Os Cavaleiros dos 7 Reinos (FANFIC) 6-Simon Toyne
- Agora tente jogando água! Falou Simon Toyne, um homem barbudo com o cabelo brilhoso penteado para trás e vestido com uma armadura amarela com detalhes em preto. Ele era o líder da tão falada Irmandade da Mata do Rei, e servia o vinho de uma jarra em uma caneca de madeira. Seu olhar estava atento para a cena que se desenrolava à sua frente.
Uma mulher linda e perfumada, de cabelos loiros e olhos vidrados, conhecida como Wenda a Corça Branca, surgiu carregando um balde de água. Com movimentos bruscos, ela jogou o liquido gelado sobre a cabeça de Merrett Frey, que estava caído e inconsciente. A água fria o atingiu com um choque, fazendo-o acordar agitado e assustado, com os olhos arregalados.
Merrett Frey, com sua aparência desgrenhada e trajes sujos, estava claramente perturbado pelo súbito despertar. Seu coração batia acelerado enquanto ele olhava ao redor tentando entender o que havia acontecido. Aquela antiga mina abandonada, um lugar sombrio e decrépito, parecia ainda mais assustadora naquele momento, e o som distante de gotas d’água ecoando pelas paredes de pedra acrescentava uma atmosfera sinistra a cena.
- Oh, acordou, querido gordinho? Parece que sua soneca acabou! Agora você pode participar da diversão do jeito certo... Molhado e cheio de pavor! Hahaha! Falou um fora da lei com um sorriso sinistro em uma boca sem lábios!
Merrett Frey estava em uma situação desesperadora, com as mãos e pés amarrados de tal maneira que sua posição era desconfortável e constrangedora. A rainha Rhaella, Lady Jeyne Swann e sua septã, também amarradas, observam a tudo com expressões de pânico. Diante dele, uma fogueira de chamas fortes crepitava.
- Você vai contar tudo o que sabe! Onde está o tal do caldeirão? Questionou Wenda com a voz carregada de ameaça, enquanto segurava um ferro em brasa diante do rosto do jovem escudeiro.
Sob a cruel tortura de Wenda a Corsa, Merrett Frey não resistiu por muito tempo. Gritando de dor, ele finalmente cedeu e revelou o que sabia. Tremendo e com o rosto contorcido pela agonia, o escudeiro revelou que o grupo de homens que saíra de Porto Real estava em busca da Torre da Curva D’Água, onde acreditavam que o caldeirão estava escondido. Ele mencionou que o próprio meistre Pycelle tinha dado essa informação aos homens antes de partirem.
Wenda com um olhar de triunfo, marcou o brasão de sua casa nas nádegas de Merrett como uma lembrança. A fogueira ainda crepitava forte, lançando sombras sobre a cena de tortura, enquanto Merrett se contorcia de dor e desespero.
- Ora, ora, meus amigos, estou convencido de que a Torre da Curva D’Água está ao norte, na Mata de Lobos, as margens do rio Faca Banca. Eu, o nobre Fletcher Dick, conheço bem o lugar, e garanto que será lá que a encontraremos! Falou um homem com vestes verdes e um arco nas costas.
- Ouro algum por mim é recusado, Das pessoas sou grande flagelo, Oh irmãos da Mata do Rei, Temíveis Foras da Lei. Cantarolava Wenda distraidamente.
- Bem meu caro Dick, você está redondamente enganado. A torre realmente está aqui, mas está em ruínas. Nada além de destroços!
- Ha-ha-ha... Concordo com o nosso amigo Ulmer, já me escondi naquelas ruinas muitas vezes, e posso lhes assegurar que naquele lugar não tem nada! Diz o fora da lei sem os lábios.
- Eu não colocaria meus pés lá por nada neste mundo. A Torre da Curva D’Água está infestada de criaturas marinhas que emergem das águas do rio Wendwater, prontas para devorar qualquer um que se aproxime. Acreditem camaradas, lá não é um bom lugar de se ir! Falou um homem extremamente grande conhecido como Ben Barrigudo.
Enquanto o dialogo continuava diante da fogueira, Simon Toyne observava em silencio. Sua expressão era indecifrável, e seus olhos brilhavam com uma mistura de determinação e medo. Sem dizer uma palavra, ele pegou uma lamparina e acendeu-a. E com passos confiantes, se dirigiu a uma passagem escura na parede desaparecendo na escuridão.
O líder da irmandade avançava pela longa e interminável caverna, um corredor que parecia se estender infinitamente. Cada passo o levava mais fundo na escuridão e frio crescente.
- Droga, esqueci o casaco! Pensou enquanto caminhava.
O ar úmido da caverna parecia penetrar seus ossos e ele podia ver sua própria respiração condensando em pequenas nuvens à medida que avançava. A escuridão ao seu redor era quase total, e a lamparina que ele carregava se tornava a única fonte de luz. As paredes da caverna pareciam se fechar sobre ele, e o som de suas passadas ecoava de forma melancólica pelo túnel vazio. Apenas do desconforto crescente, Simon estava determinado a prosseguir, a cada passo ele se perguntava se estava fazendo a coisa certa.
De repente no meio do caminho sua lamparina ilumina uma figura misteriosa em volta em um capuz sombrio, rapidamente ele diminui a chama. A escuridão da caverna parecia se concentrar ao redor da figura, obscurecendo detalhes, mas algo em sua presença irradiava uma aura de poder e frieza. O capuz escondia a maior parte do rosto da figura, mas os olhos azuis que espreitavam de dentro das sombras eram brilhantes como gelo eterno. Eles destoavam da escuridão que os cercava, e uma sensação de temor se apoderou de Simon Toyne, pois ele sabia que estava diante de algo além da sua compreensão, tinha a sensação de estar diante de um dos Outros, as lendárias criaturas das histórias do norte.
Seu coração batia mais rápido diante o encontro inesperado, e dominado pelo temor diante a figura misteriosa, reuniu sua coragem e disse com uma voz firme:
- Em breve lhe entregarei o caldeirão como o prometido, minha senhora!