O lenhador ganancioso

Certa vez um pobre lenhador, que era ganancioso e que não tinha nenhum sentido para a justa medida vivia pelos cantos pedindo.

E pedia sempre mais.

Um dia encontrava-se triste sentado a beira do rio.

Provavelmente reclamando da vida que levava.

Eis que, por um encanto, surge um "espirito encantado" das águas do rio.

Que vendo toda aquela tristeza do pobre lenhador resolve que iria ajuda-lo.

Nisso o lenhador resolve, entre tantas outras coisas, pedir ao "espírito encantado" que transformasse o seu humilde barraco em uma bela casa de alvenaria.

E assim foi feito e o "espirito encantado" transformou aquele velho barraco em uma linda casa.

Porém, mesmo assim o lenhador não gostou.

Ele queria algo mais grande.

Algo luxuoso, com piscina, com muito espaço e um grande quintal com um gramado todo florido.

E assim, foi feito, e o "espirito encantado", transformou tudo aquilo em um lindo castelo.

Só que, mesmo com toda esta transformação, assim mesmo não agradou ao lenhador.

Aí então o "espirito encantado" resolve transformar tudo aquilo em um lindo reino.

E mesmo assim, de novo não agradou ao desejo do lenhador.

Então o "espirito encantado" transformou novamente tudo aquilo em um barraco bem pobre em meio a mata.

E como castigo, o ganancioso voltou a ser aquele mesmo pobre lenhador.

A falta de moderação e da justa medida o castigou...

"Para onde quer que dirijamos o nosso olhar, encontramos o fenômeno da falta da justa medida. A justa medida é a moderação, o nem de demais e o nem de menos, o equilíbrio, o caminho do meio e a autolimitação".

(Leonardo Boff)

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 25/05/2022
Reeditado em 27/05/2022
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