Vida seca

Somos um ser teimoso.

Ainda não aprendemos a lição.

Estamos passando por esse mundo errando.

Erramos muito.

Teimamos em errar.

E vivemos errando.

Isto é fato.

Toleramos os erros alheios.

Mas não toleramos os nossos próprios erros.

Compreendemos os erros e fracassos dos outros.

Mas não suportamos nossos próprios erros e fracassos.

Somos especialistas em autopunir-se.

Ela era Sinhá Vitória!

Uma grande guerreira.

Já nascerá predestinada.

Nasceu em meio aquele ambiente inóspito.

Sinhá Vitória, era este seu nome de batismo.

Filha de pais nordestino.

Ela crescera órfã.

Conheceu desde cedo as dificuldades e os infortúnios desta vida.

Logo cedo tornou-se mãe.

Uma mãe impaciente.

Uma mãe zelosa .

Tinha pouco estudo.

Sabia contar.

Aprendera a lidar com a situação adversa.

Tinha clareza da sua situação.

E enxergava o futuro.

Transmitia a paz.

Tinha fé e confiança.

Só que ali naquele lugar não tinha jeito.

Não tinha futuro.

Sofreria demais.

Com a seca.

Com a terra rachada.

Com aquele sol de lascar.

Faltaria tudo.

Não teria vida.

Não teria futuro.

Sair dali

Do seu chão.

Da sua terra .

De suas raízes.

Mas, precisaria sair dali.

Não tinha outro jeito.

Tinha que sair.

Fugir da seca.

Já sofrera demais.

Faltava comida.

Faltava terra.

Faltava chuva.

Faltava água.

Faltava tudo.

Que “Vida Seca”...

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 13/07/2022
Reeditado em 15/07/2022
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