ANA, A BABÁ

HOUVE UM TEMPO EM QUE UMA BABÁ CHAMADA ANA TRABALHAVA NUMA MANSÃO MUITO LUXUOSA. ANA ERA CONHECIDA POR SEU JEITO CARINHOSO E PACIENTE COM AS CRIANÇAS, E TODOS OS PAIS DA CIDADE CONFIAVAM NELA PARA CUIDAR DE SEUS PEQUENOS. PORÉM, UM DIA, ANA RECEBEU UM DESAFIO ESPECIAL: CUIDAR DE PEDRINHO, UM BEBEZINHO MUITO TRAVESSO.

 

— NÃO SE PREOCUPE, DONA MARGARIDA, VOU CUIDAR BEM DO PEDRINHO! — DISSE ANA COM UM SORRISO CONFIANTE, ENQUANTO A MÃE DO BEBÊ LHE ENTREGAVA AS INSTRUÇÕES.

 

— OH, ANA, VOCÊ É UM ANJO! — RESPONDEU DONA MARGARIDA, ALIVIADA. — MAS DEVO AVISAR: PEDRINHO É... UM POUQUINHO AGITADO.

 

ANA SORRIU, ACHANDO QUE NADA PODERIA SER MAIS DIFÍCIL DO QUE ELA JÁ HAVIA ENFRENTADO. NO ENTANTO, ASSIM QUE DONA MARGARIDA SAIU PELA PORTA, PEDRINHO MOSTROU A QUE VEIO.

 

PRIMEIRO, ELE CONSEGUIU SE SOLTAR DA FRALDA QUE ANA ACABARA DE TROCAR, DISPARANDO PELADINHO PELA SALA. ANA CORREU ATRÁS DELE, TROPEÇANDO NOS BRINQUEDOS ESPALHADOS.

 

— PEDRINHO! VOLTA AQUI, MOCINHO! — GRITAVA ANA, TENTANDO PEGAR O PEQUENO FUJÃO.

 

DEPOIS DE UMA LONGA PERSEGUIÇÃO, ANA FINALMENTE CONSEGUIU ENROLAR PEDRINHO NUMA TOALHA. ELA SUSPIROU ALIVIADA, MAS SUA PAZ DUROU POUCO. PEDRINHO ACHOU UM POTE DE GELATINA NA COZINHA E DECIDIU QUE SERIA DIVERTIDO DERRAMÁ-LO SOBRE A CABEÇA DA BABÁ.

 

— AI, PEDRINHO! AGORA VOCÊ VAI TOMAR BANHO DE NOVO! — EXCLAMOU ANA, TENTANDO TIRAR A GELATINA DE SEUS CABELOS.

 

ANA DECIDIU QUE ERA HORA DE UMA SONECA. COLOCOU PEDRINHO NO BERÇO, BALANÇOU, CANTOU UMA CANÇÃO DE NINAR E FINALMENTE ELE FECHOU OS OLHINHOS. ANA SUSPIROU ALIVIADA, SE JOGANDO NO SOFÁ. MAS, EM VEZ DE DESCANSO, OUVIU UM BARULHO VINDO DO QUARTO.

 

— NÃO ACREDITO... — MURMUROU ANA, CORRENDO PARA VER O QUE ESTAVA ACONTECENDO.

 

PEDRINHO ESTAVA DE PÉ NO BERÇO, COM UM TRAVESSEIRO NA MÃO, ATACANDO UM EXÉRCITO IMAGINÁRIO DE TRAVESSEIROS.

 

— DORMIR É PARA OS FRACOS, NÃO É, PEDRINHO? — DISSE ANA, RINDO DA PRÓPRIA DESGRAÇA.

 

O DIA PASSOU RÁPIDO, ENTRE TROPEÇOS, RISADAS E MUITO CORRE-CORRE. QUANDO DONA MARGARIDA CHEGOU, ENCONTROU ANA EXAUSTA, COM OLHEIRAS PROFUNDAS, MAS AINDA SORRINDO.

 

— COMO FOI O DIA, ANA? — PERGUNTOU DONA MARGARIDA.

 

— BEM... DIGAMOS QUE PEDRINHO ME MANTEVE BASTANTE OCUPADA — RESPONDEU ANA, ENQUANTO PEDRINHO SORRIA COM SEU OLHAR TRAVESSO.

 

— EU SABIA QUE VOCÊ DARIA CONTA! — DISSE DONA MARGARIDA, PEGANDO PEDRINHO NO COLO.

 

ANA, APESAR DE ESTAR COMPLETAMENTE EXAUSTA E COM GELATINA AINDA GRUDADA EM ALGUNS FIOS DE CABELO, SENTIU UM CALOR NO CORAÇÃO. CUIDAR DE PEDRINHO FORA UMA VERDADEIRA AVENTURA, MAS TAMBÉM UMA LIÇÃO DE QUE, MESMO NOS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS, SEMPRE HÁ UM MOTIVO PARA SORRIR.

 

E ASSIM, ANA CONTINUOU A CUIDAR DAS CRIANÇAS DA CIDADE, CADA UMA COM SUAS PRÓPRIAS TRAVESSURAS E ENCANTOS, SEMPRE COM UM SORRISO NO ROSTO E UMA HISTÓRIA DIVERTIDA PARA CONTAR. AFINAL, SER BABÁ ERA SUA PAIXÃO, E NADA PODERIA MUDAR ISSO.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 24/06/2024
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