"...E saio da vida para entrar na história"
É preciso também conhecer um pouco a história política brasileira.
Conhecer os fatos e os acontecimentos do passado.
Para se ter uma noção de como funciona a política por aqui.
E quem sabe de lá tirar alguma lição.
A Tribuna da Imprensa, era um jornal da época.
Em uma Edição Final, de vinte páginas e três cadernos trazia a manchete Jango Candidato: desafio ao povo carioca.
Ainda não tinha internet.
Não tinha whatzapp.
Já tinha o telex.
Tinha o telegrafo nos correios, estações de trens e outros órgãos públicos.
Já tinha o telefone, provavelmente a "CTB" e no futuro a "Telesp".
E tinha o jornal.
Nota-se que já era muito difícil saber as notícias em tempo real.
E já era um tempo bem difícil politicamente.
Algo bem parecido com o que estamos vivendo.
O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato a presidência.
Candidato não deve ser eleito.
Eleito, não deve tomar posse.
Empossado, devemos recorrer a revolução para impedi-lo de governar.
Estava claro que existia uma campanha contra Vargas e tinha como objetivo forçá-lo a renunciar ou derrubá-lo por meio de um golpe político-militar.
Vargas, estava só, sem o apoio militar.
E abandonado pelos políticos.
Restou-lhe três opções: resistir, renunciar ou suicidar-se.
A solução encontrada por Vargas deixou as lideranças golpistas desorientadas.
Elas poderiam contar com tudo, menos com aquilo.
Sem falar da enorme comoção popular em todo o país.
E agora, fazer o que?
Instaurar a ditadura?
Jogar as tropas em cima do povo?
Nem os mais extremados inimigos de Vargas se atreveria a tanto.
Os conservadores não tiveram outra opção se retraíram e adiaram o golpe.
Com Getúlio, o capitalismo pelo menos incorporava as massas.
Com todo empreguismo e favoritismo, o salário aumentava.
Algumas conquistas ficaram: a estabilidade no emprego e o salário-mínimo.
O Congresso Nacional aprovou a criação da Petrobrás...