A perda
Com toda certeza nesta vida terrena em algum momento, demore ou não, estaremos sujeitos a encarar algumas perdas. Isto é fato! É só olhar ao seu redor e perceber que para chegarmos até hoje, quantas e tantas perdas familiares, parentes, amigos e conhecidos já tivemos. E somos sobreviventes! Até então privilegiados por estar aqui. Não somos os escolhidos. Quando somos demasiadamente apegados, as perdas normalmente atinge em cheio, causando lágrimas, tristezas, arrependimentos, desespero e depressão. Tudo isso são reações normais, esperadas e de certo modo necessárias para aliviar a tristeza causada pela morte de alguém querido. Todavia, será que elas seriam mais brandas se houvesse a compreensão e a aceitação da eminência da morte? A verdade é que são poucos os que estão preparados para lidar com as perdas. Conta-se uma história de um grande amor fraterno e onde sobre esta família caiu a desgraça do luto. Uma família bem vivida. Classe média alta. O marido, a esposa e os dois filhos. Certo dia a esposa pede ao marido a chave do carro dele para levar os filhos na escola na manhã seguinte. Ele de imediato, meio que ranzinza, diz para ela ir com o carro dela. No outro dia eles levantaram bem cedo e saíram com o carro da mãe. O destino as vezes é muito cruel e perdemos o controle de tudo. Em um farol o carro desgovernado bateu em outro e todos os ocupantes do carro vieram a falecer na hora. Logo após o acidente comunicaram o o ocorrido ao pai daquela família. De imediato, o pai parecia ter entendido e aceitado tudo de forma natural. Mas, não foi bem assim. Para aquele pai culposo pelo acidente foi como se tivesse entrado em um mundo paralelo onde tudo aquilo poderia ser mudado e não haveria aquelas perdas. De algum modo sentia que poderia voltar no tempo várias vezes e tentar impedir que acontecesse aquele acidente. Porém, na realidade não é bem assim que funciona as coisas e os fatos reais. Mesmo que pudesse voltar no tempo e mudar alguma coisa isto iria com certeza alterar toda uma realidade a viver. No entanto, chega-se a uma conclusão que as perdas, apesar de sofríveis, são necessárias para a continuidade das espécies e o luto sempre acontecerá cedo ou mais tarde...