉVOA.

 

— OBRIGADO, GENIVALDO. E LEMBRE-SE, A VERDADEIRA CORAGEM É ENFRENTARMOS NOSSOS MEDOS E TRANSFORMÁ-LOS EM ALGO POSITIVO — DISSE ELE, ANTES DE DESAPARECER COMPLETAMENTE.

 

GENIVALDO DESCEU A SERRA DE VOLTA PARA A CIDADE, COM O CORAÇÃO LEVE E CHEIO DE HISTÓRIAS PARA CONTAR. NA MANHÃ SEGUINTE, ELE REUNIU SEUS AMIGOS E MORADORES DA CIDADE E COMEÇOU A COMPARTILHAR SUA AVENTURA E A IMPORTÂNCIA DE PROTEGER A SERRA DO MEDO.

 

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 06/07/2024
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