O bueiro
Alguém jogou um papelzinho ao chão que passeou nas chuvas da região
Entrou no bueiro
Sem ter como sair
Chamaram o bombeiro
Pra dar uma solução
E foi juntando gente
Chegou a reportagem
Procurando Ibope
Pela melhor imagem
O bueiro entupido
Por um simples papel
Atirado sem juízo e sem razão
Assim ao léu
O culpado era o Créu
Nome dado pra rimar
Desconhecido
Do poeta no lugar
É mera coincidência
Até mera semelhança
Mas papel ao chão
É coisa de criança
Alguém pensou assim
Porém não era o fim
Entupiu toda a cidade
A praça e o jardim
Todos de galocha
Tiveram que andar
Porque o número dois
Se espalhou sem avisar
Mas quem jogou o papel
Não foi nenhum anjo
Por incrível que pareça
Foi obra de marmanjo
O bueiro entupido
Deu o que falar
E colocaram mais lixeiras
Para o lixo reciclar
Xô lixo
Xô lixo
Não vamos sujar
Não ser pior que bicho
Que faz número dois
E não sabe se limpar