NO CORAÇÃO DA SAVANA AFRICANA VIVIA HUGUINHO, UM AVESTRUZ PECULIAR. ELE ERA GRANDE E MAJESTOSO, COM PENAS CINZA-ESCURAS E UM PESCOÇO LONGO E GRACIOSO. APESAR DE SEU TAMANHO IMPONENTE, HUGUINHO TINHA UM PROBLEMA: ELE MORRIA DE MEDO DE ABSOLUTAMENTE QUALQUER COISA. AO MENOR SINAL DE PERIGO, ELE ENFIAVA A CABEÇA NO BURACO, ACREDITANDO ESTAR A SALVO.

UM DIA ENSOLARADO, HUGUINHO ESTAVA PASSEANDO TRANQUILAMENTE PELA SAVANA QUANDO OUVIU UM BARULHO ESTRANHO VINDO DE UM ARBUSTO PRÓXIMO.

— O QUE FOI ISSO? — HUGUINHO DISSE, TREMENDO DE MEDO.

SEM PENSAR DUAS VEZES, ELE ENFIOU A CABEÇA NO BURACO MAIS PRÓXIMO, DEIXANDO SUAS PERNAS MAGRAS E CORPO VOLUMOSO EXPOSTOS. DE REPENTE, ELE OUVIU RISADAS.

— HUGUINHO, É SÓ O VENTO! — DISSE SEU AMIGO, LÉO, O LEÃO. — VOCÊ PRECISA SER MAIS CORAJOSO!

— MAS E SE NÃO FOR? — RESMUNGOU HUGUINHO, AINDA COM A CABEÇA NO BURACO. — E SE FOR UM MONSTRO?

— NÃO HÁ MONSTROS NA SAVANA, SÓ AMIGOS — LÉO TENTOU TRANQUILIZÁ-LO. — SAIA DAÍ, VAMOS PASSEAR.

RELUTANTE, HUGUINHO TIROU A CABEÇA DO BURACO E SEGUIU LÉO. ELES CAMINHAVAM JUNTOS QUANDO ENCONTRARAM JUCA, O MACACO TRAVESSO.

— EI, HUGUINHO! QUER VER UMA COISA DIVERTIDA? — GRITOU JUCA, PENDURADO EM UMA ÁRVORE.

— NÃO SEI... — HUGUINHO RESPONDEU, HESITANTE.

— VAMOS, NÃO TENHA MEDO! — LÉO ENCORAJOU.

JUCA SALTOU DA ÁRVORE E COMEÇOU A FAZER ACROBACIAS, RODOPIANDO E BALANÇANDO DE GALHO EM GALHO. HUGUINHO RIU TANTO QUE ESQUECEU DO MEDO POR UM MOMENTO.

DE REPENTE, UM GRUPO DE PÁSSAROS COLORIDOS VOOU BAIXO, PASSANDO RAPIDAMENTE POR ELES. O SUSTO FEZ HUGUINHO ENFIAR A CABEÇA NO CHÃO NOVAMENTE.

— HUGUINHO, SÃO SÓ PÁSSAROS! — EXCLAMOU JUCA, RINDO.

ENQUANTO OS AMIGOS TENTAVAM CONVENCER HUGUINHO A SAIR DO BURACO, UM PERIGO REAL SE APROXIMAVA. UMA COBRA VENENOSA DESLIZAVA SILENCIOSAMENTE PELA GRAMA, E NENHUM DOS ANIMAIS PERCEBEU.

— CUIDADO! — GRITOU NALA, A ELEFANTA, AO VER A COBRA. — SAIAM DAÍ!

HUGUINHO, COM A CABEÇA AINDA NO BURACO, NÃO VIU A COBRA, MAS SENTIU A TERRA VIBRAR QUANDO NALA PISOTEOU A COBRA, ESPANTANDO-A.

— UFA! OBRIGADO, NALA! — DISSE LÉO, ALIVIADO. — HUGUINHO, PODE SAIR, O PERIGO PASSOU.

HUGUINHO LEVANTOU A CABEÇA DEVAGAR, AINDA TREMENDO.

— O QUE ACONTECEU? — ELE PERGUNTOU, CONFUSO.

— UMA COBRA ESTAVA PERTO, MAS NALA NOS SALVOU — EXPLICOU LÉO.

— EU... EU NÃO VI NADA! — DISSE HUGUINHO, COM OS OLHOS ARREGALADOS.

— PORQUE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA NO BURACO, COMO SEMPRE! — JUCA RIU.

— TALVEZ EU DEVA TENTAR SER MAIS CORAJOSO — ADMITIU HUGUINHO, ENVERGONHADO.

— É ISSO AÍ, HUGUINHO! — LÉO SORRIU. — TODOS NÓS TEMOS MEDO DE ALGO, MAS ENFRENTÁ-LO JUNTOS TORNA TUDO MAIS FÁCIL.

A PARTIR DESSE DIA, HUGUINHO COMEÇOU A ENFRENTAR SEUS MEDOS, SEMPRE COM A AJUDA DE SEUS AMIGOS. E EMBORA ELE AINDA ENFIASSE A CABEÇA NO BURACO DE VEZ EM QUANDO, SABIA QUE PODERIA CONTAR COM SEUS AMIGOS PARA PROTEGÊ-LO.

COM O TEMPO, HUGUINHO DESCOBRIU QUE ENFRENTAR SEUS MEDOS ERA MAIS FÁCIL QUANDO TINHA AMIGOS AO SEU LADO. ELE AINDA TINHA MEDO DE MUITAS COISAS, MAS AGORA, EM VEZ DE ENFIAR A CABEÇA NO BURACO, ELE ERGUIA O PESCOÇO, OLHAVA PARA OS AMIGOS E SE LEMBRAVA DE QUE NÃO ESTAVA SOZINHO. E ISSO, ELE APRENDEU, FAZIA TODA A DIFERENÇA.

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Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 03/07/2024
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