NUMA PEQUENA VILA À BEIRA-MAR, NA ENCANTADORA ILHA DA NOVA ESCÓCIA, HAVIA UMA HISTÓRIA QUE SE CONTAVA ÀS CRIANÇAS AO ANOITECER. ERA A HISTÓRIA DO NAVIO FANTASMA, UMA LENDA QUE ATRAVESSAVA GERAÇÕES E ENCHIA OS CORAÇÕES DOS MORADORES COM UM MISTO DE MEDO E FASCÍNIO.
DIZIA-SE QUE O NAVIO FANTASMA NAVEGAVA PELAS ÁGUAS MISTERIOSAS QUE SEPARAVAM A NOVA ESCÓCIA DE NEW BRUNSWICK, NO LESTE DO CANADÁ. AQUELES QUE AFIRMAVAM TER VISTO ESSE NAVIO MISTERIOSO DIZIAM QUE, ANTES DE SER COMPLETAMENTE ENGOLIDO PELAS CHAMAS DIANTE DE SEUS OLHOS, PARECIA SER UMA BELA ESCUNA DE QUATRO MASTROS, COM VELAS BRANCAS E UMA TRIPULAÇÃO COMPLETA.
AS CRIANÇAS DA VILA, ESPECIALMENTE, ADORAVAM ESSA HISTÓRIA. ELES SE REUNIAM AO REDOR DAS FOGUEIRAS À NOITE, OLHANDO PARA O MAR ESCURO, IMAGINANDO O QUE PODERIA ESTAR ESCONDIDO NAS PROFUNDEZAS.
UM DESSES PEQUENOS CURIOSOS ERA O JOVEM THOMAS. ELE SEMPRE ANSIAVA POR AVENTURAS E SONHAVA EM VER O NAVIO FANTASMA COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS. THOMAS PASSAVA HORAS NA PRAIA, OLHANDO PARA O HORIZONTE, ESPERANDO O MOMENTO EM QUE O NAVIO MISTERIOSO APARECERIA.
UM DIA, QUANDO O SOL ESTAVA SE PONDO E AS CORES DO CÉU SE MISTURAVAM EM TONS DE LARANJA E ROSA, THOMAS AVISTOU ALGO NO HORIZONTE. ERA UMA FORMA ESPECTRAL, UMA SILHUETA QUE SE ERGUIA DAS ÁGUAS ESCURAS COMO SE VIESSE DE OUTRO MUNDO.
O CORAÇÃO DE THOMAS DISPAROU DE EMOÇÃO. SERIA O NAVIO FANTASMA? COM OS OLHOS ARREGALADOS, ELE OBSERVOU ENQUANTO A ESCUNA SE APROXIMAVA LENTAMENTE DA COSTA. AS VELAS BRANCAS TREMULAVAM AO VENTO NOTURNO, E AS SOMBRAS DANÇAVAM NO CONVÉS.
SEM HESITAR, THOMAS DECIDIU QUE IRIA DESCOBRIR O SEGREDO DO NAVIO FANTASMA. COM PASSOS DETERMINADOS, ELE CORREU EM DIREÇÃO À PRAIA, ENCONTRANDO UM PEQUENO BARCO À DERIVA. SEM PENSAR DUAS VEZES, ELE EMBARCOU E REMOU EM DIREÇÃO AO NAVIO MISTERIOSO.
À MEDIDA QUE SE APROXIMAVA, O NAVIO FANTASMA PARECIA GANHAR VIDA. LUZES BRILHAVAM FRACAMENTE A BORDO, E VOZES SUSSURRANTES ECOAVAM PELA NOITE. THOMAS SENTIA UM MISTO DE MEDO E EXCITAÇÃO, MAS SUA CORAGEM O IMPELIA A CONTINUAR.
QUANDO FINALMENTE ALCANÇOU O NAVIO, THOMAS SUBIU A BORDO COM CAUTELA. O CONVÉS ESTAVA DESERTO, EXCETO POR SOMBRAS DANÇANTES E O CREPITAR DAS CHAMAS QUE ENVOLVIAM A ESCUNA. ELE AVANÇOU, DETERMINADO A DESVENDAR O MISTÉRIO.
ENTÃO, DE REPENTE, UMA FIGURA SURGIU DAS SOMBRAS. ERA UM MARINHEIRO ANTIGO, COM UM OLHAR TRISTE NOS OLHOS E VESTES QUE PARECIAM TER RESISTIDO AO TESTE DO TEMPO. ELE SE APROXIMOU DE THOMAS E FALOU COM UMA VOZ ROUCA:
"VOCÊ VEIO EM BUSCA DE RESPOSTAS, JOVEM AVENTUREIRO?"
THOMAS ENGOLIU EM SECO, MAS ASSENTIU COM DETERMINAÇÃO. "SIM, ESTOU AQUI PARA DESCOBRIR A VERDADE SOBRE O NAVIO FANTASMA."
O MARINHEIRO SORRIU TRISTEMENTE. "MUITOS VIERAM ANTES DE VOCÊ, BUSCANDO RESPOSTAS QUE NÃO PODEM SER ENCONTRADAS. ESTE NAVIO É UMA LEMBRANÇA DE UM PASSADO PERDIDO, CONDENADO A VAGAR PARA SEMPRE PELAS ÁGUAS DO DESCONHECIDO."
THOMAS OLHOU AO REDOR, ABSORVENDO AS PALAVRAS DO MARINHEIRO. ELE PERCEBEU QUE, EMBORA O NAVIO FANTASMA FOSSE UMA FONTE DE MISTÉRIO E FASCÍNIO, TAMBÉM CARREGAVA UMA TRISTEZA PROFUNDA.
COM UM SUSPIRO, THOMAS VOLTOU PARA SEU PEQUENO BARCO E REMOU DE VOLTA À COSTA. ELE SABIA QUE ALGUMAS PERGUNTAS PERMANECERIAM SEM RESPOSTA, MAS SUA JORNADA O HAVIA ENSINADO A APRECIAR A BELEZA E O MISTÉRIO DO DESCONHECIDO.
E ASSIM, ENQUANTO O SOL SE PUNHA NO HORIZONTE E AS ESTRELAS PONTILHAVAM O CÉU NOTURNO, THOMAS VOLTOU PARA CASA COM UMA NOVA COMPREENSÃO DO MUNDO AO SEU REDOR, E A LENDA DO NAVIO FANTASMA CONTINUOU A ECOAR NAS MENTES DAS CRIANÇAS DA VILA, ENCHENDO SUAS NOITES COM SONHOS DE AVENTURA E MISTÉRIO.