O Guerreiro e o Dragão II (Piloto)
Com relutância, Marion pega a menina e elas fogem dali. O guerreiro e o dragão se encaram. Absinto continua surpreso ao ver que o homem a sua frente não está intimidado com a sua presença e muito menos exala qualquer medo ou superação a esse medo. Também não conseguia ouvir o som de um coração disparado. Os batimentos de Ingvaar estavam normais. De certa maneira isso assusta ao dragão, pois jamais se encontrara como alguém como ele. Esse guerreiro precisa morrer, é uma grande ameaça.
- Hahahaha! Não adianta mandar a criança-amazona fugir. Depois que eu acabar com você, e prosseguirei em trazer o caos e o terror a esta cidade. Sua bravata é admirável, mas não livrará esse reinozinho miserável de sua destruição. Apenas atrasou um pouco o tempo de vida deles. – Disse o Absinto, um dragão do tipo Wyvern com escamas de cor esmeralda-viva.
- Humpf! Vais continuar com essa conversinha, ou vamos lutar para valer? – Provocou Ingvaar.
- Sua ousadia lhe custará caro humano! Saiba que tudo o que acontecer neste lugar daqui por diante será sua culpa! Eu deixaria algumas pessoas dessa cidade viverem para que anunciem aos quatro ventos o terror que nós, sob a liderança de Dunkelheit traremos a este mundo. Mas, por sua causa, não deixarei ninguém vivo! – Disse Absinto com grande irritação.
Antes que algo acontecesse, um clarão surgiu e Ingvaar se viu em outro lugar, uma planície pedregosa, cercada de imensas montanhas, ilhas suspensas no ar, e um pequeno lago bem à sua direita. A lua e o sol estavam lado-a-lado. Diante dele, um dragão de proporções gigantescas.
- Mas o que? De novo aqui? O que você quer afinal? Lutar comigo?
- Não humano! Mais uma vez ofereço oferta para unir-se a mim e ganhar os meus poderes. Para isso, terás que renunciar tua humanidade. Porém, se aceitares, conseguirás vencer este e os demais dragões facilmente e terás longa vida se não fores morto.
- Eu repito a minha resposta: EU NÃO QUERO! Que insistência! Pelo contrário! Eu libero você dessa espada. Vá descansar em paz.
- Humano tolo! Achas que podes despachar-me como manda embora um subalterno? Não posso ir embora e enquanto for o portador dessa espada, ouvirás a minha voz. E cedo ou tarde precisarás do meu poder.
- Tudo bem! Mas a minha resposta é não! Eu nasci humano, e morrerei humano quando o meu tempo neste mundo acabar. Não serei nada além disso. E já que não lutarás comigo, não atrapalhe a minha luta contra aquele absinto.
- Como tu és ousado humano! Absinto tem razão quanto a você! Muito bem! Será como quiseres! Vejamos até onde poderás ir!
Ingvaar perceber estar de volta ao reino de Frau e diante de Absinto. Na verdade aquele fenômeno não tirou o corpo de Ingvaar de onde estava, mas seu espírito foi em um momento, que é impossível contar no tempo vulgar, para aquele lugar diante de Eisen, pois a imensa espada que empunha não é somente feita com partes do dragão de ferro, como o poder e a alma da criatura estão na espada.
Nem mesmo Absinto conseguiu perceber o que acontecera. Tal fenômeno é imperceptível aos olhos das criaturas mundanas, somente os Divinos (deuses) podem perceber e compreender o que acontecera.
- Agora humano, prepare-se para o seu fim! – Diz Absinto ameaçadoramente.
O Wyvern abaixa o seu corpo e lança o seu rugido contra Ingvaar. Um mortal jato de ácido com odor letal corrói tudo o que está em volta. Antes de expelir todo o ácido em seu rugido, Ingvaar surge diante dele, do meio do ácido, usando a espada como escudo e contra-ataca mirando a cabeça de Absinto, mas acaba errando, pois ele esquiva e o guerreiro atinge com força o chão.
Absinto contra-ataca tentando mordê-lo fatalmente, mas Ingvaar também se desvia. O Wyvern se ergue para evitar que seja golpeado. É verdade que os dragões possuem a pele mais resistente do que mil muralhas de ferro, mas a parte de baixo do seu corpo não tão resistente quanto o dorso. Contudo, isso não significa que qualquer arma possa feri-lo caso atinja seu ventre, por exemplo. Vale lembrar que Ingvaar é portador da espada de duas mãos do dragão de ferro, Eisen, cuja partes de seu corpo também produziram a espada longa que o mesmo dragão dera a Erik Thorvaldson, ancestral de Ingvaar. Assim, Ingvaar poderia golpear em qualquer lugar de Absinto que ele poderá ser ferido.
Ingvaar avança contra o Wyvern que, sobre as patas traseiras, agita suas asas, formando um forte vento com o intuito de jogá-lo para longe. O guerreiro recebe diretamente o vento e é jogado para longe. Absinto avança sobre ele em fúria. Ingvaar consegue recompor-se se desviando e se defendendo dos ataques com a espada, mas sem contra atacar.
- Impressionante! És o primeiro que vejo enfrentando alguém bem maior que você de forma direta! Lembro-me que quando seu pai estava na ilha e matou meus irmãos dragões ele usou não somente a força, mas a destreza e inteligência. Você, porém, usa a força bruta para me enfrentar. Seu comportamento é temerário humano! E isso já lhe custou caro, pois o meu ácido atingiu parte do seu corpo e ainda continuas de pé. Realmente uma façanha digna de alguém que carrega o sangue Thorvaldson. Mas, esse será o seu fim! – Disse o dragão, lançando mais um poderoso rugido contra Ingvaar.
Enquanto isso, as amazonas conduzem as cidadãs do Reino aos abrigos subterrâneos. Marion chega com a pequenina que acaba encontrando sua mãe no abrigo. Eis que a menina chorava. A mãe, também em lágrimas, a abraça com toda a força.
- Agora precisamos voltar e ajuda-lo. – Diz Marion.
- Não Marion! Preciso que fiques aqui com as amazonas. Deixe que o Thorvaldson faça isso sozinho. – Disse a Rainha.
- Mas majestade! Vamos deixa-lo lutar sozinho com aquela criatura?
- Este é o desejo dele jovem capitã. Indo lá só iremos atrapalhá-lo! – Disse o Sábio errante.
A Rainha e a anciã conselheira a expressão preocupada de Marion e ficam surpresas, pois a capitã das amazonas de 17 anos nunca relutou contra uma ordem de sua rainha, mesmo que suas companheiras corressem risco de vida. Elas notaram a expressão de preocupação em seus olhos de esmeralda.
- Não te preocupes jovem capitã dos olhos-de-esmeralda (era assim que ela era chamada – Marion olhos-de-esmeralda, por causa de seus olhos verdes intensos). Aquele grandalhão é um Thorvaldson, e isso quer dizer muito! – Disse o Gnomo.
Eles continuaram a conduzir mais pessoas para o abrigo. Por fim, as últimas cidadãs chegaram. E, ficando ali para protegê-las, o sábio errante, o gnomo, Marion e as amazonas de Frau ouviam os violentos sons feitos por Absinto em sua peleja contra Ingvaar.