REIS LIVRO DOIS PARTE 6
Planíce de Taba's, uma colônia independente de pequenos e médios agricultores e criadores de ovínos, não tão longe cerca de 40 soldados avançam para o povoado, o massacre é lento e com fortes requintes de crueldades, Banny não perdoa a vida de ninguém, nem tampouca das crianças que choram ao ver seus pais tendo cabeçças e órgãos arrancados.
- Jogue aos cães.
- Rainha.
- Logo estaremos no reino e quero ter o prazer de entregar nosso frutos em presentes ao casal real de mentira que insistem em ficar no que é meu por direito, o trono do oeste.
A cavalaria segue para o reino enquanto deixa casas, choupanas, barracões todos entregues ao fogo, a terra é manchada com o sangue e pedaços de carnes dos seus habitantes de anos.
Myanir logo chega ali e ao ver aquela destruição desce do carro e chora o sofrimento da perda do que ali permaneciam.
- Vamos atrás deles?
- Não, enterraremos todos, é desumano deixa-los assim.
- Mais...........
- Sabemos quem fez isso?
- As tropas?
Todos ajudam no enterro enquanto os pajens carregam água em vasos do poço para que se apague os focos das queimas, já perto da madrugada esta tudo feito, a caravana passa o restante da noite ali, distante em sentido ao sul, o norte cavalga em tropas que já somam 600 homens.
Bianca olha para o céu e sente o forte ar do leste invadir suas narinas.
- Vem um forte temporal.
- Fico pálido por este teu dom.
- Fui criada entre as servas do FOGO AZUL.
- Se tornou uma legítima leitora do tempo.
- Tenho de ter algo especial a contribuir com o famigerado leste oriental.
- Por que realmente decidira vir para cá?
- Se arrepende de ter herdado o trono?
- Não, mais eu fui criado para isso e você..............
- Necessito disso, o poder nos faz fortes, nos faz esquecermos o passado que assola as mentes e derruba grandes inteligências como que um raio em vegetação seca.
- Como?
- Sou filha de costureiros, neta de criador de ovelhas, fui jogada a sorte de Mileide D'Jor, senão fosse por ela jamais teria te conhecido, meu rei e senhor.
- Sim, tua tutora te fez da realeza quase que a força.
- Ela é como eu, uma mulher de visão adiantada demais.
- Te acho linda assim, em tudo sua história, sua garra e determinação.
- Pois então continue sendo meu, só meu, não te quero por ai como seu asqueroso primo.
- Serei só teu meu amor.
- Eu sei, meu rei.
- E tendo uma belissima rainha a meu lado.
- Somos juntos o casal mais lindo deste norte. Risos.
Leonor bate de leve a porta do salão, logo Nade abre.
- Olá.
- Olá, trouxe o que te pedi?
- Sim eu consegui.
- Onde está?
- Vem comigo.
- Espere. Leonor assovia e logo a sala é cheia por nove garotas.
- O que é isso?
- São Ugrias.
- Isso eu sei, sabe que são nativas do oeste.
- E?
- Elas não aceitam ordens, não obedecem, são selavagens, assassinas por nascer.
- Fique tranquila, foram muito bem treinadas.
- Por quem?
- Jofre.
- Faz idéia do que elas passaram nas mãos daquele monstro, com certeza estão mortas.
- Seja o que for, sei que estão prontas.
- Para quê?
- Onde está o que eu lhe pedi?
- Venha.
Leonor faz gesto com a mão para que as Ugrias fique ali e segue com Nade que a leva a um quarto no subsolo.
- Por que tão escondido?
- Quer mesmo ver tua casa em fogo e aos ladrões?
- Obrigada.
Nade abre o malão e deste tira 3 rolos em couro, ao abri-los 12 adágas de corte preciso.
- São lindas.
- O que pretende Leonor?
- reaver o que é nosso.
- Ficou louca mesmo, vai ter contra o norte?
- Não será só o norte.
- Com aquelas poucas guerreiras?
- você verá.
- Eu vou arrumar minhas coisas e partir o quanto antes para Azmad.
- Não pode Nade.
- Sim eu posso sei que fui expulsa dali, mais ja faz tanto tempo e tanta ciosa aconteceu, esta na hora de voltar.
- Para quê, morrer?
- tenho ouro, sabe que isso compra a vida de qualquer um.
- Menos a tua, sabe muito bem por que teve de sair na madruga sem olhar para trás e nem ao menos poder se despedir do seu..........
- Por favor, me jurou jamais tocar neste assunto, aquilo ja faz tantos anos, eu não vou atrás dele.
- Dificil acreditar, fala isso agora e depois que estiver lá tão perto do seu filho?
- Ele já não é meu, nunca o foi.
- Saiu de você, é sim seu filho e sabe muito bem o que tudo isso implica para ti.
- Não podia traze-lo comigo.
- Eu sei, por que foi obrigada a entrega-lo ao pai e avós.
- quantas eram?
- as Ugrias, umas 15.
- Veja só, não disse, assuma Leonor, aquele homem fez tantas crueldades a elas que só restaram essas poucas.
- O suficiente para o que almejo, ao fim elas serão bem recompensadas.
- Com o quê, ouro, sabe que elas jamais poderão pisar os pés em suas terras de origem.
- e daí, temos uma guerra e não vou ficar assistindo tudo se perder.
- Já ouvi isso antes e sei muito bem como acabou e você sabe disso tão bem quanto eu.
- Faça o que quiser, deixe a chave daqui com o garoto na pensão.
- Vou leva-lo comigo.
- Se ele assim o decidir, faça.
- Adeus.
- Adeus.
Nade chora ao sentir o abraço de Leonor, logo limpa as lágrimas, se despedindo da grande amiga.
Leonor distribui as adágas entre as guerreiras e ali fazem o juramento das ASSASSINAS CLÃ DE PRATA.
Terminado ali, elas saem enquanto Nade arruma roupas e alguns objetos com auxilio de 3 garotos em duas carroças.
- Vai para onde Nade?
- Vou para o extremo sul.
- Onde?
- Azmad.
- Leve a gente.
- vocês tem famílias.
- Não, moramos aqui e na pensão, nos depósitos de grãos e sacarias.
- Me darão trabalho.
- Não,faremos o que nos mandar.
- Tem certeza que querem ir?
- Sim, por favor.
- Pois então sairemos ao entardecer.
- e a noite?
- Já estaremos á beira do lago de Kall.
- Bem longe hein.
- Meu gado nos leva aonde quisermos.
- Gados?
- Vocês verão.
290522......
A cerimônia de coroação e assumo ao trono ocorre de forma sublime aos olhos de todos ali, no entanto, mau termina o rito real, Bia avança em seu mordomo chefe.
- Seu cretino, falei que queria um vestido azul.
- Mais rainha, o costureiro real achou melhor o vinho.
- Vinho terá de vocês dois venderem pelas ruas e vielas deste reino.
De madrugada ali no leito real, ela se entrega aos prazeres de seu esposo e rei, Oladyr a possui de diferentes pontos, exigindo e dando o estremo prazer do gozo.
- Por que me faz sentir único?
- Talvez você aceite que é só meu, querido.
- te amo.
- Só quero e tenho você por meu, só meu, não aceitarei dividi-lo com mais ninguém.
- Meu amor.
- Sei disso querido, mesmo assim irei ter com todas as damas deste e dos vizinhos de que fique bem claro minha posse total em ti, meu rei.
- tudo bem minha querida rainha do norte.
- Assim é deste jeito que eu gosto e te amo mais ainda. Beijos e caricias são realizadas entre o casal.
250922......
Jardim do Zerdeh, Nade para a carroça, logo tudo armado, 3 tendas sendo que uma para ela e dois pajens, outra para o restante do grupo e a terceira para os objetos.
Quatro fogueiras feitas e carne de porco assado, ervilhas, pães e vinho de arroz selvagem.
Os garotos provam do vinho e logo estão a dançar enquanto o pajem de Nade toca uma flauta, algum tempo todos dormem porém logo Nade acorda, sem ter o sono ela anda pelo acampamento a fazer riscos de sal por volta das fogueiras, antigo rito de feitiçeiros para epsnatar ladrões, espiritos e animais perigosos.
Perdeu seu sono?
- Vá dormir garoto.
- Precisa de ajuda?
- Só durma. Nisso eles ouvem os latidos e logo o trote de cavalos.
- Soldados.
- Vá para a tenda.
- O que vai fazer?
- Vou ver quantos são.
- Vou com a mestra.
- Não sou sua mestra, só fique na tenda.
O garoto faz não ouvir e sai junto dela, após andar por 200 metros eles avistam mais a frente um médio acampamento.
- Ladrões?
- Não, estão mais para cavaleiros do sul.
- Vamos ter com eles?
- Não,vamos voltar para o nosso grupo.
- Eles nos seguirão de volta.
- Vamos ver. eles retornam e asim que chegam percebem que foram visitados.
- Veja as tendas.
- Sim.
O garoto percorre as 3 e retorna a ela.
- Nada, todos dormindo.
- Preciso de proteção.
- Como?
- Vá na tenda e traga um saco vermelho.
O garoto vai e retorna e Nade o apressa a abrir o saco e retirar deste um grande livro de rezas.
- Este?
- Sim.
Nade profere um rito enquanto fura o dedo polegar direito, ao rodear a fogueira ela deixa cair 3 gotas de seu sangue e fecha o livro.
- e agora?
- Vamos para dentro.
- Mais.
- Venha logo, vamos.
Assim que entram 3 tigres visitam ali, logo 2 nativos com 6 soldados do sul andam por ali e quase tropeçam em uma das fogueiras.
- A senhora usou....
- Cale a boca.
- Invisibilidade.
- Fique tranquilo, cale-se, não irá durar muito. Logo eles vão e Nade sai reforçando o feitiço com mais outros ritos e depois retorna a tenda.
- a senhora é uma...............
- Bruxa, talvez, mais guarde para ti, não se esqueça, bruxas não tem perdão.
- Eu sei.
- Durma, teremos de ir bem cedo.
- Obrigado.
- Pelo quê?
- Por salvar e nos proteger.
- Garoto tolo, me salvei e vocês saíram somente no meu lucro.
- Mesmo assim, obrigado.
O garoto adormece e repousa uma mão no peito de Nade que segura com as duas e légrimas sai de seus olhos, com este gesto o feitiço se fortalece sem nem mesmo ela ter conhecimento daquele.
Região de Salézio, Mia ajuda Serage a encher os vasos com água do riacho, os cavaleiros aproveitam para lavar suas roupas e se banharem, logo as duas fazem o mesmo.
- Não é loucura, ficarmos assim na água?
- Como, nuas?
- Fale baixo, tem vários homens por ai.
- Qualquer um que tentar algo, já sabe.
- Eles te respeitam.
- Respeitam a nós duas, ele tem as famílias deles.
- Eu sei, mais muitos são solteiros.
- O que foi Serage, já se encantou por algum?
- Eu, não, tenho cabeça só para o que vai acontecer.
- Pois trate de arrumar logo um, eu já tenho 5.
- Pare, você só diz bobagens.
- Vou conseguir mais ainda hoje.
- Sua louca. Risos.
Banho tomado elas retornam ao acampamento e há frango ao molho e batatas negras.
- Amo estas batatas.
- Eu sei por isso fiz questão de trazer 3 sacos.
- Exagerada. Risos.
Aos portões do oeste, Banny entra com a cavalria de seus homens e logo soldados dali abandonam o brasão real e se unem ao grupo, já com quase 80 homens ela toma sem muita dificuldade a porta do castelo, ao entrar realiza uma série de atos cruéis aos servos e guardas que preferem defender o casal real.
Logo dezenas de mortos ali pelo corredor e ela desce do cavalo, em auxílio de um ariete arromba o quarto real e degola os 3 princípes.
Agora segue para o salão do trono onde joga as cabeças dos filhos aos pais ali, a rainha se desespera e tenta fugir sendo pega por um cavaleiro.
- O que quer?
- Aceito a renúncia de vocês.
- Ficou louca?
- Quer mesmo aumentar a dor dos seus.
- Vou chamar os guardas.
- Quais, todos que ficariam com vocês, estão mortos.
A rainha entra em crise de choro e nervos ali a querer recolher as cabeças e trazer para sua face em um beijo.
- Eu exijo que saia.
Uma flecha acerta abaixo do peito do rei que grita, Banny vai até ele.
- Assine a carta.
- Por que?
- Assine. Vocífera a mulher ao rei que olha o desespero de sua esposa e acaba por assinar, logo ambos são mortos com dois tiros.
- Viu, para quê dificultar o inevitável.
Banny senta no trono já com a coroa do rei enquanto é chamado o senhor de honras e cerimônias dali, um velho já próximo de seu fim chega trazendo 3 grandes livros.
- Não quero toda aquela nojeira de protocolos, somente faça o emposso real.
- O endosso?
- O que seja, faça. Ela ordena aos gritos e tudo é feito de forma rápida sem festa e testemunho de nobreza, assim que termina o velho também é morto.
- Lavem tudo isso, quero limpo, livrem-se destes corpos inúteis.
- Sim rainha.
- Ficaremos 4 dias aqui e depois partiremos para Salmón.
- Salmón?
- Sim, quero ver alguns velhos amigos.
- Sim rainha.
O castelo é limpo pelos soldados e os corpos queimados num fosso ao fundo, os colonos sentiram o cheiro da queima ao longo da " ETERNA NOITE DE COROAÇÃO ", como assim fica conhecida.