UM LÁGRIMA CHAMADA TRISTEZA
Naquela noite, todos os sentimentos foram convidados para grande festa no Teatro das Almas, dizia o coração, o grande mestre da cerimonias. que pela manhã, cada sentimento receberia um convite, ao saber a tristeza, foi indiferente, como se apresentar diante dos mais belos sentimentos, com o passar do tempo, ela apenas possuía, usou seu velho vestido rasgado, e demais, não saberia como ver a sua irmã a felicidade. Ao amanhecer o dia estava chuvoso, o dia perfeito que a tristeza amava, pela fresta da janela, ela contemplava o vazio daquela manhã, sabia que que não receberia o convite. Há tempos os outros sentimentos nunca mais a visitará. Enquanto a chuva tocava em seu telhado notas melódicas ela ouviu alguém gritar seu nome. pensou ser mais um dos seus devaneios, mas desta vez era o carteiro, ela abriu aporta e ele e estava todo molhado, ela o convidou a entrar, ele sem jeito aceitou o convite, e reparou que a casa da tristeza era vazia, que apenas havia marcas na parede, que como existissem quadros pendurados.
Ele tomou chá de hortelã com bolinhos de chuvas,mas,ele queria ficar ali percebeu que a tristeza tinha os mais belos olhos que ele havia visto, tinha todas as cores, um castanho como a tempestade da manhã. verde como bolas de sabão, azul com o céu. Por um momento o carteiro se perdeu naquele olhar, se viu criança e sua mãe que cuidava de seu machucado, quando caiu de bicicleta, ou quando sua velha esposa se foi, aquele olhar era mágico . ele queria ficara ali horas. Ele entregou o convite e foi embora. Ao abrir, ela leu que cada sentimento deveria ir com seu melhor traje. mas ela não tinha apenas seu velho vestido, cheio de marcas, rasgado e costurado pelo tempo. Então ela abriu seu guarda roupa que tinha diversos cheiros e perfumes, e em uma caixa de sapato, havia diversas fotos, mas aquelas fotos não suas, eram dispersas de um lugar distante, de lugares distantes. Ao chegar na festa, todos estavam lá, a solidão em um canto qualquer, a felicidade que era a atração da festa, e sabendo que sua irmã estava ali, elaborou um concurso, a mais bela vestimenta ganharia a coroa; então todos votaram na tristeza, ao subir, a felicidade ria do vestido da tristeza, ela não se sentia triste, pois ela era a personificação da tristeza. Mas aquele dia em que todos riam dela, algo veio em sua alma, ela olhou para cada sentimento e disse: Todos riem do meu vestido, por ele ser manchado, remendado, mas vocês querem saber, o que significa cada remendo ou mancha que trago? O silêncio foi ensurdecedor. ela olhou para solidão e disse, vê essa marca, em tons vermelhos? Lembra solidão, daquela menina que perdeu seu namorado, foi em mim que ela chorou toda noite antes de se jogar da sacada daquele prédio, vê aqui esse remendo saudade, você disse que um dia o tempo curava tudo, pois é dizem, que todos os domingos ele vai a praça esperar por ela. Olha amor, marcas de lágrimas materna, naquela noite ele não voltou na casa, um coração partido colidiu em seu carro. A tristeza mostrava pra cada sentimento o por quer de suas marcas e remendo em seu vestido. Então minha irmã. te chama de felicidade, sabia que antes de tudo isso, cada um era feliz, cada um tinha sonhos, mas acho que não sabe o que é tristeza, seu riso embriaga, seu sorriso é como morfina, suas gargalhadas estão nas ruas, olhares fixos como zumbis, corpos se vendem. Carrego em mim todas dores do mundo, todas as lagrimas doces e salgadas, conheço cada tipo de sangue, até os mais raros. mas você felicidade, usa o mais belo vestido dessa noite.
O silêncio se fez ali e todos havia a embora, antes de irem, a tristeza cochichou ao ouvido de sua irmã.: Pode ficar tranquila, não vou dizer que esse vestido é seu, você é o que mais desejam, não me importo em pensar que me vejam assim, por causa desse vestido, ouvir as mais belas declarações de amor, histórias que nem fascinavam, até o silêncio de muitos me fazia dormir. Ao sair o carteiro, não eixou de perguntar algo que o afligia o dia todo, Dona Tristeza, hoje em sua casa vi que na parede haviam marcas, de quadros, de quem eram e pra onde foram? Meu velho e bom carteiro, só posso lhe dizer uma coisa, você e sua esposa era o quadro que mais gostava de olhar. Ela tinha os olhos castanhos, a cor que mais adoro.