O jardim real

No jardim de um reino distante, havia uma rosa vermelha com um perfume maravilhoso, era a flor preferida da rainha. Apesar de seu perfume e encanto, a rosa não era tão bela quanto a tulipa, charmosa e de cor alva como o mais puro algodão.

Havia também no jardim, o majestoso lírio, a quem o jardineiro que cuidava e comandava o jardim, regava e se dedicava diariamente para deixá-lo cada vez mais majestoso. O lírio era de um azul intenso, com a coloração dos mais lindos mares gregos.

O canteiro da rosa ficava ao lado do belo lírio, por quem ela nutria um profundo sentimento. O jardineiro, porém, não gostava da rosa. Na verdade ele não gostava de rosa alguma e, para ele, seria bem melhor para o lírio ser visto ao lado da tulipa. Dessa forma, o severo e maldoso jardineiro, replantou o lírio, colocando-o agora ao lado da tulipa, deixando a pobre rosa sozinha.

A rosa manteve suas esperanças de voltar a ver seu amado, até uma certa tarde, quando um beija-flor trouxe a ela um recado. O lírio mandou lhe dizer que eles jamais voltariam a se encontrar, pois agora seu lugar seria para sempre ao lado da tulipa.

Por consequência, a bela rosa foi perdendo sua beleza e seu perfume, definhando-se cada dia mais. Até que um dia, durante um lindo nascer do sol, sem conseguir ver a beleza daquele espetáculo, a última pétala da triste rosa se desprendeu.

A verdade é que o jardim era o próprio reino, cujo jardineiro era o rei; o majestoso lírio era o herdeiro do trono; a tulipa uma bela e jovem nobre; e a rosa era a pobre dama de companhia da rainha, que durante o casamento de seu amado, sentindo uma imensa dor, como se um punhal lhe cravasse o peito, desprendeu seu último suspiro.