Tempos difíceis
Eu lembro muito bem que o meu pai, sempre foi aquele ser humano que tanto fazia para prover a manutenção da casa em tudo.
Naquela minha casa era tudo simples assim como era o padrão de vida.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas e as cabeçadas, a fé e a religiosidade eram as forças que moviam a vida de todos.
As obrigações com a casa já eram, de certo modo, bem definidas.
A minha mãe, uma pessoa ainda jovem, cuidava dos afazeres de casa e das crianças.
E ao meu pai cabia os afazeres externos que poderiam render alguns valores para manter as despesas da casa e da família.
Ele não tinha uma profissão definida e nem uma escolaridade de ensino médio.
Suas profissões eram doceiro, pipoqueiro, poceiro, fosseiro, verdureiro, lavrador e lenhador.
Naquele tempo eu ainda era um menino. Eu ainda não tinha nem dez anos de idade.
Como já dissera antes, eu morava um pouco distante do centro em um bairro que vi crescer e onde passei toda a minha infância.
Na verdade a cidade era bem pequena e
ainda não tinha todas as melhorias de uma cidade.
Ainda faltava ruas, avenidas, saneamento básico e a rede de água e esgoto estava começando a ser instalada.
A energia elétrica também estava chegando e o gerador de energia ficava no município vizinho.
A nossa casa era bem simples.
Não tinha gás encanado e nem fogão a gás. Na cozinha um grande fogão a lenha.
Todos os dias era comum logo cedo escutar meu pai rachando lenha.
Aquilo era como se fosse um despertador o som do machado batendo sobre o tronco de lenha.
A lenha rachada era o combustivel para abastecer o fogão.
Quando o tronco de lenha estava seco logo era rachado e levado para o fogão.
Aceso e já em brasa, agora era a hora de ferver água em um grande bule.
O coador feito de uma flanela branca com uma argola de arame grosso.
Ali era colocado várias colheres de um café moido na hora.
Ainda dá para sentir o aroma...