Falando de Abrigo III
Historicamente foi durante o século XVIII que se sedimentou a ideia de que o aumento populacional afetava negativamente o desempenho económico e isso limitava o crescimento da riqueza de um país.
A pobreza tornava-se onerosa ao Estado e com isso crescia cada vez mais o número de crianças abandonadas.
Nesse período, coube a Igreja Católica, a missão de fundar as "Casas de Recolhimento dos Expostos", ou seja as casas que recolhiam e cuidavam das crianças abandonadas.
De certo modo era competência da Câmara de Vereadores tratar das crianças abandonadas que eram encaminhadas à Santa Casa de Misericórdia.
Além de serem encaminhadas as famílias em condições de criá-las e educa-las.
Mas com o Juiz de Órfãos em 1775, um Alvará regulamentou a questão das crianças expostas.
Retirando da Câmara a responsabilidade por seu encaminhamento.
Nesse período, essa foi sem dúvida a lei mais significativa para o tratamento da situação das crianças abandonadas.
Com isso Intensificou-se o debate em torno de soluções para o abandono das crianças.
Já no Rio de Janeiro, foi implantada a “Roda dos Expostos”.
Que tratava-se de um cilindro oco de madeira, giratório, onde as crianças enjeitadas eram colocadas.
Normalmente essas crianças eram deixadas a noite para não chamar a atenção de moradores próximos as Casas de Recolhimento.
Essas Rodas foram instaladas nos muros das construções de famílias abastadas, conventos ou instituições públicas e acreditava-se com isso haveria a diminuição do índice de mortes por abandono.
Embora tenha sido bastante questionada pela sociedade da época, eles acreditavam ser a Roda dos Expostos um instrumento que na verdade estimulava o abandono.
Em São Paulo teve vida longa e foi utilizada até 1948 no antigo Complexo Sampaio Viana, localizado no bairro nobre do Pacaembu.