Era uma matinê
É bem verdade que com o passar dos anos todos temos sempre algo bom a lembrar e contar.
Eu não fujo a regra.
Eu tenho contado aqui algumas histórias vividas.
E até presenciadas.
O que também não deixa de ser vivenciada.
Era os anos 70!
Quem não lembra?
Os "Embalos de Sábado a Noite".
As "brincadeiras dançantes" nos clubes.
Uma bela época dos Beatles, The Carpenters, Bee Gees.
E os tempos da brilhantina.
Uma bela época vivida .
Sem duvida alguma foram os tempos da adolescência.
Aliás, que não volta jamais, assim como a infância querida.
Bem, hoje quero falar de um "símbolo" que marcou a minha infância e a adolescência.
Aliás, todos guardam em si algum símbolo que marcou a infância ou a juventude.
A velha igreja.
A estação de trem.
O clube.
A escola.
O campo de futebol.
E o velho "Cinema".
Quem é que nunca foi ao cinema?
É claro, tudo muito diferente do que é hoje o Cinemark.
Assim era o "Cine Luz".
O cinema ainda era uma novidade na cidade.
Eram poucas as pessoas que tinham bons televisores em casa.
Daí, a opção de passeio na cidade era andar na praça, no jardim, ir na igreja e depois e ir ao cinema aos sábados e domingos.
O cinema funcionava em um grande prédio antigo.
Ele foi construído pela colônia nipônica do município.
De inicio exibia muitos filmes japonês como os de samurai.
O cinema tinha uma entrada principal pela Avenida Iracema, hoje Avenida Vereador José Gomes Duda.
E duas saídas laterais.
Em seu interior duas bilheterias bem na entrada.
Uma sala de projeção no andar de cima.
Um grande salão com várias fileiras de poltronas de madeiras.
E lá no fundo uma grande tela branca.
Até que ele era confortável.
E nem era nenhum “Cinemark”.
Porem, era bem aconchegante.
Bem na entrada ainda tinha uma pequena loja de doces, balas de hortelã e chicletes.
Não tinha pipoca.
E nem amendoim torrado.
Para isso, na rua bem em frente tinha um carrinho de pipoca.
Nas paredes na entrada, ficavam expostos os cartazes dos filmes que seriam exibidos ao longo da semana.
Não podemos esquecer que os filmes eram um rolo que vinha de São Paulo e eram exibidos em vários cinemas das cidades do interior.
E naquele dia eu fui ao cinema.
Era uma sessão de matinê provavelmente dás quatorze horas.
O filme era “Tarzan”.
Em preto e branco.
O cinema transformou o nadador olímpico Weissmuller em Tarzan.
As crianças gritavam e aplaudiam o Tarzan.
Se emocionavam com seus gritos e com as lutas contra os bichos da selva e contra os bandidos.
Agora o “Cine Luz” fechou...