Caminho da Fé (IV)
Já se passara várias horas desde a saída de Bom Repouso MG. Aquela foi, sem dúvida alguma uma madrugada impressionante e impactante de renovação espiritual. E até o sono nem tanto incomodava. Mas, o cansaço este sim chegou a apertar. Lá atrás eu já disse que os barulhos da natureza se fazia ouvir ao longe. Isto sem falar do cheiro da natureza. Não só das plantas e vegetação assim como da poeira por onde passava como tambem o orvalho agora da manhã. Já era uma manha de segunda-feira. A primeira parada para descanso. Já se via a torre da igreja. Uma pequena cidade encravada em meio a serra. Era Consolação. Sejam todos bem-vindos a Consolação. Em seu caminhar, seguindo sempre as setas amarelas, o peregrino vai reforçando sua fé observando a natureza privilegiada, superando as dificuldades do Caminho que é a síntese da própria vida. Sim, o Caminho é a síntese da própria vida. Aprende que o pouco que necessita cabe na mochila e vai despojando-se do supérfluo. Um cajado para lhe ajudar na sustentação e nos tropeços que por ventura venha a ocorrer. Exercitando também a capacidade de ser humilde. Os peregrinos compreenderão ao longo do Caminho a simplicidade das pousadas e das refeições. Que são oferecidas gentilmente pelas pessoas daquelas pequenas Cidades por onde passam as romarias. Eu diria um verdadeiro paraíso clavado por entre as serras e morros da Mantiqueira. Em cada parada, os peregrinos além de desfrutar do lazer que a Cidade oferece estarão contribuindo também para o desenvolvimento econômico e social das pequenas cidades. Além de propiciar a integração cultural de seus habitantes com a dos peregrinos de diferentes partes do Estado, do Brasil e do mundo. E assim é Consolação uma pequena Cidade que tem muito a oferecer aos peregrinos que ali chegam. Uma igreja bem localizada no centro da Cidade. Na frente uma pequena praça. E do lado um “prédio verde”. Ponto de encontro dos peregrinos. Daqueles que chegam de motos. Dos que chegam de bicicletas. Daqueles que chegam de jipes. E daqueles que chegam a pé trazendo a poeira da estrada. Todos são bem-vindos naquela pequena e acolhedora cidade. Aos poucos foram chegando os “peregrinos” devotos de Nossa Senhora Aparecida. Os mais novos chegaram na frente. Alguns iam chegando calados, pensativos e demonstrando além do sono, um cansaço físico resultado da longa caminhada iniciada lá atrás no começo da madrugada passada. A bagagem “material” estava no carro de apoio, mas, a bagagem espiritual ainda pesava...