A chocólatra
A jovem tinha lá suas manias...
No meio do dia no seu quarto se escondia
Tirava do seu armário uma caixa e abria
Despejava seu conteúdo sobre a cama e sorria
Centenas de pequenos papéis brilhantes reluzia
Era dos bombons com que se deleitava todo dia.
Delicadamente a jovem apanhava uma por uma das folhas
E por sua cabeça mil lembranças transcorria.
Ao fim de muito tempo,
um por um dos papéis de bombons ela dobrava e guardava.
Esse ritual se repetia todo dia,
porque ela acreditava que no mundo não havia
nem conflito nem agonia
que não se dissipasse
com um bombom a cada dia.