ERA UMA TARDE ENSOLARADA NO BAIRRO DOS CAMPOS ELÍSEOS, NA CIDADE DE ITANHAÉM. ROZALINA ESTAVA PASSEANDO COM AS SUAS FILHAS PRÓXIMA À SUA CASA, APROVEITANDO O SILÊNCIO E A TRANQUILIDADE DO BAIRRO, QUANDO OUVIU UM SOM ESTRANHO VINDO DE UM ARBUSTO. APROXIMANDO-SE COM CUIDADO, ELA VIU UMA CACHORRINHA MAGRICELA, SUJA E ASSUSTADA. A CACHORRINHA TINHA A APARÊNCIA DE UM SACO DE ESTOPA, MAS SEUS OLHOS BRILHAVAM COM UMA MISTURA DE MEDO E ESPERANÇA.

 

— OI, PEQUENA, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI SOZINHA? — PERGUNTOU ROZALINA COM VOZ SUAVE.

 

A CACHORRINHA DEU UM PASSO HESITANTE EM DIREÇÃO A ROZALINA, QUE ESTENDEU A MÃO E A ACARICIOU GENTILMENTE. COM O CORAÇÃO APERTADO, ROZALINA DECIDIU LEVAR A PEQUENA VIRA-LATA PARA CASA.

 

AO CHEGAR EM CASA, GABRIELA, ISABELLA E MARINA CORRERAM PARA A PORTA, CURIOSAS COM O QUE A MÃE TRAZIA NOS BRAÇOS.

 

— MENINAS, ENCONTREI ESSA CACHORRINHA NO MEIO DO MATO. ACHO QUE ESTÁ PERDIDA. O QUE ACHAM DE ADOTARMOS ELA? — PERGUNTOU ROZALINA.

 

AS TRÊS MENINAS OLHARAM PARA A CACHORRINHA COM OLHARES BRILHANTES E SORRISOS LARGOS. GABRIELA, A MAIS VELHA, DISSE:

 

— CLARO, MÃE! VAMOS CUIDAR DELA!

 

ISABELLA, SEMPRE ENTUSIASMADA, ACRESCENTOU:

 

— PODEMOS CHAMÁ-LA DE TUCA! ELA PARECE SER MUITO CORAJOSA!

 

MARINA, A MAIS NOVA, APENAS ABRAÇOU A NOVA AMIGUINHA E DISSE:

 

— SEJA BEM-VINDA, TUCA!

 

QUANDO SIDNEI, O PAI DAS MENINAS, CHEGOU DO TRABALHO, ROZALINA CONTOU-LHE SOBRE TUCA. ELE OLHOU PARA A CACHORRINHA, QUE AGORA ESTAVA CONFORTÁVEL E LIMPA, E SORRIU.

 

— PARECE QUE TEMOS UMA NOVA INTEGRANTE NA FAMÍLIA. — DISSE SIDNEI, CONCORDANDO COM A ADOÇÃO.

 

DESDE AQUELE DIA, TUCA COMEÇOU SUA NOVA VIDA COM A FAMÍLIA. ELA RAPIDAMENTE SE ADAPTOU E MOSTROU SER UMA CACHORRINHA CHEIA DE ENERGIA E MUITO CORAJOSA. TUCA ADORAVA BRINCAR NO QUINTAL, CORRER ATRÁS DAS MENINAS E, PRINCIPALMENTE, CAÇAR SARUÊS.

 

— OLHEM SÓ PARA A TUCA! — RIA GABRIELA. — ELA ESTÁ SEMPRE ATRÁS DE UM SARUÊ!

 

— PARECE ATÉ UMA CAÇADORA PROFISSIONAL! — DISSE ISABELLA, RINDO.

 

UMA NOITE, ENQUANTO TODOS DORMIAM, TUCA OUVIU UM BARULHO ESTRANHO VINDO DO QUINTAL. COM SUAS ORELHAS ATENTAS, ELA CORREU PARA INVESTIGAR. LÁ ESTAVA UM SARUÊ TENTANDO ENTRAR NA SALA. TUCA LATIU ALTO, ASSUSTANDO O INTRUSO, QUE SAIU CORRENDO EM DISPARADA.

 

NA MANHÃ SEGUINTE, ROZALINA ENCONTROU TUCA SENTADA, VITORIOSA, NA PORTA DA SALA.

 

— VOCÊ É UMA VERDADEIRA GUARDIÃ, TUCA! — ELOGIOU ROZALINA, ACARICIANDO A CABEÇA DA CACHORRINHA.

 

AS AVENTURAS DE TUCA NÃO PARARAM POR AÍ. EM OUTRO DIA, ENQUANTO AS MENINAS BRINCAVAM NO PARQUE, TUCA ENCONTROU ALGO BRILHANDO NA GRAMA. ELA CAVOU COM AS PATINHAS E DESENTERROU UMA MOEDA ANTIGA. ISABELLA CORREU PARA VER O QUE TUCA HAVIA ENCONTRADO.

 

— MAMÃE! PAPAI! VENHAM VER! TUCA ENCONTROU UM TESOURO! — GRITOU ISABELLA.

 

ROZALINA E SIDNEI VIERAM CORRENDO E FICARAM IMPRESSIONADOS COM A DESCOBERTA. A MOEDA PARECIA SER MUITO ANTIGA E VALIOSA.

 

— ACHO QUE NOSSA TUCA TEM UM FARO PARA AVENTURAS! — DISSE SIDNEI, RINDO.

 

OS DIAS PASSAVAM, E TUCA SE TORNAVA CADA VEZ MAIS PARTE ESSENCIAL DA FAMÍLIA. ELA ACOMPANHAVA GABRIELA, ISABELLA E MARINA EM TODAS AS SUAS BRINCADEIRAS E AVENTURAS, SEMPRE ALERTA E PRONTA PARA PROTEGÊ-LAS.

 

E ASSIM, TUCA, A PEQUENA VALENTE, VIVEU MUITAS AVENTURAS AO LADO DE SUAS NOVAS AMIGAS NO BAIRRO DOS CAMPOS ELÍSEOS. ELA MOSTROU A TODOS QUE, APESAR DE PEQUENA E APARENTEMENTE FRÁGIL, ERA CHEIA DE CORAGEM E AMOR. E FOI ASSIM QUE A CACHORRINHA QUE PARECIA UM SACO DE ESTOPA SE TRANSFORMOU NA HEROÍNA DA FAMÍLIA, VIVENDO FELIZ PARA SEMPRE COM AQUELES QUE A ACOLHERAM COM TANTO CARINHO.