ERA UMA VEZ, NO LONGÍNQUO REINO DE RIBEIRÃO DO SOL, UM REIZINHO CHAMADO CRISTOVÃO. ELE NÃO ERA APENAS UM REI QUALQUER, MAS UM REI UM TANTO... BIRUTA! SEUS SÚDITOS ADORAVAM SUAS TRAVESSURAS E SUA MANEIRA PECULIAR DE GOVERNAR, MAS NEM TODOS ESTAVAM FELIZES. SUA CUIDADORA, UMA PLEBEIA CHAMADA REBECA, TINHA PLANOS BEM DIFERENTES.

 

REBECA, COM SEU SORRISO DE CANTO E OLHOS BRILHANDO DE MALÍCIA, QUERIA TOMAR O LUGAR DA RAINHA ELVIRA. ELA SABIA QUE CRISTOVÃO, COM SUAS IDEIAS MIRABOLANTES, SERIA UMA PRESA FÁCIL PARA SEUS PLANOS. "SE EU CONSEGUIR PRENDER A RAINHA NA TORRE NEGRA," PENSAVA REBECA, "POSSO ME TORNAR A NOVA RAINHA E GOVERNAR COM MÃO DE FERRO!"

 

E ASSIM, UMA NOITE, ENQUANTO TODOS DORMIAM, REBECA SE ESGUEIROU ATÉ OS APOSENTOS DA RAINHA ELVIRA. USANDO UMA CHAVE QUE HAVIA ROUBADO DO GUARDA DESATENTO, ELA ABRIU A PORTA SUAVEMENTE.

 

— O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI, REBECA? — PERGUNTOU ELVIRA, DESPERTANDO.

 

— AH, MINHA QUERIDA RAINHA — DISSE REBECA COM UM SORRISO FALSO. — VIM TE LEVAR PARA UM LUGAR ESPECIAL. VAI ADORAR!

 

ANTES QUE ELVIRA PUDESSE PROTESTAR, REBECA A AMARROU E A LEVOU ATÉ A TORRE NEGRA, ONDE A TRANCOU COM FIRMEZA.

 

NO DIA SEGUINTE, REBECA VESTIU AS ROUPAS DA RAINHA E FOI AO ENCONTRO DE CRISTOVÃO.

 

— OH, CRISTOVÃO, MEU AMADO REI! — EXCLAMOU ELA, TENTANDO IMITAR A VOZ DE ELVIRA. — OLHE PARA MIM, SOU SUA RAINHA AGORA!

 

CRISTOVÃO, QUE ESTAVA ENTRETIDO EM DESENHAR UM MAPA DO TESOURO QUE SÓ EXISTIA EM SUA CABEÇA, OLHOU PARA REBECA COM UM OLHAR CONFUSO.

 

— VOCÊ PARECE... DIFERENTE, ELVIRA. — DISSE ELE, COÇANDO A CABEÇA.

 

— OH, É APENAS UM NOVO PENTEADO, QUERIDO. — DISSE REBECA RAPIDAMENTE. — AGORA, DEIXE-ME GOVERNAR O REINO ENQUANTO VOCÊ SE DIVERTE COM SUAS AVENTURAS.

 

O PLANO PARECIA PERFEITO, MAS REBECA NÃO CONTAVA COM UMA COISA: O BOBO DA CORTE. ESTE, UM HOMEM DE ASTÚCIA SURPREENDENTE CHAMADO BARTOLOMEU, PERCEBEU RAPIDAMENTE A TROCA.

 

— AH, MINHA QUERIDA NOVA RAINHA! — DISSE BARTOLOMEU, SORRINDO MALICIOSAMENTE. — COMO ESTÁ A NOSSA VERDADEIRA RAINHA, LÁ NA TORRE NEGRA?

 

REBECA ARREGALOU OS OLHOS, SURPRESA.

 

— EU... EU NÃO SEI DO QUE ESTÁ FALANDO!

 

— ORA, ORA — CONTINUOU BARTOLOMEU. — ACHO QUE NOSSO REIZINHO PRECISA SABER SOBRE ISSO.

 

E ASSIM, BARTOLOMEU CONTOU TUDO A CRISTOVÃO. O REIZINHO, AINDA CONFUSO, MAS DETERMINADO A RESOLVER O PROBLEMA, ACOMPANHOU BARTOLOMEU ATÉ A TORRE NEGRA. LÁ ENCONTRARAM A VERDADEIRA RAINHA ELVIRA, QUE FOI LIBERTADA IMEDIATAMENTE.

 

— REBECA, COMO PÔDE FAZER ISSO? — PERGUNTOU CRISTOVÃO, INCRÉDULO.

 

— EU SÓ QUERIA SER RAINHA... — DISSE REBECA, ENVERGONHADA.

 

— POIS AGORA, VAI EXPERIMENTAR O QUE É SER PRISIONEIRA! — DISSE ELVIRA, COM FIRMEZA.

 

E ASSIM, REBECA FOI TRANCADA NA TORRE NEGRA PARA SEMPRE. CRISTOVÃO, AINDA BIRUTA, VOLTOU ÀS SUAS AVENTURAS E TRAVESSURAS, ENQUANTO ELVIRA RETOMOU SEU LUGAR COMO A VERDADEIRA RAINHA.

 

E TODOS NO REINO DE RIBEIRÃO DO SOL VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE... EXCETO REBECA, É CLARO.

 

E O BOBO DA CORTE? BEM, ELE CONTINUOU A ENTRETER A TODOS COM SUAS PIADAS, AGORA COM UMA NOVA HISTÓRIA PARA CONTAR SOBRE A PLEBEIA QUE QUERIA SER RAINHA. E ASSIM, O REINO SEGUIU, COM RISOS E TRAVESSURAS, E UMA MORAL MUITO CLARA: A VERDADE SEMPRE VENCE, MESMO QUANDO UM REIZINHO BIRUTA ESTÁ NO COMANDO.