De volta para o interior
Quem um dia não sentiu saudades de sua terra natal.
O sentir é bem assim.
De volta para o meu interior querido.
Doce terra onde eu nasci e onde eu me criei.
Não voltei antes, o porquê eu ainda não sei dizer.
Talvez por esquecimento, correria ou mesmo indiferença.
De volta para o meu interior querido.
Doce terra onde nasci.
Agora pra rever as matas, rios, córregos, lagoas, os morros e as estradas por onde muito andei.
A cidade cresceu muito.
E muito me deu.
Mas eu não esqueci o valor do meu interior.
É por essa razão que eu voltei.
Pra ver a vida que é mais forte por aqui.
De volta para o meu interior querido.
A doce terra onde nasci.
Eu relembro a casa.
Era uma casa simples e bem modesta.
Não tinha varanda.
O piso ainda de tijolo batido com barro.
As paredes pintadas de cal.
Já gastas pelo tempo.
Na cozinha um grande fogão a lenha.
Naquela casa o silêncio pairava sobre o picumã caído dos telhados.
Minha casa era modesta.
Bem simples para aquela época.
Na frente tinha uma espécie de salão.
O morador anterior deveria ter uma mercearia no local.
E foi neste local que mudamos.
Eu tinha acabado de nascer.
Os primeiros anos foram os melhores.
Eu estava seguro.
Não tinha medo de nada.
Ainda não tinha medo de escuro.
De volta para o meu interior querido.
Doce terra onde nasci...