NA FAZENDA FONTE LUMINOSA MORAVA UM BURRO CHAMADO TOBIAS E SEU DONO, O FAZENDEIRO JOAQUIM. TOBIAS NÃO ERA UM BURRO COMUM. ELE TINHA UM DOM ESPECIAL: ERA INCRIVELMENTE INTELIGENTE. PORÉM, COMO O DITADO POPULAR DIZIA, "BURRO VELHO NÃO APRENDE LÍNGUAS NOVAS", ENTÃO TOBIAS NUNCA HAVIA REVELADO SUA INTELIGÊNCIA PARA O FAZENDEIRO.

 

UM DIA, ENQUANTO JOAQUIM ESTAVA OCUPADO NA PLANTAÇÃO DE MILHO, TOBIAS COMEÇOU A FALAR CONSIGO MESMO. "AH, SE AO MENOS EU PUDESSE AJUDAR O JOAQUIM A CUIDAR DA FAZENDA DE FORMA MAIS EFICIENTE! MAS ELE NUNCA ME DÁ UMA CHANCE."

 

OUVINDO ISSO, UMA CORUJA QUE MORAVA NOS GALHOS DE UMA ÁRVORE PRÓXIMA SE APROXIMOU E DISSE: "POR QUE NÃO TENTA CONVERSAR COM ELE, TOBIAS? QUEM SABE ELE PERCEBA SUA INTELIGÊNCIA."

 

TOBIAS BALANÇOU A CABEÇA, HESITANTE. "EU NÃO SEI, CORUJA. ELE SEMPRE ME CHAMOU DE 'BURRO', ENTÃO ACHO QUE ELE NUNCA VAI ME OUVIR."

 

A CORUJA DEU UM SORRISO SÁBIO. "ÀS VEZES, AS PESSOAS SUBESTIMAM OS OUTROS. MAS VOCÊ PODE MOSTRAR A ELE O QUÃO INTELIGENTE VOCÊ É. CONVERSE COM ELE, MOSTRE SUA SABEDORIA."

 

ENCORAJADO PELAS PALAVRAS DA CORUJA, TOBIAS DECIDIU TENTAR. QUANDO JOAQUIM VOLTOU PARA O ESTÁBULO PARA PEGAR ÁGUA, TOBIAS SE APROXIMOU.

 

"TOBIAS, O QUE VOCÊ QUER AGORA? NÃO VÊ QUE ESTOU OCUPADO?", RESMUNGOU JOAQUIM.

 

"JOAQUIM, EU QUERIA FALAR COM VOCÊ. EU SEI QUE VOCÊ SEMPRE ME CHAMOU DE 'BURRO', MAS HÁ ALGO QUE EU PRECISO TE DIZER."

 

JOAQUIM ARQUEOU UMA SOBRANCELHA, SURPRESO. "VOCÊ ESTÁ FALANDO? DESDE QUANDO BURROS FALAM?"

 

"DESDE SEMPRE, JOAQUIM. EU TENHO SIDO CALADO, MAS EU SOU INTELIGENTE. POSSO AJUDÁ-LO NA FAZENDA, SE VOCÊ ME DER UMA CHANCE", DISSE TOBIAS.

 

JOAQUIM PISCOU ALGUMAS VEZES, PROCESSANDO A INFORMAÇÃO. DEPOIS DE UM MOMENTO, ELE FINALMENTE SORRIU. "BEM, EU SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ ERA UM BURRO ESPECIAL, TOBIAS. VAMOS TRABALHAR JUNTOS, ENTÃO."

 

ASSIM, TOBIAS COMEÇOU A AJUDAR JOAQUIM NA FAZENDA. COM SUA INTELIGÊNCIA E DEDICAÇÃO, ELES DOBRARAM A PRODUÇÃO DE MILHO E TORNARAM A FAZENDA MAIS PRÓSPERA DO QUE NUNCA. JOAQUIM, AGORA, NÃO CHAMAVA MAIS TOBIAS DE "BURRO", MAS SIM DE "AMIGO".

 

NO ENTANTO, MESMO COM TODO O SUCESSO, TOBIAS AINDA SE QUESTIONAVA. UM DIA, OLHANDO PARA O CÉU ESTRELADO, ELE MURMUROU PARA SI MESMO: "EU SOU BURRO?"

 

A CORUJA, QUE AINDA VIVIA NOS GALHOS DA ÁRVORE PRÓXIMA, OUVIU E RESPONDEU: "NÃO, TOBIAS. VOCÊ É MUITO MAIS INTELIGENTE DO QUE IMAGINA. APENAS CONTINUE SENDO VOCÊ MESMO."

 

E ASSIM, COM UM SORRISO NOS LÁBIOS, TOBIAS SABIA QUE SUA INTELIGÊNCIA NÃO TINHA LIMITES, E QUE ELE ERA VERDADEIRAMENTE ESPECIAL, MESMO QUE FOSSE APENAS UM "BURRO" AOS OLHOS DOS OUTROS.