EM UMA FAZENDA BELÍSSIMA, CERCADA POR MONTANHAS E RIACHOS CRISTALINOS, VIVIA UM BURRINHO CHAMADO PINOTE. DIFERENTE DE OUTROS BURRINHOS, PINOTE ERA CONHECIDO POR SEU MAU HUMOR, TEIMOSIA E SUAS IDEIAS MIRABOLANTES. ELE SEMPRE SE METIA EM CONFUSÕES, E SUA VIDA ERA UMA VERDADEIRA AVENTURA.
CERTA MANHÃ, DONA CHICA, A DONA DA FAZENDA, ESTAVA TENTANDO ACORDAR PINOTE PARA MAIS UM DIA DE TRABALHO.
— PINOTE, ACORDA! — GRITOU DONA CHICA. — TEMOS MUITO TRABALHO PELA FRENTE!
PINOTE ABRIU UM OLHO E RESMUNGOU:
— TRABALHO? MAIS TRABALHO? POR QUE EU SEMPRE TENHO QUE TRABALHAR?
DONA CHICA SUSPIROU. ELA SABIA QUE CONVENCER PINOTE A TRABALHAR ERA SEMPRE UMA BATALHA.
— PORQUE, MEU QUERIDO BURRINHO, TRABALHO É O QUE MANTÉM A FAZENDA FUNCIONANDO. AGORA, VAMOS LOGO!
PINOTE, TEIMOSO COMO SEMPRE, DECIDIU QUE AQUELE SERIA UM DIA PERFEITO PARA COLOCAR EM PRÁTICA UMA DE SUAS IDEIAS DE JERICO.
— JÁ SEI! VOU ME ESCONDER E FAZER DONA CHICA PENSAR QUE EU FUGI! — PENSOU ELE, RINDO DE SUA PRÓPRIA ESPERTEZA.
E ASSIM FEZ. PINOTE SE ESCONDEU ATRÁS DE UM GRANDE FARDO DE FENO, ESPERANDO QUE DONA CHICA COMEÇASSE A PROCURÁ-LO DESESPERADAMENTE. NO ENTANTO, A MANHÃ PASSOU, E NINGUÉM VEIO PROCURÁ-LO.
— SERÁ QUE ELES SE ESQUECERAM DE MIM? — MURMUROU PINOTE, SENTINDO-SE UM POUCO TRISTE.
DECIDIDO A SAIR DE SEU ESCONDERIJO, PINOTE CAMINHOU ATÉ A BEIRA DO RIACHO. LÁ, ENCONTROU TICO, O SAPO CONTADOR DE HISTÓRIAS, QUE LOGO PERCEBEU O MAU HUMOR DE PINOTE.
— O QUE HOUVE, PINOTE? POR QUE ESTÁ COM ESSA CARA FECHADA? — PERGUNTOU TICO.
— AH, TICO, NINGUÉM ME PROCUROU QUANDO ME ESCONDI. ACHO QUE ELES NÃO SE IMPORTAM COMIGO — RESPONDEU PINOTE, CABISBAIXO.
TICO COÇOU A CABEÇA E PENSOU UM POUCO ANTES DE RESPONDER:
— TALVEZ, SE VOCÊ PARASSE DE FAZER ESSAS TRAVESSURAS E AJUDASSE MAIS, AS COISAS SERIAM DIFERENTES. QUE TAL UMA AVENTURA DE VERDADE PARA ANIMAR O DIA?
PINOTE FICOU INTRIGADO. UMA AVENTURA? ISSO PARECIA INTERESSANTE.
— O QUE VOCÊ TEM EM MENTE, TICO?
— OUVI FALAR DE UM TESOURO ESCONDIDO NA FLORESTA. DIZEM QUE ESTÁ GUARDADO POR UM BANDO DE CORVOS. QUER TENTAR ENCONTRAR? — SUGERIU TICO, PISCANDO O OLHO.
PINOTE, SEMPRE PRONTO PARA UMA AVENTURA, ACEITOU NA HORA. JUNTOS, ELES PARTIRAM EM DIREÇÃO À FLORESTA. NO CAMINHO, ENCONTRARAM VÁRIOS AMIGOS DA FAZENDA: JUCA, O CAVALO ESPERTO; MIMI, A GATA CURIOSA; E ZECA, O CACHORRO BRINCALHÃO.
— O QUE VOCÊS ESTÃO APRONTANDO? — PERGUNTOU JUCA.
— VAMOS ATRÁS DE UM TESOURO GUARDADO POR CORVOS! — RESPONDEU PINOTE, ANIMADO.
— ISSO PARECE PERIGOSO, PINOTE. TEM CERTEZA DE QUE QUER FAZER ISSO? — PERGUNTOU MIMI, COM UM OLHAR PREOCUPADO.
— CLARO! VAI SER DIVERTIDO! — DISSE PINOTE, JÁ IMAGINANDO AS RIQUEZAS QUE ENCONTRARIAM.
APÓS UMA LONGA CAMINHADA, ELES FINALMENTE CHEGARAM AO NINHO DOS CORVOS. LÁ, PINOTE TEVE MAIS UMA DE SUAS IDEIAS BRILHANTES.
— EU VOU DISTRAIR OS CORVOS ENQUANTO VOCÊS PEGAM O TESOURO — DISSE ELE, COM UM BRILHO NOS OLHOS.
ANTES QUE SEUS AMIGOS PUDESSEM PROTESTAR, PINOTE JÁ ESTAVA CORRENDO EM DIREÇÃO AOS CORVOS, FAZENDO O MAIOR BARULHO.
— EI, SEUS CORVOS BOBOS! VENHAM ME PEGAR! — GRITAVA ELE, PULANDO DE UM LADO PARA O OUTRO.
OS CORVOS, IRRITADOS COM A PERTURBAÇÃO, VOARAM ATRÁS DE PINOTE, QUE CORREU COMO NUNCA. ENQUANTO ISSO, TICO, JUCA, MIMI E ZECA APROVEITARAM A DISTRAÇÃO PARA PEGAR O TESOURO.
QUANDO FINALMENTE CONSEGUIRAM, PINOTE ESTAVA EXAUSTO, MAS FELIZ. ELES ABRIRAM O BAÚ E ENCONTRARAM NÃO SÓ MOEDAS DE OURO, MAS TAMBÉM UM MAPA DE OUTROS TESOUROS ESCONDIDOS PELA FAZENDA.
— UAU, PINOTE! VOCÊ REALMENTE CONSEGUIU! — DISSE JUCA, ADMIRADO.
— É, VOCÊ FOI MUITO CORAJOSO! — COMPLETOU MIMI.
PINOTE, CANSADO, MAS CONTENTE, PERCEBEU QUE TALVEZ SUAS IDEIAS DE JERICO NEM SEMPRE FOSSEM TÃO RUINS ASSIM. E NAQUELA NOITE, DEITADO EM SUA CAMA DE FENO, ELE SORRIU, JÁ PENSANDO NA PRÓXIMA AVENTURA.