Um Rei e sua Busca por Felicidade

Marcos Felipe II se tornou rei quando seu pai lhe passou o trono. Seu pai, Marcos Felipe I, desistiu de ser rei por não aguentar mais a vida que levava governando o seu Reino. Com o tempo, foi-se espalhando boatos de uma suposta maldição de que aqueles que assumiam o trono, ganhavam muito poder, porém se tornavam infelizes. Esse boato chegou aos ouvidos de Marcos Felipe II, que teve uma ideia para combater a suposta maldição. Ele consultou os chamados senhores auto-ajuda, charlatões da época, que vendiam mentiras em troca de moedas. Marcos Felipe II foi em busca de uma fórmula para a felicidade. Ele tinha em mente que se soubesse como alcançar a felicidade, poderia ter todo o poder e jamais se tornaria infeliz. Ele foi até a casa do especialista divino, este tinha todo o conhecimento do mundo e garantia que seus ensinamentos eram eficazes e aqueles que o ouviam e seguiam seus ensinamentos, não tinham maus resultados. Ele dizia ter ligações divinas com os deuses e estes lhes davam o dom de ajudar as pessoas a alcançarem aquilo que desejavam. Marcos Felipe II ficou empolgado com toda aquela falácia e perguntou ao especialista: – Diga-me, mestre, como posso alcançar a felicidade?

O especialista o olhou, levantou suas mãos ao céu e disse: – Meu filho, ao acordar, você irá dizer consigo mesmo "Eu sou feliz", faça isso três vezes sempre que acordar de manhã. Tem que ter fé! Diga isso e serás feliz.

Marcos Felipe II agradeceu ao especialista e lhe pagou com um saquinho de moedas. No outro dia, ao acordar, o rei lembrou do ensinamento do especialista e disse consigo mesmo, três vezes, "Eu sou feliz". Ele levantou, tomou seu café da manhã e foi para a sua sala. Ordenou que lhe trouxessem o especialista. Seus súditos foram e o trouxeram. O rei estava com uma aparência abatida e estava impaciente. – Diga-me, senhor especialista. Eu fiz o que me disse, mas ainda me sinto infeliz. Não mudou nada. O que tem a me dizer? – perguntou o rei.

– Meu Rei, o senhor deve ter duvidado e não pode duvidar, senão não acontece. – disse-lhe o especialista, um pouco nervoso.

– Está me dizendo que não falei com fé? Eu me questiono por que depositei minha fé no senhor. Súditos deem um fim neste homem. – bradou Marcos Felipe IIi.

– Não, senhor! Por favor, eu conheço alguém que pode te ajudar a alcançar a felicidade. Mas só te direi quem se o senhor me deixar viver. – disse o especialista, suplicando.

O rei ficou esperançoso e perguntou: – Onde posso encontrá-lo?

– Eu te levarei até ele. – disse o homem.

O rei atendeu a súplica do especialista divino e foi com ele até a casa de um homem, conhecido como "O Bruxo", este se dizia o entendedor do sobrenatural. Dizia que a felicidade era algo fácil de se alcançar e ensinou ao rei uma magia para ser feliz, a magia da felicidade. O rei ficou feliz e pagou com um saquinho de moedas, o bruxo lhe disse que a magia só funcionaria se o rei levasse um amuleto e o segurasse com força.

– Eu tenho este amuleto aqui, posso vendê-lo para vossa majestade. – disse o bruxo.

O rei não pensou e comprou o amuleto. Deu mais um saquinho de moedas ao bruxo. Ao chegar a seu castelo, a primeira coisa que fez foi fazer a magia da felicidade. Ele acendeu algumas velas, ajoelhou-se, pensou em felicidade e segurou o amuleto com força. A magia deveria ser feita antes de dormir. Após ter feito a magia, Marcos Felipe II foi para a sua cama e dormiu. Ao acordar… ainda estava infeliz e havia perdido as esperanças. – Malditos enganadores! – exclamava.

Enquanto Marcos Felipe II havia se tornado infeliz. Seu pai, após ter deixado o trono, havia se tornado um homem mais simples, havia comprado uma casa no campo e estava mais feliz, ele cuidava de alguns animais, saía para passear sem compromisso, não era obrigado a fazer algo, ele fazia se assim quisesse. A vida estava mais leve fora do castelo. Porém, a vida do seu filho estava cada vez mais pesada e insuportável. Ele tinha todo aquele castelo, podia exercer seu poder por todo o reino, mas não sabia o que fazer com todo aquele poder, ele só queria ser feliz e pensava que com todo o seu poder, poderia comprar a felicidade ou achar um caminho para tal. Ele havia tentado duas vezes, de duas maneiras diferentes, mas não conseguiu a felicidade. Furioso, o rei ordenou que seus súditos lhe trouxessem o especialista e o bruxo. Os súditos foram e lhe trouxeram os dois. Marcos Felipe II disse que não estava feliz, tinha muito dinheiro, muito poder, mas não tinha felicidade. Ele procurou maneiras de comprar a felicidade ou conseguir ser feliz, mas não conseguiu. Ordenou que seus súditos dessem um fim naqueles dois para que eles não enganassem mais ninguém com falsas esperanças. O bruxo entrou em pânico, suplicou ao rei e disse: – Eu conheço alguém que vai te levar até a felicidade, vossa majestade! Por favor, não me mate!

O rei não estava mais disposto a dar créditos aos falsos mestres da auto-ajuda e ordenou que seus súditos os matassem. Após algumas semanas de infelicidade. O rei recebeu um convite para ir à igreja. Ele levou um tempo pensando se iria ou não, mas decidiu ir. Ao chegar lá, o bispo percebeu sua tristeza e lhe disse: – Vossa majestade, sei o que estás passando. Deus tem a solução para o seu problema.

– Qual, bispo? – perguntou Marcos Felipe II, curiosamente.

– Doe uma parte de suas riquezas para a igreja e irás encontrar o que procuras. – disse o bispo.

Marcos Felipe II doou uma parte de suas riquezas para a igreja na esperança de que se tornaria feliz. Porém, o seu poder financeiro diminuiu e ele não havia encontrado a felicidade. Seu pai, Marcos Felipe I, aconselhou seu filho a deixar o trono e ir viver sua vida no campo, cuidar dos animais e levar uma vida simples. Porém, Marcos Felipe II, não deu ouvidos. Ele não queria deixar o trono. Boatos, então, correram ao redor do castelo, "o rei está à procura da felicidade". Certa vez, um vendedor ambulante bateu na porta do castelo e disse que tinha algo para o rei. Ele estava vendendo um pó branco em um saquinho de plástico. Disse a Marcos Felipe II que se ele cheirasse, iria se sentir feliz. O rei pegou o saquinho, abriu, pôs um de seus dedos no pó e levou até o nariz. Ao cheirar, sentiu uma sensação estranha e instantaneamente se sentiu feliz. Ele não perguntou o que era, apenas queria mais. O vendedor ambulante disse que podia arrumar mais, mas o rei teria que pagar. – Dinheiro não é problema! – exclamou Marcos Felipe II.

A partir desse dia, o rei passou a cheirar o pó misterioso para ficar feliz. Ele realmente ficava feliz, porém, o efeito do pó era temporário e ele precisava sempre estar cheirando para poder se sentir assim. Ao contrário do pai, que estava vivendo no campo, levando uma vida tranquila e saudável, Marcos Felipe II, havia gastado toda a sua riqueza em busca da felicidade. Ele perdeu tudo e ficou doente, o pó causava efeitos colaterais e prejudiciais à saúde. Ele morreu alguns dias após ter sido internado. Seu pai, sentiu muito por ter perdido o filho tão jovem e alguns dias após a morte de seu filho, Marcos Felipe I, destruiu todo o castelo e doou pedaços de terra para os camponeses.

Ruan Vieira
Enviado por Ruan Vieira em 07/04/2023
Reeditado em 07/04/2023
Código do texto: T7757922
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