O mal que vigia
Dizem os cânticos antigos que debaixo da grande montanha de nazarock há um homem. Crianças travessas entoam o prelúdio pelas ruas, cantando e rindo, sendo repreendidas veementemente por mães preocupadas, que insistem que a canção atrai maus espíritos. Mas elas não descansam nunca, entoando a melodia sempre.
"Do reino das trevas se ouve a voz (se ouve a voz)
Sussurra: o deus negro está entre nós (está entre nós);
Suas vestes ofuscam toda a claridão
Se cobre com a mais linda escuridão.
Sua espada cortante ele empunha bravante (empunha bravante),
Destroi cavaleiros na lua minguante;
A alma do perdido ele busca, com fome
Corram, corram se ele chamar por seu nome".
Os versos restantes se perderam com o tempo; partes que contavam o desenrolar da história: da queda do deus negro, aprisionado nas mais profundas cavernas da grande montanha de nazarock por doze correntes, forjadas no fogo de um vulcão já extinto, embebedadas com sangue elfico e fortalecida pelas runas dos antigos anões. Os velhos já se esqueceram já dos demais versos, do ódio que exala do deus, da sede de vingança. Sua belíssima espada foi separada, e os homens, corrompidos pelo poder que ela fornecia, se destruíram para mantê -la, matando uns aos outros, até que esta se perdeu. Seu espesso manto, negro como a pura noite, foi repartido em 20 pedaços, espalhados pelos reinos como troféus de uma boa caçada. Sua língua, que entoava os eruditos encantamentos, foi cortada e lançada ao bravio mar, onde os terríveis monstros descansam.
Para doze correntes, doze chaves foram feitas. Estas, espalhadas pelo continente, agora já foram esquecidas pelos seres vivos. Mas o deus negro, que corrompe as mentes e os corações dos seres continua tentando. Busca ser liberto, anseia por vingança e destruição.
Mas o deus, agora mau e cruel, já foi homem, príncipe e pai. Swetham era seu nome e contarei sua história.
XXX
Cap I - Do pó viemos
O reino de Marantur era o mais lindo de todo o país e considerada a mais bela criação do povo elfico. Construído inteiramente com o findar negro (pedra elfica), edificado no centro do lago Joihr, sua beleza espantava e encantava a todos. De longe, o grande castelo de Marantur podia ser visto, com suas sete torres rasgando os céus. Com três imensas torres negras de cada lado, e com uma coluna principal no centro, era o ápice da beleza. Multidões faziam longas caravanas para contemplar sua beleza e grandiosidade, e voltavam maravilhadas por seu esplendor. A passagem para o castelo era feita por uma imensa ponte, negra como o castelo, conectando o castelo, no centro do lago, à margem, por onde os viajantes estupefatos trafegavam, com suas caravanas. O reino de Marantur era governado pelo rei Vanhdl, o mão de ferro, que banhou-se no sangue elfico, conquistando o belíssimo palácio em uma luta ferraz, onde, empunhando as famosas manoplas de ferro forjadas na terra dos Ethirims, massacrou seus moradores, que fugiram para as florestas do meio.
Vanhdl possuía três filhos; Swetham, o impiedoso, Joshu, o benigno e Sotr, o ruivo.
Com mães diferentes, a personalidade de cada um deles eram totalmente opostas; Swetham era destemido e raivoso; Joshu era comedido e calmo, e Sotr era piedoso e complacente.
Destes, Swetham era o filho mais querido de seu pai. Era o mais forte, o mais rápido, o mais ágil e não tinha medo. Vestia-se sempre de negro, seu rosto estava sempre coberto pela Shebkara (máscara elfica) e lutava com duas espadas, Eritwin e Eritwuan, as chamadas mãos de Deus, que ele brandia furiosamente destroçando tudo a seu redor.
(Continua )