REINOS LIVRO DOIS

Na cozinha real do norte, Cordélia vistoria todo o pessoal e processo do banquete que será servido para o casal real do leste.

- Quem diria que um dia eu iria ver a realeza do leste aqui.

- Pois é, novos tempos.

- Quem te perguntou algo, insolente, cuide de suas tarefas.

- Me desculpe.

- Escolha bem as batatas, quero tudo impecável.

- São descascadas e cortadas, depois cozidas, são todas iguais.

- O que disse?

- Nada senhora.

- Vá ver o pessoal da limpeza dos catais.

- Por que eu?

- Vá.

A serva sai inconformada por deixar os preparos de alimentos para ir cuidar de lavação de turos, são tipos vasos de evacuar.

Selene entra na cozinha e olha para Cordélia.

- Onde esta a rainha?

- Nos aposentos.

- Vou ter com ela.

- Espere, te arranjarei um pajem.

- Para quê?

- Sabe que ninguém pode entrar no quarto real, com excessão ao rei e em data marcada.

- Que nojo disso.

- Agora beba algo refrescante e espere.

- Sim.

Logo vem um garoto magricela e traz nas mãos uma bandeija de prata.

- Para quê a bandeija?

- Eu não sei, a senhora quis e.............

- Venha comigo.

- Para onde?

- Ao quarto real.

- Só um segundo. O moleque cospe na mão e com isso ajeita sua franja desmantelada no cabelo.

- Nossa, que belo modo.

- Obrigado senhora.

- Vamos.

- Sim.

Ao leve bater na porta, ela ouve a voz interior lhe permitir que entre, logo os dois ali na presença da rainha que veste um lindo vestido vinho com metade da saia abaixo decorado por madrepérolas.

- Quanta elegância.

- Que bom que gostaste.

- Nem parece que estamos a.................

- O que quer Selene?

- Trago notas do sul e oeste.

- O que houve?

- Vai ter atrasos nos pagamentos e recebidos.

- Por quê?

- As plantações não estão de acordo.

- O rei já sabe?

- Ainda não, decidi lhe trazer antes.

- Deixe comigo, vou intervir.

- Não terei problemas?

- Já houve algum?

- Não, só que..............

- Vá, leve este garoto que esta a comer todos os meus morangos da cesta que colhi.

- Venha garoto dos infernos.

- Tudo bem, eu ja estou bem cheio.

- Vamos.

Eles saem, Salynir ri de tudo aquilo, sendo rainha é obrigatório manter um certo ar de respeito e impetuoso, já sozinha ela se diverte principalmente com as traquinagens dos seus pajens.

No corredor, Selene olha para o garoto.

- Tudo isso é fome?

- Sabe quando vamos ter morangos?

- Nunca.

- Acha que eu iria perder a oportunidade.

- Quantos anos tem?

- Sete.

- Logo perderá seu posto, para onde pretende ir?

- Para os trigos, minha mãe quer que eu vá.

- Eles moram perto?

- Depois do lago Stell.

- Sim, bem longe daqui.

- Eu os vejo 3 vezes ao ano.

- Aposto que chora quando os vê.

- Não, sou um homem e homem não chora.

Selene fica a altura dos olhos do garoto.

- Não é vergonha alguma gostar e ter sentimentos, qualquer homem deve e pode chorar.

- Eu acho...................

- Onde esta seu pai?

- Ele morreu ao fim da quinta guerra.

- Deve ter sido dias dificeis.

- Hoje posso colocar comida na mesa de minha mãe.

- Eu sei que pode, eu sei.

Eles continuam a andar até que oito outros garotos se juntam ao pajem.

- E ai, o que trouxe?

- Fique quieto, tem gente grande.

- Me desculpe, olá senhora.

- Quer dizer que existe um forte esquema de desvios de guloseimas neste lugar?

- Não sabemos de nada, senhora.

- Vou fazer a surda e cega viu.

- Obrigado senhora.

Ela se despede do garoto que sai correndo com os colegas e logo distribui alguns morangos que ele escondera nos bolsos, Selene de longe abre um sorriso ao ver a cena e segue para fora no pátio onde seu cavalo esta.

Porto Kazeb, Leonor desce da locomotiva que pegara em Tirça, agora ela anda em pressa com uma bolsa para o ponto de Carssos alugáveis.

- Para onde senhora?

- Beco Azul.

- Senhora.

- Por favor, sem mais perguntas.

- Sim. O veiculo sai para o ponto desejado e Leonor confere a make no espelho que trouxera, o motorista nada conversa com ela, ainda um tanto atônito com a ida de uma bela dama a um dos lugares mais repulsivos de toda a vila.

- Chegamos.

- Obrigada.

Leonor paga ao chofer e desce andando vagarosamente, olha aqueles prédios de dois andares que formam o beco azul, logo sente o ar mudar para um insuportável odor de vômitos e urinas, ela tapa o nariz com um lenço e segue até o número 83, bate de leve a porta e logo um garoto a atende.

- O que pretende a dama mais linda deste vasto mundo?

- Guarde seus gracejos e me leve ao Jofre.

- Pois não.

Ela acompanha o garoto subindo um lance de 5 degraus na escada e logo é aberta a porta de um salão com bar e várias pessoas bebendo e brigando, prostitutas, homens sujos, matadores, enfim a esbórnia que um lugar daqueles exige e o produz.

- Aqui jovem dama.

- Deixe de bobagens.

O garoto bate a porta e logo esta é aberta, ela entregas um dinheiro ao seu guia e entra ali.

- Olá Jofre.

- O que faz a dama fria sair do limpo lugar que vive para vir ao fétido porto de Kazeb?

- Esta começando.

- Como?

- Aquilo que me disse há vinte luas.

- O norte?

- Os soldados estão no leste.

- Por que não vieram aqui primeiro?

- Há algo que deixamos passar.

- Não, não pode ser, estava tudo conforme as estrelas.

- Fato é que tudo pode ser perdido.

- O velho?

- Luiz já esta á par de tudo, temos de fazer nossa parte.

- E o sul?

- Já tratamos deles, o que nos fez, nos mantiveram açoitos e nos sequestraram tudo.

- Vai dar certo?

- Se não tentarmos agora, jamais saberemos.

- Então faremos ao seu modo.

- O quanto antes. Leonor olha para Jofre que lhe sorri servindo um copo cheio de vinho do extremo leste.

O banquete do norte para os reis do leste segue de forma amigável, Salynir ao lado de seu marido e rei Donovan formam um belo casal real interino, sendo tão agradáveis quanto manda o protocolo real unificado.

No corredor real, um vulto pula a janela e sai em direção ao escritório real, com ajuda de uma ferramenta usada para abrir portas, consegue acesso ao local e inicia a procura por algo, lobo encontra 3 rolos de documentos reais confidenciais, flashs são acionados de tudo e colocado ao lugar de origem, o vulto sai pela grande janela do escritório, porém deixa cair um pequeno broche.

No bosque que ladeia o palácio aquele vulto se desfaz da capa e revela ser um bela jovem.

- Conseguiu?

- Veja por si mesmo. Ela entrega um pequeno filmador a um homem loiro.

- Òtimo, vamos embora.

- Meu dinheiro, senhor.

- Claro, querida.

Ele lhe dá um saquinhode tecido marrom, ela o abre e neste 25 moedas de ouro e 9 rubis.

- Certo.

- Sim, obrigado.

- Nem preciso lembra-la, boca aberta é ruim aos negócios.

- Eu sei, fique e vá em paz.

- Adeus.

- Adeus.

A mulher monta no cavalo e desaparece no bosque, o homem faz sinal ao seu servo.

- Vá atrás, se livre dela e traga o valor.

- Sim senhor.

- Não quero barulho.

- Não haverá senhor.

- Vá.

- Sim.

140922.......

ricoafz e IONE AZ
Enviado por ricoafz em 22/09/2022
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