A loucura
Certo vez, a loucura entendida pela lucidez, cansada das pessoas certinhas, resolveu se instalar no planeta, e contagiar a todos com sua insensatez e leveza, deixou a humanidade insana, louca, inconsequente, avariada, doida varrida.
Disse que não gostava de pessoas certinhas, chatas, queria gente leve, feliz, sem mágoa, sorridentes, divertidas, pessoas que não desgastam a saúde mental de ninguém, que queiram viver aventuras, loucuras.
Justificou dizendo que a vida é uma surpresa, que vivemos dias intensos de diferentes formas, às vezes dias de sol, de chuva, dias nublados, dias que a gente vive tão intensamente que se quebra por inteiro, se remenda, se constrói, se reconstrói, que chora e que ri;
A loucura aprontou tudo por aqui, causou uma revolução antes de partir, deixou um conselho para toda a humanidade, “aproveite a vida e viva, porque quando você morrer tudo continuará acontecendo do mesmo jeito, da mesma maneira, da mesma forma, o mundo não vai parar porque você morreu ou por sua causa, a primavera não vai parar de florir, as pessoas não vão parar de viver, os pássaros não vão parar de cantar, precisamos entender que somos viajantes só de passagem, portanto, ame, cante, chore, sorria, dance do jeito que quiser e com quem quiser porque o melhor mesmo é viver loucamente. Portanto, loucure-se por aí.