Irmãos de armas !!!
O entardecer se aproximava no fim da batalha, para todos os mortos no chão a derrota ou a vitória não importava mais.
Dois guerreiros do lado vencedor se sentaram em meio aos cadáveres. O guerreiro do norte ainda estava ofegante, olhando para seu desconhecido companheiro pode perceber, que nada o atormentava em meio aquele caos. O guerreiro do sul examinava sua espada procurando alguma possível avaria. O guerreiro do norte não se conteve de curiosidade e perguntou:
– Vejo que você é do sul guerreiro, é bem provável que seja de família abastada, não sabe o que é sofrer ou passar privação. – unindo suas mãos, e colocando o queixo em cima, ele observava seu inusitado aliado.
– Tudo que o guerreiro disse a meu respeito é verdadeiro, o sul tem muita prosperidade sim. – sem tirar os olhos do companheiro ele embainhou sua espada. – sei também que o norte não goza da mesma sorte, e o povo sofre.
O guerreiro do norte já havia recuperado o folego, empurrou o braço de um dos mortos para se acomodar de forma confortável:
– É, mesmo assim lutamos a mesma guerra, do mesmo lado.– O guerreiro do norte retirou um pequeno pedaço de uma erva analgésica, debaixo da armadura, e colocou na boca, depois cruzou os braços, estava muito pensativo. – Matei dez homens nessa batalha, desferi mais de 100 golpes de espada, e você soldado, quantos matou?!
O guerreiro do sul, agora que seu sangue esfriara, sentia uma pequena dor na coxa:
– Também matei 10 homens, somente com 10 golpes de espada, e o resultado final foi o mesmo, a nossa vitória, não me sinto orgulhoso por isso, nós estamos cumprindo ordens, mandaram matar, fui lá e matei! Também havia a possibilidade de derrota!
O guerreiro do norte por dentro ficou ofendido e ao mesmo tempo admirado, quem seria esse homem de destreza minimalista.
O raciocínio do nortista não estava bem, sentia fome, levantou-se e viu um sol vermelho no horizonte. Estendendo a mão ao seu irmão de armas, e disse:
– Me chamo Brat, meus amigos me chamam de Carniceiro, vamos procurar algo para comer.
O sulista apertou a mão do colega, e ficou de pé. Enfiando a mão numa fresta da armadura ele retirou um pedaço de pão e entregou ao companheiro de mãos calejadas, fazendo um sinal de reverência com a cabeça ele disse:
– Sou Priyatel, estou honrado com a sua presença a meu lado, vamos nos juntar a infantaria, hoje certamente vai sobrar comida na janta.
Eles caminharam juntos, lado a lado, até o acampamento. Tinham os seus corpos aquebrantados, nada que comida, bebida e mulher não curasse.