PAISAGEM ENCANTADA
Aurora nasceu em 1810 na Inglaterra, na cidade de Londres. Era a quinta filha da família Evans, uma família muito rica e importante naquela época. Seus quatros irmãos eram Izabel e Catarina Evans, as gêmeas, Louis, o irmão mais velho e George, o quarto filho.
A mãe e o pai de Aurora eram muito rígidos com ela e com suas irmãs por serem meninas e as obrigavam a fazer aulas de etiqueta. Entre uma aula e outra, Aurora fugia para a beira de um lago que havia perto de sua casa para escrever ou ler abaixo de uma árvore que lá existia. Ela dizia que esse lago e essa árvore formava uma linda paisagem, belos como poesia. Aurora amava poesia, mas sua mãe insistia que ela tinha que aprender a bordar, dançar, tocar vários instrumentos e falar vários idiomas, para que num futuro próximo pudesse ser uma bela esposa, no entanto, não eram esses os desejos de Aurora. Aurora gostava mesmo era de ler, escrever, pintar e aprender coisas novas.
Quando Aurora completou 10 anos sua mãe deu à luz a mais um filho, o pequeno Levi, o que deixou ela muito feliz, não somente por conta do novo irmão, mas, sobretudo porque seus pais iriam estar ocupados com o novo rebento e esqueceriam, por algum tempo de sua existência. Aurora aproveitou cada momento que pôde, enquanto seus pais ocupavam-se com os cuidados do infante mais novo. Leu vários livros e pintou muitas telas que deixavam qualquer um admirado com seu talento, porém isso não durou muito tempo.
No seu aniversário de 12 anos sua mãe começou a levar ela à bailes e eventos importante da família, mas Aurora não gostou nenhum pouco, pois tinha que ficar dentro de um vestido apertado onde mal conseguia respirar e com uns penteados que puxavam seus cabelos. Uma noite Aurora ouviu uma conversa de sua mãe com Catarina, uma das gêmeas que já era casada com um duque, dizendo que estava chegando o momento de Aurora começar a se preparar para se casar. Ao ouvir essa conversa o chão de Aurora caiu, ela entrou num enorme desespero. Correu imediatamente para seu quarto e se debruçou a chorar.
No dia seguinte, rapidamente Aurora pensou num plano para atrapalhar ou mudar essa história de casamento. Fingia estar doente sem nenhum sintoma e para que sua mãe não desconfiasse, fingia-se de louca.
Mas o tempo foi passando e Aurora conheceu Damon Padilha, um jovem mancebo que tinha a mesma idade que ela. Damon havia se mudando a pouco tempo para uma residência ao lado da sua. Aurora rapidamente fez amizade com ele e ambos se apaixonaram um pelo outro. Um amor à primeira vista, mas que nenhum nem outro conseguiam se declarar.
Aurora levou Damon Padilha ao maravilhoso lago. O mesmo lago que estava presente em todas suas pinturas e em todos os seus fabulosos poemas. Ao chegar à beira do lago, sentaram-se abaixo da bela árvore e Aurora perguntou: "consegue visualizar essa fantástica paisagem que parece que saiu de um conto de fadas?" Ele rapidamente sorriu e olhou em seus olhos e a partir daquele momento se tornaram inseparáveis. Gostavam de andar a cavalo, ler, pintar e ir aos bailes.
Aurora e Damon completaram 17 anos e estavam cada vez mais apaixonados, mas ainda não tinham coragem para se declararem um pelo outro. Certo dia a mãe de Aurora a chamou e disse que havia conseguido um pretendente para ela se casar. Ao saber disso, Damon entrou em desespero, pois sentiu que iria perder sua amada se nada fizesse. Rapidamente Damon criou coragem e se declarou para ela, mas sabia ele que não era o suficiente, teria que oficialmente pedir sua mãe em casamento aos pais da amada. Mas como enfrentar a rigidez de seus pais que já lhe haviam arranjado um pretendente?
Damon teve uma ideia. Pediu um quadro para Aurora e foi conversar com os pais de Aurora. Ao ser recebido pela mãe de Aurora Damon ofereceu de presente o quadro e a mulher ficou vislumbrada com o que viu. A pintura lhe remeteu às memórias de quando era menina moça, pois era naquele local que costumava encontrar-se com seu amado que um dia sonhava casar-se, mas que por ser mulher, não teve a chance da escolha.
A pintura de Aurora com aquela paisagem nostálgica surtiu um efeito mágico e sua mãe conseguiu convencer o marido de que Damon era o pretendente ideal para sua filha. Foi então que Damon pediu aos anfitriões a mão de Aurora em casamento. Aurora e Damon se casaram em agosto de 1818 na catedral de Westminster e festejaram a união à beira daquele magnífico lago, contemplando o pôr do sol que completava aquela encantada paisagem de conto de fadas, onde Aurora e Damon viveram até o último dia de suas vidas.