ERA UMA VEZ, NO BOSQUE DO CANSIGLIO EM VENEZA NA ITÁLIA, DOIS PÁSSAROS MUITO ESPECIAIS. DONA CORUJA, COM SEUS GRANDES OLHOS DOURADOS E PENAS QUE BRILHAVAM SOB A LUZ DO LUAR, ERA CONHECIDA POR SUA SABEDORIA E SERENIDADE. MORAVA NO ALTO DE UM CARVALHO CENTENÁRIO, DE ONDE OBSERVAVA O MUNDO COM CURIOSIDADE E CUIDADO. JÁ O SENHOR COTOVIA, COM SEU CANTO MELODIOSO E PLUMAGEM DE UM AZUL CELESTE, ERA A ALEGRIA DAS MANHÃS NA FLORESTA. SEMPRE ACORDAVA OS OUTROS ANIMAIS COM SUAS CANÇÕES ALEGRES E ENCHIA OS DIAS DE MÚSICA E RISADAS.

 

DONA CORUJA E SENHOR COTOVIA NUNCA HAVIAM SE ENCONTRADO, POIS A CORUJA ERA NOTURNA E A COTOVIA, DIURNA. CONTUDO, AMBOS SEMPRE OUVIRAM FALAR UM DO OUTRO. DONA CORUJA, NAS NOITES SILENCIOSAS, ESCUTAVA AS HISTÓRIAS DOS VENTOS SOBRE O CANTO MÁGICO DO SENHOR COTOVIA. JÁ O COTOVIA, AO AMANHECER, OUVIA OS MURMÚRIOS DAS FOLHAS SOBRE A SABEDORIA E A BELEZA DE DONA CORUJA.

 

UM DIA, ALGO INUSITADO ACONTECEU. UM ECLIPSE TOTAL DA LUA FEZ A NOITE SE MISTURAR COM O DIA, CRIANDO UM CREPÚSCULO QUE DUROU HORAS. FOI NESSE CENÁRIO MÁGICO QUE OS DOIS PÁSSAROS SE ENCONTRARAM PELA PRIMEIRA VEZ. DONA CORUJA, CURIOSA COM O DIA QUE NÃO AMANHECIA, SAIU DO SEU CARVALHO E VOOU EM DIREÇÃO AO NASCER DO SOL. SENHOR COTOVIA, INTRIGADO COM A NOITE QUE NÃO ESCURECIA COMPLETAMENTE, VOOU EM DIREÇÃO AO PÔR DO SOL.

 

NO MEIO DO CAMINHO, SEUS OLHARES SE CRUZARAM. O CORAÇÃO DA CORUJA ACELEROU AO VER AQUELE PÁSSARO DE PLUMAGEM AZULADA, ENQUANTO O COTOVIA FICOU HIPNOTIZADO PELOS OLHOS DOURADOS DA CORUJA. POR UM MOMENTO, O BOSQUE FICOU EM SILÊNCIO, COMO SE TODOS OS ANIMAIS ESPERASSEM PARA VER O QUE ACONTECERIA A SEGUIR.

 

COM UM GESTO TÍMIDO, SENHOR COTOVIA COMEÇOU A CANTAR UMA CANÇÃO SUAVE, DIFERENTE DAS SUAS HABITUAIS CANÇÕES MATINAIS. DONA CORUJA, ENCANTADA, RESPONDEU COM UM PIO MELODIOSO, CHEIO DE HARMONIA. ERA COMO SE SUAS ALMAS SE RECONHECESSEM, UM ENCONTRO DE LUZ E SOMBRA, DE NOITE E DIA.

 

COM O PASSAR DO TEMPO, DONA CORUJA E SENHOR COTOVIA DESCOBRIRAM QUE, APESAR DE SEREM TÃO DIFERENTES, TINHAM MUITO EM COMUM. COMPARTILHAVAM HISTÓRIAS SOBRE A FLORESTA, FALAVAM DOS SEUS SONHOS E DAS SUAS AVENTURAS. A SABEDORIA DE DONA CORUJA COMPLEMENTAVA A ALEGRIA DO SENHOR COTOVIA, E JUNTOS ENCONTRARAM UM EQUILÍBRIO PERFEITO.

 

DECIDIRAM QUE, APESAR DE SUAS NATUREZAS OPOSTAS, PODIAM VIVER UMA VIDA JUNTOS, RESPEITANDO O TEMPO UM DO OUTRO. DURANTE O DIA, SENHOR COTOVIA ALEGRAVA A FLORESTA COM SUAS CANÇÕES, ENQUANTO DONA CORUJA DESCANSAVA EM SEU CARVALHO. À NOITE, DONA CORUJA GUIAVA O SENHOR COTOVIA COM SUA SABEDORIA SOB A LUZ DO LUAR, ENQUANTO ELE CANTAVA CANÇÕES DE AMOR PARA ELA.

 

E ASSIM, O BOSQUE TESTEMUNHOU O AMOR DE DOIS PÁSSAROS BICUDOS, QUE APRENDERAM A CELEBRAR SUAS DIFERENÇAS E A VALORIZAR O QUE CADA UM TINHA DE MELHOR. DONA CORUJA E SENHOR COTOVIA VIVERAM FELIZES, MOSTRANDO A TODOS QUE O AMOR VERDADEIRO TRANSCENDE QUALQUER BARREIRA, ATÉ MESMO A DO TEMPO E DO ESPAÇO.

Saulo Piva Romero
Enviado por Saulo Piva Romero em 31/05/2024
Reeditado em 31/05/2024
Código do texto: T8075527
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