NA FLORESTA NUBLADA DE MONTEVERDE, COSTA RICA, HAVIA UMA CABANA ABANDONADA QUE TODOS OS MORADORES CONHECIAM, MAS POUCOS OUSAVAM VISITAR. ERA CERCADA POR MISTÉRIOS E HISTÓRIAS ANTIGAS. DIZIAM QUE, À NOITE, SE PODIA OUVIR SUSSURROS E VER LUZES ESTRANHAS VINDAS DE SUAS JANELAS.

 

CERTO DIA, SEIS CRIANÇAS AVENTUREIRAS DECIDIRAM EXPLORAR A CABANA: ABELARDO, FABIANO, JOSÉ, BENTO, EMMA E SOPHIA.

 

"E SE FORMOS ATÉ A CABANA?" SUGERIU ABELARDO, COM OS OLHOS BRILHANDO DE EXCITAÇÃO.

 

"OUVI DIZER QUE LÁ DENTRO HÁ UM BAÚ CHEIO DE TESOUROS ANTIGOS!" EXCLAMOU FABIANO.

 

EMMA, SEMPRE A MAIS CUIDADOSA, HESITOU. "E SE FOR PERIGOSO? E SE OS RUMORES FOREM VERDADE?"

 

"ESTAMOS JUNTOS, NÃO TEMOS O QUE TEMER," BENTO TRANQUILIZOU. "VAMOS NOS PROTEGER."

 

JOSÉ E SOPHIA, ANIMADOS COM A IDEIA, CONCORDARAM EM SILÊNCIO, JÁ IMAGINANDO AS AVENTURAS QUE VIVERIAM.

 

AO CHEGAREM NA CABANA, O SOL COMEÇAVA A SE ESCONDER ATRÁS DAS MONTANHAS, PINTANDO O CÉU COM TONS DE LARANJA E ROSA. O LUGAR PARECIA AINDA MAIS MISTERIOSO AO ENTARDECER.

 

"OLHEM AQUELA JANELA! PARECE QUE TEM ALGO SE MEXENDO LÁ DENTRO," SUSSURROU SOPHIA, APONTANDO PARA A JANELA SUJA E EMPOEIRADA.

 

"VAMOS ESPIAR!" SUGERIU JOSÉ, APROXIMANDO-SE COM CUIDADO.

 

AS CRIANÇAS SE AGRUPARAM EM TORNO DA JANELA, EMPURRANDO-SE LEVEMENTE PARA CONSEGUIR UM ESPAÇO DE VISÃO. LÁ DENTRO, VIRAM UMA LUZ FRACA ILUMINANDO UM PEQUENO BAÚ NO MEIO DA SALA.

 

"É O BAÚ! EU DISSE QUE ERA VERDADE!" DISSE FABIANO, COM UM SORRISO LARGO.

 

"SHH! OUVIRAM ISSO?" PERGUNTOU EMMA, OLHANDO NERVOSAMENTE AO REDOR.

 

UM SOM BAIXO E CONSTANTE COMEÇOU A CRESCER, COMO UM ZUMBIDO. DE REPENTE, UMA FAÍSCA SURGIU DO CANTO DA SALA, CRESCENDO RAPIDAMENTE EM UMA CHAMA.

 

"FOGO! TEMOS QUE SAIR DAQUI!" GRITOU ABELARDO, PUXANDO SEUS AMIGOS PARA LONGE DA JANELA.

 

AS CHAMAS SE ESPALHARAM RAPIDAMENTE PELA CABANA, E A FUMAÇA DENSA COMEÇOU A INVADIR O AR. AS CRIANÇAS CORRERAM PARA A PORTA, MAS ELA ESTAVA TRANCADA. DESESPERADOS, OLHARAM AO REDOR PROCURANDO UMA SAÍDA.

 

"A JANELA! PRECISAMOS QUEBRAR A JANELA!" DISSE BENTO, PEGANDO UMA PEDRA GRANDE.

 

"TODOS JUNTOS! UM, DOIS, TRÊS!" COORDENOU SOPHIA.

 

COM UM GOLPE FORTE, A JANELA QUEBROU, E AS CRIANÇAS COMEÇARAM A SAIR UMA A UMA. ABELARDO, FABIANO, JOSÉ, BENTO, EMMA E SOPHIA ESCAPARAM DA CABANA EM CHAMAS, MAS NÃO SEM SE MACHUCAREM. CORTES E ARRANHÕES COBRIAM SEUS BRAÇOS E PERNAS, MAS ESTAVAM TODOS VIVOS.

 

DO LADO DE FORA, SENTARAM-SE NO CHÃO, OFEGANTES E ASSUSTADOS. ABELARDO OLHOU PARA OS AMIGOS, SENTINDO UM PROFUNDO ALÍVIO.

"ESTAMOS BEM. ESTAMOS TODOS BEM," DISSE, A VOZ TRÊMULA.

 

"VOCÊS FORAM INCRÍVEIS," ACRESCENTOU EMMA, TENTANDO LIMPAR AS LÁGRIMAS.

 

"PRECISAMOS IR PARA CASA AGORA," DISSE FABIANO. "NOSSOS PAIS VÃO NOS AJUDAR COM ESSES MACHUCADOS."

 

"EU NUNCA MAIS QUERO ESPIAR PELA JANELA DE NOVO," BRINCOU JOSÉ, TENTANDO ALIVIAR A TENSÃO.

 

AS CRIANÇAS, APOIANDO-SE UMAS NAS OUTRAS, COMEÇARAM A CAMINHAR DE VOLTA PARA CASA. SABIAM QUE AQUELA AVENTURA FICARIA PARA SEMPRE EM SUAS MEMÓRIAS, NÃO APENAS PELOS MISTÉRIOS OU PELO INCÊNDIO, MAS PELA AMIZADE E CORAGEM QUE COMPARTILHARAM.

 

ENQUANTO SE AFASTAVAM, O CÉU NOTURNO DE MONTEVERDE COMEÇAVA A BRILHAR COM ESTRELAS, COMO SE A FLORESTA RECONHECESSE A BRAVURA DAS CRIANÇAS. E, MESMO MACHUCADAS, SABIAM QUE TINHAM ENCONTRADO UM TESOURO MUITO MAIS VALIOSO DO QUE QUALQUER BAÚ PODERIA CONTER: A FORÇA DA AMIZADE E O CARINHO QUE TINHAM UNS PELOS OUTROS.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 15/06/2024
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