- II -

 

Mônica

 

Enquanto o outro rapaz falava, mal pude acreditar no que os meus olhos viam. Era ela! Não tinha como esquecer aqueles olhos castanhos esverdeados e aquele maldito sorriso. Simplesmente não tinha como, ficava embasbacado instantaneamente.

 

Ela pediu desculpa e se sentou ao canto da sala. Notei que havia uma cadeira vazia ao lado dela e tomei o lugar.

 

- Oi, Mônica, lembra-se de mim?

 

- Olá, moço, há quanto tempo! - disse enquanto se ajeitava na cadeira.

 

Apertei meus olhos, encarando-a. Na minha mente, um turbilhão de dúvidas contraditórias surgia: “Por que ela não me visitou no hospital?”; “Ela não se sentia culpada pelo meu acidente?” e “Será que ela quer algo comigo?”.

 

De repetente, na minha cabeça, surgiam imagens dela me resgatando do lago e fazendo as manobras de reanimação cardiopulmonar. Dela também emanava um fluído dourado das mãos, junto com filamentos verdes que pareciam se conectar ao meu corpo. Ela murmurava uma coisa, parecia ser uma invocação.

 

Enquanto isso, várias coisas aconteciam ao redor, uma das amigas dela ligava para a ambulância, outra, vendo que não daria tempo para o socorro chegar, organizava o carro e tirava um colar cervical. Acho que elas trabalhavam com saúde ou eram socorristas. Pessoas comuns não teriam esse tipo de equipamento guardado no carro.

 

Nesse meio tempo, uma presença muito luminosa surgiu inesperadamente, aquele ser era a mesma pessoa que veio me dar o cartão.

 

Além de tudo isso, havia uma coisa estranha que me incomodava muito nessa visão: essas imagens que vinham como se eu fosse ela, o que me assustou bastante! Acho que ela percebeu, de alguma forma, que eu captei essas imagens dela e o meu assombro instantâneo.

 

- Fico feliz em saber que está bem! E mais ainda que você aceitou o convite! – sorriu - acho que uma parte sua tenha se despertado. Fico feliz em termos feito essa conexão!

 

Apenas sorri sem jeito e cocei a cabeça. “Será que ela também lê a minha mente?” “Será que ela sabe que eu acessei essa memória da cabeça dela?”.

 

- Acho melhor a gente se focar no que os outros também tem a dizer – logo em seguida, levou os dedos aos lábios fechados, indicando silêncio, e apontou com o queixo para frente.

 

Entendi a mensagem e decidi tentar prestar atenção ao jovem que estava falando.

 

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Observação: Imagem gerada por Inteligência Artificial. Essa pessoa não existe, embora possa probabilisticamente se parecer com alguém real.

 

Manassés Abreu
Enviado por Manassés Abreu em 06/11/2023
Reeditado em 03/04/2024
Código do texto: T7926166
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