Plano de negócios

À noite, Elspeth foi ao apartamento de Lucilla para planejar as próximas ações. A passagem pelo gabinete de Edna DaCosta havia deixado Lucilla um tanto estressada.

- O que a Edna queria que a gente fizesse? Que invadisse a droga da panificadora e abrisse o forno?

- Calma, Luci - pediu Elspeth, sentada numa poltrona diante do sofá onde a amiga estava escarrapachada com Ami no colo. - Edna não criticou o nosso trabalho; o problema é que, como autoridade, ela precisa de mais subsídios para tomar decisões e nós ainda não temos nenhuma prova do que descobrimos na "Pão Nosso".

Lucilla fazia carinho no lombo do gato, que estava de olhos fechados.

- Sim, eu entendo que não podíamos quebrar o nosso disfarce, mas como vamos conseguir provas se não temos o poder que ela tem como conselheira distrital?

Elspeth juntou as mãos diante do rosto, cotovelos apoiados nos braços da poltrona.

- Não podemos entrar sorrateiramente na padaria, isso seria crime; mas as leis locais não se aplicam ao armazenamento infinito. Os gnomos sabem desse aspecto, e basearam sua estratégia - seja lá qual for - nele. A questão é que nós, e eu incluo a Edna na conta, também sabemos.

Lucilla parou de acariciar o gato, que abriu os olhos.

- Você está pensando em acessar a padaria pelo lado do armazenamento? Isso não é arriscado?

- Se fizermos o nosso dever de casa, será bem menos perigoso. Francamente, espero não encontrar nada além de uma operação comercial ambiciosa, mas se os gnomos estão tramando alguma coisa, temos que estar preparadas.

E diante do silêncio de Lucilla, acrescentou:

- Seria trágico saber depois que tentaram nos enganar, e não fizemos nada.

- [Continua]

- [16-05-2022]