As diversas vidas de Luk
Era a terceira vez que seu mundo ruia, que o chão aos seus pés desaperecia. Estava tão exausto daquilo, o processo era estenuante. Mas no fundo, no âmago da alma, ele sabia que era necessário, que algumas lições foram ignoradas e que era necessário recomeçar.
Absorto em seus pensamentos escuta um barulho ao fundo, que aos poucos foram se transformando em uma voz:
___ Professor Lampyride? Professor Lampyride? Soou o sinal, o senhor não veêm?
Lampyride ressurgindo do mais profundo da sua mente, retomando muito rapidamente a consciência responde:
___ Mas é claro. Vamos rápido para não deixar nossas estudantes esperando.
Era inacreditável o que estava acontecendo com Lampyride, havia voltado no tempo e estava vivendo em pleno incício do século XX. Tudo que vivera até aquele momento era incacreditável para qualquer ser, por isto Luk ou professor Lampyride, fazia do silêncio uma companhia perpétua. Quem acreditaria em sua história. E quanta dor, ela ainda era vivida em sua memória... única parte de sua vida ainda insuperável. A dor, que antes era motivo de lamúrias, hoje entendida como sinal de vida, de possibilidades, de lembrança das más escolhas, de concelheira.
Luk havia aceitado seu destino, estava preso ao início do século XX, não poderia falar disto com ninguém jamais ou tentar tirar proveito próprio disto de qualquer forma. Assim, engendrando uma forma de rebeldia, resolvera que através da educação, da instrução, da erudição, quem sabe algumas pessoas poderiam ter suas vidas transformadas e não ter que carregar o peso qual jamais imaginou, ser tão esmagador...a solidão.