REIS LIVRO DOIS PARTE 5
Mianyr chega ao morro de Eliot cerca de 80 km de Kazeb.
- Arrumem tudo, vamos acampar depois daquelas árvores.
- Por que ficaremos aqui?
- Por que é um lugar bom.
- Mia, a gente fica num descampado, á vista de tudo e todos.
- E ai Serage, vamos ficar por pouco tempo.
- Nossa melhor marca, somos da mata, escondidos.
- Olhe, as coisas mudaram, temos que nos ajeitar de algum modo.
- Tudo bem, só que.............
- Fique tranquila, sabe que comigo esta sempre protegida.
- Eu sei, é que...................
- Vá, auxilie aos outros.
- Quer comer o quê?
- Que tal perdiz?
- Pois será perdiz.
- Tá vendo, até você gostou disso.
- Não quero ver todos passando por aquilo que já...............
- Por favor Serage, ajude aos outros.
- Sim.
A mulher sai e Mia olha ao redor e vai até o carro, retira de um pequeno baú um saco preto e deste um lenço preto e 9 pedras coloridas.
Mia faz um rito e lança as pedras no lenço que esta na terra, logo surge uma velha com traços indígenas ali.
- Madrinha.
- O que foi filha?
- Vamos ter sorte?
- Você é a dona do destino de todos ao seu redor, haja sorte ou não, você tem de ser forte e seguir para que exista dias melhores.
- Vou vencer?
- Você já sabe a resposta querida, mais as coisas ainda se desvelarão.
- Como madrinha?
A velha fala com Mia num dialeto especial e logo esta desaparece, Mia guarda as pedras e o lenço porém antes os toca na sua fronte por 3 vezes.
- Você falou com eles?
-Sabia que ia ficar por perto.
- Acha mesmo que a deixaria assim tão frágil á deriva de todo mal?
- Serage.
- Diz, o que te disseram?
- Os olhos dos deuses estão sobre nós.
- Isso é bom?
- Até certo ponto sim.
- O que vai acontecer?
- Seremos livres.
- A que preço?
- Perderemos algo.
- Algo ou alguém?
- Alguém.
Serage com os olhos cheios corre para Mia.
- Não Mia, se este for o preço vamos sair daqui, desista.
- Não será aqui.
- Como?
- Será em nossa terras de origem, nosso lar tirado.
- O quê?
- Seguiremos bem cedo para Etony.
- O lar dos mortos.
- Temos de retornar para lá.
- Eu não posso, nem você.
- Serage, o nosso povo precisa da gente.
- Do mesmo jeito que precisou quando nos colocou para fora da aldeia.
- São outros tempos.
- Não Mia, a gente mudou, eles jamais continuam uns monstros.
- E o que somos?
- Somente fazemos para o nosso sustento.
- E eles, fazem por acreditar ser o certo.
- O certo é deixar duas meninas por dias e luas sem comida, sem água numa caverna com hienas.
O casal real chega ao Norte, logo exigem o real direito ao trono, como já dito por Salynir e tudo planejado, Donovan entrega sua carta de renúncia junto de 8 testemunhas sendo 6 servos, dois nobres, após lido pelo escrito, todos bebem do vinho em prova de conformidades, neste o ex rei oferece seu intelecto a serviço do reino, Oladyr aceita de pronto, porém Donovan não tem tanta sorte quanto a que Salynir lhe disse, já que ocupara o cargo de terceiro escrito real, recebendo menos e não tendo tanto acesso ao trono e aos assuntos da realeza.
- E sua mulher?
- Ela teve de sair, motivos pessoais.
- É de grande falta de quê a antecessora não esteja presente no dia do enlace real.
- Enlace?
A rainha Bianca olha para Donovan que não consegue esconder a decepção e um certo medo.
- Fique tranquilo, só me diga que estrada ela deve ter pego, vou ordenar aos meus que a receba e se for de gosto dela, venha festejar e ver a coroação de sua nova rainha.
- Sim alteza.
Donovan se aproxima do trono e se curva diante ao casal ali, logo um servo pega os dados em um mapa feito por ele.
Já se ouve o grande alarido dos nobres e damas dali, logo todo o povoado e grandes proprietários recebem o convite para dali dois dias o enlace real e coroação.
Quase nos limites do lago de Jhór, Salynir decide por fazer acampamento e passar a noite que se aproxima ali.
- ficaremos muito?
- O necessário para o descanso dos animais e alguns consertos nos carros.
- Vou avisar aos outros.
- Faça, obrigado.
- Sim.
A serva sai dali da pequena tenda onde Salynir tem preparado a cama para seu repouso, logo Selene entra.
- Olá.
- e então Selene, já se arrependeu de vir comigo?
- Junto com outros 40 servos, 5 carroças, 3 carros, suprimentos e nada de armas, não. Risos.
- Sabe que se eu pegasse uma arma sequer, não estaríamos aqui.
- O que faremos?
- Vamos continuar por esta estrada até o porto Carmim.
- é um tanto longe.
- Eu sei, mais não podemos sair da rota, afinal o pescoço de Donovan depende disso.
- Ainda o ama?
- O que é isso Selene, você sabe que jamais tive qualquer coisa com ele.
- Por que ele foi um perfeito imbecil, ele o é.
- Sim, aquele homem não enxerga um palmo a sua frente.
- Como viverá sem você?
- Sei lá, só espero que permaneça seguindo o que eu lhe disse, ppor que senão logo teremos tristes noticias.
- E o novo casal real?
- Olhe, o que posso te dizer, fiz o melhor, sair, conheci os pais de Bianca, são os piores em lidar e o Oladyr, um macho sem bolas, seguirá tudo ao ponto desejado por ela.
- O casamento real perfeito.
- Pois é mais vamos arrumar tudo, logo anoitecerá.
- Sim amiga.
- que bom que agora podemos largar as formalidades reais e sermos gente de verdade.
- só sei que quando chegarmos a Will, quero logo arrumar um bom meio de ganho.
- e terá Selene, terá.
As duas riem ali, fora da tenda toda a movimentação de fogueiras, comidas, outras tendas sendo levantadas aos servos e retiro para os animais com rações e água.
Bianca entra no quarto real e olha tudo com certo ar de nojo e repúdio.
- Chame Hedir.
- Sim rainha.
- Vá logo. a serva sai e logo entra Oladyr.
- E então?
- Horrível, aquela mulher usou de todo maus gosto para decorar isso aqui.
- Logo poderá ter seu toque de bom gosto.
- Bom não querido, excelente gosto, já mandei chamar Hedir.
- Mais e a gente?
- O que foi Oladyr, já te disse temos outros assuntos muito mais importantes.
- Já que é assim.
O homem vai a porta.
- Onde pensa que vai?
- Beber com meu primo.
- Nem sonhe, fique comigo, me casei para ter um marido assim, comigo, olhe, você é rei e vai se portar como tal.
- Cadê a mulher doce e gentil com qual me casei?
- Esta eu não sei, mais eu sim vou te fazer tudo no momento certo, agora o que eu quero é remodelar e tudo, urgente.
Oladyr sorri para a esposa enquanto lembra dos conselhos que sua mãe lhe dera antes deles virem para o reino.
240922...........................
Oitenta e seis autoridades de chefia de soldados dos 4 reinos, secretários destes e 3 reis se fazem presentes por meio de seus braços direitos, já que o norte não conseguiu o apoio total em suas negociações de paz.
Aluizio, chefe interino de armas do leste não tentou em qualquer momento disfarçar seu total descontentamento por ter de estar ali presente, porém o brilho especial estava por vir.
- O quê?
- Senhora, nossa guarda não conseguiu encontra-la.
Bianca joga tudo de sua penteadeira ao chão, o ar se enche de fragâncias dos 4 reinos.
- Onde aquela vaca se escondeu?
- Deixamos 3 guardas de confiança para quê rastreassem outras trilhas, logo nos darão boas noticias, rainha.
- Quero resultados e não estimativas.
- Sim rainha.
- Mexam-se bando de inúteis.
- Sim.
Salynir acorda e sai de sua tenda, logo encontra um servo.
- Os animais?
- Alimentados senhora.
- Ajeite tudo, partiremos após o desjejum.
- Mais........
- É melhor irmos, ficar aqui ainda é perigoso.
- Senhora.
- Só faça, por favor.
- Sim senhora.
Selene ouve e vem até ela.
- O quê, mudou tudo, vamos ter de ir assim?
- Devemos, sinto que.............
Logo ouve-se trotes de animais.
- A guarda real especial de Bianca.
- Quantos?
- Uns 4.
- Vou ter com eles, fique aqui.
- Sim.
Salynir sai dali e segue até os cavaleiros.
- Senhora Salynir?
- Sim, o que desejam a estas horas?
- Trago um convite especial feito pela própria rainha Bianca.
- Obrigada. Ela pega o papel e o Lê, logo olha ao cavaleiro que esta a levar sua mão a espada.
- Como pode ver, já estou de saída.
- Sim, mais são ordens da rainha.
- Entendo e respeito muito seu precioso trabalho, tanto que tenho em mãos uma carta que deve ser entregue diretamente a nossa bondosa rainha do norte, por favor, me faça isso?
- Mais...........
- Por favor, sabe tão bem que o protocolo real exige que entregue uma misciva feita de um nobre simples a uma alteza em sua corte.
- Sim, mais.........
- Por favor, senhora.
- Mestra, agora sou uma simples mestra de servos comuns, meu jovem e belo cavaleiro honroso.
- Como queira, Mestra Salynir.
O guarda pega a carta e a coloca em seu casaco e faz sinal aos outros para o retorno ao palácio, assim que estes vão longe, Salynir decide que ficar por ali mais tempo se torna mais perigoso ainda.
- Vamos atravessar o lago.
- Isso é loucura, morreremos, estaremos em terras hostis.
- Acredite Selene, aqui ja se tornou hostil a qualquer um de nós.
- Não temos armas, como vamos superar os selvagens?
- Quem te disse.
Salynir leva Selene até sua carroça e de uma mala retira as pistolas e um pequeno arsenal de bombas e torfs, uma espécie de mina que pode ser presa a árvores e escondidas na terra em buracos rasos, seu poder de alcance é de cerca de 3 metros ao redor.
- Escondera tudo isso, mais não são do palácio, conheço bem as deles, são produtos vindos do mercado.....
- Oriental, sim, são de pequenos fornecedores da resistência.
- Se for pega isso te leva direto....
- A forca ou algo muito pior, eu sei disso, por isso temos de sair daqui o quanto antes.
- Vamos então.
- Agora sim, entendeste bem nossa situação atual.
- Você é louca.
- Igual a ti que trouxe contigo algo também um tanto peculiar.
- Como soube?
- Acha que não reparei o quanto comeu desde que saimos, quase nada, sempre levando as sobras ou tudo a sua carroça.
- Não sei, bem...........
- Um pajem ou dezenas deles?
- Salynir.
- Estamos todos a fugir de um processo, sabemos o que aquela louca irá fazer com todo aquele reino ja destruido, só fez o que seu coração pediu.
- Não, eu ainda não tenho total certeza do que fiz.
- Sabe, te acho incrível, sabia, só não sabia que realmente havia um forte e bondoso coração ai debaixo de tanto colete de aço.
- Salynir.
- te respeito ainda mais.
- Obrigado.
- Agora vá, liberte logo aqueles garotos devem estar mortos de ficar escondidos naquele baú sem muito o que respirar e o calor queesta a fazer, vai.
- Obrigado mesmo. Selene corre até sua carroça e logo tem 8 garotos a correr por volta de todos ali, servindo água, frutas e fazendo favores aos servos.
- tá vendo tia, somos úteis, eu não te disse?
- Veremos isso mais a frente.
Sem tanto esforço a comitiva atravessa o lago em um trecho de trilhas com pedras o tornando mais raso, com isso não perdem sequer uma agulha de costura.
Logo Salynir se intera com os garotos e descobre seus nomes, Sazur, Semy, Soary, Levy, Telã, Lordú, Moab, Kaff.
- Então todos estavam em estilo clandestino comigo?
- Desculpe alteza.
- Podem me tratar de mestra Salynir.
- Sim mestra.
Anoitece e o grupo esta bem longe do antigo acampamento, agora em meio a mata de Sill, terras de nativos selvagens.
- O ar daqui se torna pesado devido o flertar com a morte.
- Acho um tanto costumeiro ao que inalamos em nossas infâncias.
- e a rainha bianca?
- Junto da carta eu enviei um presente antigo.
- Não fez isso.
- Fiz, com certeza ela entenderá as intenções do exílio.
- Agora sim, estamos nas mãos do tórrido e cruel destino que nos cerca e avança.
- Ou não, saberemos só quando ela estiver com a misciva em mãos.
- Tomara que não nos achem. Risos.
Bianca lê a carta ali em sua poltrona no quarto, olha para o pajem que entende e segue a ela, o garoto traz em mãos uma bandeija com o tinteiro e o carimbo real ja com o novo brasão oficial real.
- Eu endosso para os devidos fins o que esta carta assim o deseja, portanto se faz em pleno uso meu de rainha, conceder o pedido de exílio permanente a dona desta misciva e a todos que dela compartilham do sua presença.
Após dar o carimbo real ali, o garoto leva a carta ao escritório de notas, agora sozinha ali no quarto ela joga ao alto a moeda de ferro zincável envelhecida.
- Desgraçada, tinha a chave para sua soltura o tempo todo, poderia ter ficado e reivindicado terras e até o mais alto titulo de nobre, decidiu por fugir, por que sair antes de minha chegada é fuga, maldita, ela me pagará isso vou garantir eu própria em minhas mãos.
Seu marido e rei entra no quarto.
- e então, o que irá fazer quanto a carta?
- Nada, por hora nada.
- Como assim?
- Olhe. ela deixa nas mãos do rei a moeda.
- Um coração de Abel?
- Só gostaria de saber como ela conseguiu tal feito?
- Com algum tio dos portos?
- Eu os domino e sabe bem disso, eles comem em minhas mãos, nas mãos de minha família.
- Nem todos, amor.
- Ernest, velho pilantra, foi ele, ah sim agora ele declarou uma guerra ja vencida por mim.
- O quê pretende fzer?
- Terei de ir a ele.
- Para quê, tem seu reino aqui?
- Quero saber o que aquela bruxa pretende.
- Salynir, ela nunca foi um perigo, sabe disso.
- Desde que ela fugiu de mim, se torna um grande perigo, um eminente perigo ao nosso reino e governança meu marido.
- Acha que ele te dirá?
- Ao bom preço, sim, ele falará o que eu quiser saber.
250922...............................