Amigo secreto

Eu não sei dizer quando começou esta tradição de fim de ano. Há quem diga que foi difundida pelos povos nórdicos e mais tarde pelos americanos e até chegar no Brasil.

Então, como já percebemos já estamos em novembro e está chegando quase o fim do ano. Com isso podemos perceber como o ano voou. Os enfeites natalinos já começam a decorar lojas e shoppings. Agora já começa a correria, as confraternizações, a busca por presentes para dar a quem amamos e a famosa brincadeira: “O meu amigo secreto é…”.

Isso mesmo e neste ambiente também começa a Novena de Natal. Antes da pandemia que assolou o mundo e claro o Brasil também, as novenas eram celebradas nas casas e apartamentos dos participantes convidados ou que queriam que se fizesse os "Encontros" em suas residências. Normalmente eram nove encontros e o último sendo celebrado com todos os grupos em uma Capela ou Igreja. Sempre iniciando com uma oração, um cântico, uma leitura bíblica, uma reflexão sobre o tema, um gesto concreto, outro cântico, agradecimento e oração final acompanhado de um cântico. Mais ou menos nessa ordem.

Naquele ano em um destes encontros fora proposto um "amigo secreto" e que todos os participantes concordaram. Porém, só que naqueles encontros tinha duas pessoas de família que não se davam bem. Por algum motivo que deixaram ambos sem falarem e nem participarem direito dos encontros. Bem, foi marcado o dia do sorteio que seria colocado em vários papeizinhos os nomes dos participantes. Assim foi feito e cada um tirou um papelzinho onde tinha ali o nome do seu amigo secreto. Cada um tirou o seu e sobrou dois na caixinha. Uma daquela pessoa de cara virada tirou um e a outra pessoa tirou o outro. Claro, ninguém podia dizer quem tirou. Ficando para o penúltimo encontro a revelação do seu amigo secreto. Uma das pessoas brigadas, procurou a coordenação dos encontros e colocou a situação embaraçosa em que se encontrava e queria trocar o seu amigo secreto. Claro a coordenação até que achou justo e deixou pra ela decidir o que fazer quanto a esse fato. Chegou o dia da revelação e cada um foram trocando pequenas lembranças e falando o nome do seu amigo secreto. Qual não foi a surpresa quando só restaram os dois últimos. E eram justamente as pessoas de cara viradas. Não teve jeito era a hora de revelar o nome. Com a voz embargada, e lágrimas nos olhos um apresentou o outro e trocaram um longo aperto de mão que não davam há mais de dez anos....

*este é um conto e qualquer semelhança com fatos reais terá sido uma mera coincidência.

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 09/11/2022
Reeditado em 09/11/2022
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