Tempo.

As engrenagens do tempo avançam, indiferentes, esmagando chances, oportunidades, e embora alguns imaginem onde teriam chegado, a humanidade é abençoada com a falta de perspectiva. Nunca percebem o quanto perdem, o que poderiam ter conquistado. Bem, eu posso mudar isso, eu nunca me imponho, tal coisa seria a mais vil das ações, mas as lágrimas derramadas quando minhas palavras deixam a minha boca sobre o quão melhor sua vida poderia ser, são doces e inebriantes. A loucura que atinge aqueles que percebem que um simples momento, um simples ato, cortou tantas coisas fantásticas, é para mim uma poesia, uma bela arte dedicada à fome cega de conhecimento da humanidade.

Essa perda, essa esmagadora realização, a qual aqueles que me perguntam eram abençoadamente ignorantes os comprime, os sufoca, os consome em cada momento consciente. Um sonho perdido que nunca perceberam terem até eu lhes dar um vislumbre, um vislumbre de algo a muito esmagado pela marcha do tempo. Eu não posso deixar de me deleitar com aquilo, muitos já tinham tanto, mas a curiosidade sem freios é algo temerário, e no fim aqueles que me encontram sempre me perguntam, nem sempre na primeira vez, mas a dúvida os força a voltar até mim, a falar aquelas malditas três palavras “Eu quero saber.”, e com isso selam seu destino...

Perdem a felicidade que a ignorância os trazia, e a trocam por uma assombração no fundo, de suas mentes, envenenando seus momentos de felicidade e conquista com a possibilidade inalcançável de algo mais. Alguns perdem ainda mais, tentando perseguir o que não é mais possível, perdendo aquilo que já tem, até não sobrar nada além da memória não só do que poderia ser, mas do que era e eles destruíram sozinhos. Alguns voltam a mim, perguntam o que deveriam ter feito, mas nós dois sabemos o que deveria ter sido feito, que a sua boca devia ter ficado fechada, que ignorância que ele ou ela pediu para eu destruir era uma benção.

Mas e você? Gostaria de saber onde nessa longa estrada da vida você errou?

Fantasma escritor
Enviado por Fantasma escritor em 18/08/2022
Código do texto: T7585052
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