ERA UMA VEZ, NA PITORESCA CIDADE DE GRANADA, UM CASAL DE CAMPONESES APAIXONADOS, CARLOTA E JUAN. ELES HAVIAM ACABADO DE SE CASAR E ESTAVAM ANSIOSOS PARA COMEÇAR SUA LUA DE MEL. DECIDIRAM VIAJAR ATÉ SANTIAGO DE COMPOSTELA, UM DESTINO FAMOSO POR SUAS PAISAGENS DESLUMBRANTES E HISTÓRIA RICA. E, PARA TORNAR A VIAGEM AINDA MAIS ESPECIAL, IRIAM A BORDO DE SUA CHARRETE CONDUZIDA POR UM BURRICO TEIMOSO E ATRAPALHADO CHAMADO PEPE.
NA MANHÃ DA PARTIDA, CARLOTA E JUAN ESTAVAM RADIANTES DE FELICIDADE. COM SEUS PERTENCES CUIDADOSAMENTE ARRUMADOS NA CHARRETE, DESPEDIRAM-SE DOS AMIGOS E FAMILIARES E SUBIRAM A BORDO.
— VAMOS, PEPE! — DISSE JUAN, DANDO UMA LEVE BATIDA NAS RÉDEAS.
PEPE, O BURRICO, BUFOU E COMEÇOU A ANDAR, MAS NÃO SEM ANTES SOLTAR UM SONORO E TEIMOSO RELINCHO.
— ACHO QUE PEPE ESTÁ TÃO EMPOLGADO QUANTO NÓS! — RIU CARLOTA.
A VIAGEM PROMETIA SER LONGA, MAS O CASAL ESTAVA DISPOSTO A APROVEITAR CADA MOMENTO. OS PRIMEIROS QUILÔMETROS FORAM TRANQUILOS, COM PAISAGENS DESLUMBRANTES E O SOL BRILHANDO NO CÉU. MAS, LOGO NO INÍCIO DA SUBIDA DA SERRA NEVADA, PEPE DECIDIU QUE ESTAVA CANSADO.
— VAMOS, PEPE! NÃO PODEMOS PARAR AGORA! — INCENTIVOU JUAN.
PEPE PAROU ABRUPTAMENTE E COMEÇOU A MASTIGAR UM PEDAÇO DE CAPIM À BEIRA DO CAMINHO.
— ORA ESSA, PEPE! ESTAMOS EM LUA DE MEL! — EXCLAMOU CARLOTA, TENTANDO NÃO RIR.
— TALVEZ ELE QUEIRA UMA PAUSA ROMÂNTICA TAMBÉM, MINHA QUERIDA — DISSE JUAN, RINDO E PUXANDO UM PEDAÇO DE PÃO DE SUA MOCHILA. — VAMOS DAR UM LANCHE PARA O NOSSO AMIGO TEIMOSO.
DEPOIS DE ALGUNS MINUTOS, PEPE FINALMENTE CONCORDOU EM CONTINUAR. O BURRICO ERA ATRAPALHADO, MAS TAMBÉM TINHA SEU CHARME. CADA NOVA TEIMOSIA ERA UMA OPORTUNIDADE PARA CARLOTA E JUAN SE APROXIMAREM MAIS, COMPARTILHANDO RISADAS E HISTÓRIAS.
À MEDIDA QUE SE APROXIMAVAM DE UM PEQUENO VILAREJO, PEPE COMEÇOU A ACELERAR SEM MOTIVO APARENTE, BALANÇANDO A CHARRETE DE UM LADO PARA O OUTRO.
— PEPE, DEVAGAR! — GRITOU JUAN, TENTANDO MANTER O CONTROLE.
— O QUE SERÁ QUE ELE VIU? — PERGUNTOU CARLOTA, SEGURANDO-SE FIRMEMENTE.
AO CHEGAREM AO VILAREJO, PERCEBERAM QUE PEPE ESTAVA CORRENDO EM DIREÇÃO A UMA BARRACA DE FRUTAS. UMA MELANCIA ESPECIALMENTE SUCULENTA PARECIA TER CAPTADO TODA A ATENÇÃO DO BURRICO.
— ENTÃO É ISSO! — DISSE JUAN, RINDO ENQUANTO DESCIA DA CHARRETE PARA FALAR COM O VENDEDOR. — ACHO QUE NOSSO BURRICO TEM BOM GOSTO!
DEPOIS DE COMPRAR A MELANCIA E OFERECER UM PEDAÇO A PEPE, O BURRICO PARECIA MAIS SATISFEITO E PRONTO PARA CONTINUAR A JORNADA. CARLOTA E JUAN APROVEITARAM PARA EXPLORAR O VILAREJO, COMPRANDO LEMBRANÇAS E CONHECENDO OS HABITANTES LOCAIS, QUE FICARAM ENCANTADOS COM A HISTÓRIA DO CASAL E SEU BURRICO CHARRETEIRO.
AO RETOMAREM A VIAGEM, O CAMINHO ERA PONTUADO POR PEQUENAS AVENTURAS: UMA TEMPESTADE INESPERADA QUE OS OBRIGOU A BUSCAR ABRIGO EM UM MOINHO ABANDONADO, ONDE PASSARAM A NOITE CONTANDO HISTÓRIAS À LUZ DE VELAS; UM ENCONTRO COM UM GRUPO DE MÚSICOS VIAJANTES QUE OS CONVIDARAM PARA DANÇAR E FESTEJAR SOB AS ESTRELAS; E UM DESVIO POR UMA FLORESTA MÁGICA ONDE SE PERDERAM BREVEMENTE, MAS ENCONTRARAM UMA CABANA ACOLHEDORA ONDE UM VELHO EREMITA LHES CONTOU LENDAS ANTIGAS.
FINALMENTE, APÓS MUITAS PERIPÉCIAS E RISADAS, AVISTARAM AS TORRES MAJESTOSAS DA CATEDRAL DE SANTIAGO DE COMPOSTELA NO HORIZONTE. A EMOÇÃO TOMOU CONTA DE CARLOTA E JUAN.
— CONSEGUIMOS, MEU AMOR! — EXCLAMOU CARLOTA, SEGURANDO A MÃO DE JUAN.
— SIM, E NÃO TERIA SIDO O MESMO SEM NOSSO TEIMOSO AMIGO PEPE — RESPONDEU JUAN, ACARICIANDO O BURRICO.
AO ENTRAREM NA CIDADE, FORAM RECEBIDOS COM APLAUSOS PELOS PEREGRINOS E HABITANTES LOCAIS, QUE FICARAM ENCANTADOS COM A HISTÓRIA DO CASAL E SEU BURRICO CHARRETEIRO. A JORNADA DE GRANADA A SANTIAGO DE COMPOSTELA FOI MAIS DO QUE UMA SIMPLES VIAGEM; FOI UMA AVENTURA CHEIA DE AMOR, RISOS E LEMBRANÇAS INESQUECÍVEIS.
E ASSIM, CARLOTA, JUAN E PEPE VIVERAM FELIZES, GUARDANDO EM SEUS CORAÇÕES CADA MOMENTO DA MARAVILHOSA VIAGEM QUE FIZERAM JUNTOS.