Os Cavaleiros dos 7 Reinos (FANFIC) 5-Rhadagarth
Um par de mãos enrugadas cava cuidadosamente um pequeno buraco no solo macio e escuro. Com dedos trêmulos, colocam uma muda de flor da lua no solo e carinhosamente começam a cobri-la com terra enquanto algumas palavras suaves, parecidas com uma canção de ninar são murmuradas. As mãos, agora sujas de terra, pegam um regador e banham a flor da lua com água fresca. Um sorriso suave e arrogante se espalhou por entre a barba longa e grisalha do velho senhor enquanto ele observa a flor recém plantada balançar suavemente ao vento. Neste instante um texugo curioso se aproximou, as mãos do velho se estendem oferecendo um gesto de amizade, e soltando um longo suspiro o homem se levanta, seu corpo curvado e sua túnica simples e rustica eram um testemunho de uma vida longa e cheia de experiencias. Seus olhos profundos e emblemáticos agora estavam tomados de preocupação.
- Lamento por não encontrarmos seu amigo! Ele não deve ter sofrido muito, os lobos devem ter devorado ele rapidamente! Disse Sir Jonothor Darry tentando de alguma maneira confortar o escudeiro Jaime Lannister.
- Na verdade não éramos muito amigos! Mas ele ainda poderia ser útil de alguma forma! Argumenta Jaime.
Os cavaleiros seguem pela trilha. Sir Barristan diz que pelo mapa já deveriam ter chegado nas ruinas da Torre da Curva D’Água...
- Estão perdidos? Escutam uma voz fraca e rouca vinda de algum lugar. – Estão perdidos? O que a Guarda Real quer aqui tão longe dentro da Mata do Rei? O que procuram? Estão perdidos?
- Buscamos a Torre da Curva D’Água! Viemos buscar o Caldeirão de Yeen pertencente ao rei Aerys II Targaryen! Falou Sir Oswell Whent.
- Nas ruinas da Torre da Curva D’Água você quer dizer! Mas para que proposito o descendente Targaryen deseja o caldeirão justamente neste momento de nossas vidas? O que ele está tramando?
- Não lhe interessa! Pode nos ajudar a encontra-la ou não? Esbraveja Sir Jonothor.
- Depende! Depende muito!
Sir Arthur Dayne sussurra algo no ouvido de Sir Barristan, e em seguida o cavaleiro mais velho grita:
- O que você deseja?
- O quê? Ah... Boa pergunta! Aquela voz parecia vir de todas direções: - Eu desejo que o reino seja mais tolerante com os plebeus que moram na Mata do Rei, desejo alguns direitos!
Novamente, por alguns segundos, Sir Arthur Dayne sussurra no ouvido de Barristan, e o velho cavaleiro volta a gritar:
- Em nome do rei Aerys II Targaryen, os moradores da Mata do Rei terão suas pastagens expandidas, poderão derrubar algumas árvores e caçar alguns cervos do rei durante o outono!
Um velho senhor vestido como um meistre e usando um chapéu pontiagudo de mago aparece atrás do grupo assustando a todos:
- Deixem seus cavalos aqui e me sigam... Disse o velho.
Jaime, Lorde Sumner e Sir Whent ficaram cuidando dos cavalos e o restante seguiu lentamente o velho.
Os quatro homens caminharam por algumas horas através da densa selva até que uma visão incrível se revelou diante deles: uma torre alta e antiga, construída inteiramente com pedras pretas oleosas, parcialmente escondida pelo dossel verde da selva. O que tornava essa visão ainda mais notável era o fato de que a selva não se aproximava da torre. Uma área estéril e sem vida envolvia a estrutura, como se a própria natureza recuasse em reverencia perante sua presença. A entrada do local estava parcialmente obstruída, com detritos espalhados e pedras quebradas.
- Aí está! Agora é só procurar! Tomem cuidado, lá dentro está tudo se desmanchando!
- Você vem junto velho! Ordena Sir Jonothor Darry.
- Quem busca algo são vocês! Eu não ouso entrar aí nem que o próprio deus afogado me ordenasse!
Sir Arthur e Sir Jonothor, abrem caminho através dos destroços e entram na torre.
Sir Barristan fica no lado de fora acompanhado do velho misterioso.
- O caldeirão não deve estar aí dentro...
- O que? Porque não disse isso antes deles entrarem?
- Eles não acreditariam em mim, iriam de qualquer forma!
- Se o caldeirão não está aqui onde ele pode estar?
- Não faço a mínima ideia, mas ele é muito importante para ficar jogado assim a esmo em qualquer lugar! Ele tem o poder de ressuscitar os mortos! Você sabia disso?
- Tenho conhecimento dessa lenda!
- Não é lenda, isso já foi feito! Oito mil anos atrás, quando a longa noite tomou conta do mundo! Um povo maligno descobriu este caldeirão e o usou de uma maneira maléfica, eles queriam dominar tudo, o máximo que conseguissem. Mas para nossa sorte eles foram derrotados pelo Azor Ahai. E o próprio Azor Ahai recuperou o caldeirão e com o objetivo de destrui-lo o levou até a Montanha de Fogo em Sothorius. E depois disso ninguém mais teve notícias. Quer dizer, dizem que quando o Targaryen conquistador uniu os reinos ele recebeu de alguém como presente o suposto caldeirão.
Então a noite caiu e a escuridão tomou conta da floresta, a dupla da guarda real retorna do interior da torre, dizendo que não tem mais como procurar o caldeirão, pois estava tudo destruído e soterrado. Eles decidem acampar e acendem uma fogueira para iluminar e aquecer o ambiente.
E o velho que os havia guiado até ali, partiu silenciosamente na escuridão, desaparecendo entre as sombras da floresta.