O BULE E A XÍCARA

ERA UMA VEZ, NUM REINO  CHAMADO GRÃO-DUCADO, HAVIA UM MAJESTOSO CASTELO QUE SE ERGUIA SOBRE AS COLINAS VERDEJANTES. NESSE CASTELO VIVIAM O PRÍNCIPE ALMIR E A PRINCESA SUSANA, DOIS JOVENS APAIXONADOS, CUJAS RISADAS ENCHIAM OS CORREDORES DE ALEGRIA. MAS ESSA FELICIDADE ATRAIU A INVEJA DO MALVADO MAGO ARCHIBALDO, QUE DESEJAVA REINAR ABSOLUTO SOBRE O GRÃO-DUCADO.

 

UMA NOITE, SOB A LUZ DE UMA LUA CHEIA E SINISTRA, ARCHIBALDO LANÇOU UM PODEROSO FEITIÇO SOBRE O CASTELO. O PRÍNCIPE ALMIR FOI TRANSFORMADO EM UM BULE DOURADO E A PRINCESA SUSANA EM UMA DELICADA XÍCARA DE CRISTAL. O CASTELO INTEIRO FOI MERGULHADO EM SILÊNCIO E TRISTEZA, COM SEUS HABITANTES TRANSFORMADOS EM OBJETOS INANIMADOS, INCAPAZES DE QUEBRAR A MALDIÇÃO.

 

O TEMPO PASSOU LENTAMENTE NO CASTELO ENFEITIÇADO, ATÉ QUE, NUMA MANHÃ DE PRIMAVERA, UM RAIO DE SOL ENTROU PELA JANELA DA COZINHA E TOCOU O BULE DOURADO.

 

"ONDE ESTOU? O QUE ACONTECEU?" MURMUROU ALMIR, SENTINDO-SE PESADO E RÍGIDO.

 

"ALMIR? É VOCÊ?" RESPONDEU UMA VOZ DOCE E CRISTALINA.

 

"SUSANA? OH, MINHA QUERIDA SUSANA, ONDE VOCÊ ESTÁ?" PERGUNTOU ALMIR, GIRANDO SUA BIQUEIRA EM BUSCA DA VOZ.

 

"AQUI, AO SEU LADO, NA PRATELEIRA," DISSE A XÍCARA, SUA VOZ TRÊMULA DE EMOÇÃO.

 

COM GRANDE ESFORÇO, ALMIR CONSEGUIU SALTAR DA PRATELEIRA, ATERRISSANDO AO LADO DE SUSANA. OS DOIS SABIAM QUE PRECISAVAM ENCONTRAR UMA MANEIRA DE QUEBRAR A MALDIÇÃO E DERROTAR ARCHIBALDO.

 

"PRECISAMOS ENCONTRAR O ALMANAQUE DO ENCANTAMENTO, ESCONDIDO NA TORRE MAIS ALTA DO CASTELO. DIZEM QUE ELE CONTÉM O FEITIÇO PARA REVERTER TODAS AS MALDIÇÕES," DISSE ALMIR, DETERMINADO.

 

"E COMO FAREMOS ISSO? SOMOS APENAS UM BULE E UMA XÍCARA," SUSANA RETRUCOU, UM POUCO DESESPERANÇADA.

 

"VAMOS DAR UM JEITO, JUNTOS SOMOS FORTES," ALMIR RESPONDEU COM CONFIANÇA.

 

OS DOIS OBJETOS ANIMADOS COMEÇARAM SUA JORNADA PELA COZINHA, USANDO O ESCORREDOR DE LOUÇAS COMO UMA ESPÉCIE DE CATAPULTA IMPROVISADA. FORAM SALTANDO DE PRATELEIRA EM PRATELEIRA, EVITANDO AS GARRAS AFIADAS DE ARCHIBALDO, QUE HAVIA TRANSFORMADO SEUS CORVOS EM GUARDIÕES DO CASTELO.

 

"CUIDADO, ALMIR!" GRITOU SUSANA, QUANDO UM CORVO NEGRO DESCEU EM UM RASANTE.

 

"EU TE PROTEJO, MINHA AMADA!" ALMIR DECLAROU, BALANÇANDO SUA TAMPA PARA AFASTAR O CORVO.

 

DEPOIS DE MUITA DIFICULDADE E ESCAPADAS POR UM TRIZ, OS DOIS FINALMENTE CHEGARAM À BASE DA TORRE. USARAM A CRIATIVIDADE E A ENGENHOSIDADE PARA SUBIR PELAS ESCADAS ÍNGREMES, MUITAS VEZES ROLANDO E EQUILIBRANDO-SE PRECARIAMENTE.

 

 

AO ALCANÇAREM A TORRE MAIS ALTA, ENCONTRARAM O MAGO ARCHIBALDO LENDO O ALMANAQUE DO ENCANTAMENTO. COM UM OLHAR DE ÓDIO, ELE SE LEVANTOU, PRONTO PARA LANÇAR UM FEITIÇO PODEROSO CONTRA ELES PARA QUE NUNCA MAIS SE TRANSFORMASSEM EM HUMANOS NOVAMENTE.

 

"ACHAM MESMO QUE PODEM ME DERROTAR?" ARCHIBALDO ZOMBOU.

 

"NOSSO AMOR É MAIS FORTE QUE A SUA MAGIA!" ALMIR RETRUCOU, VALENTEMENTE.

 

ARCHIBALDO RIU, MAS SUBESTIMOU O PODER DOS SENTIMENTOS PUROS. QUANDO TENTOU LANÇAR SEU FEITIÇO FINAL, SUSANA, COM SUA DELICADEZA, REFLETIU A LUZ DO SOL QUE ENTRAVA PELA JANELA, CEGANDO TEMPORARIAMENTE O MAGO. NESSE MOMENTO, ALMIR, COM SUA BIQUEIRA AFIADA, DERRUBOU O ALMANAQUE DO ENCANTAMENTO DAS MÃOS DE ARCHIBALDO.

 

RAPIDAMENTE, SUSANA LEU O FEITIÇO DE REVERSÃO DO ENCANTAMENTO E LOGO EM SEGUIDA UMA LUZ DOURADA ENVOLVEU O CASTELO, E TODOS OS SEUS HABITANTES FORAM RESTAURADOS À FORMA HUMANA. ARCHIBALDO, POR OUTRO LADO, FOI TRANSFORMADO EM UM FEIOSO SAPO, SALTANDO ASSUSTADO PELA JANELA DA TORRE.

 

COM O MAGO DERROTADO, O PRÍNCIPE ALMIR E A PRINCESA SUSANA VOLTARAM A SUAS FORMAS ORIGINAIS, ABRAÇANDO-SE COM LÁGRIMAS DE ALEGRIA.

 

"PROMETO QUE NUNCA MAIS DEIXAREMOS QUE NADA NOS SEPARE," DISSE ALMIR, OLHANDO NOS OLHOS DE SUSANA.

 

"E EU PROMETO QUE SEMPRE ENFRENTAREMOS OS DESAFIOS PERIGOSOS JUNTOS," SUSANA RESPONDEU, SORRINDO.

 

O CASTELO VOLTOU A SER CHEIO DE VIDA E RISADAS, E O REINO DO GRÃO-DUCADO VIVEU EM PAZ E HARMONIA, LEMBRANDO SEMPRE QUE O AMOR VERDADEIRO PODE SUPERAR QUALQUER ADVERSIDADE.

 

E ASSIM, O PRÍNCIPE E A PRINCESA VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE, ETERNAMENTE GRATOS POR TEREM UM AO OUTRO. E O SAPO, ANTES O TEMÍVEL MAGO ARCHIBALDO, PASSOU O RESTO DE SEUS DIAS COAXANDO NAS MARGENS DE UM PÂNTANO DISTANTE, REFLETINDO SOBRE OS MALES DE SEU CORAÇÃO ENFEITIÇADO.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 23/06/2024
Código do texto: T8091870
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