Tempos de brincar
O brincar, sempre foi algo tão necessário à felicidade e às aprendizagens da vida.
O brincar evoluiu e quase que se diluiu do cotidiano das pessoas.
Inicialmente, por ser extremamente difícil, em uma sociedade de capital, você justificar esse brincar.
Por outro lado, pela valorização do “ter” no que se refere às coisas materiais.
E esse acúmulo de bens algo tão essencial nos dias atuais prejudicou o brincar de muitas crianças.
Isto é, quando elas conseguem sair de seus condomínios para brincar.
Eu diria que comigo foi ao contrário.
A minha família nunca foi de acumular bens.
Mal tinha para o sustento diário.
Éramos dez irmãos.
Tempos difíceis.
Cada um que atingia a maioridade saia para a Cidade Grande em busca de trabalho.
Eu ainda nem contava com meus dez anos e fazia de tudo para brincar.
De manhã até o meio-dia era hora da escola.
Nos intervalos era a hora de jogar bola na quadra.
Tempo suficiente para varias crianças jogarem bola.
E claro, todas voltavam para as salas de aulas suadas.
Algumas com o uniforme sujos.
E outras até com algum pequeno machucado.
Ao voltar pra casa e após fazer a tarefa escolar era hora de brincar o resto do dia.
Eu soltava papagaios.
Jogava bolinhas de gude.
Brincava de bola.
Soltava pião.
Viajava na imaginação.
Inventava brinquedos.
Uma lata cheia de terra virava um carrinho.
Um pedaço de madeira virava um carrinho.
Virava um trator.
Empurrava terra e fazia estradas.
Uma lata virava a carroceria de um caminhão.
A noite as brincadeiras eram em grupos de crianças vizinhas.
Sempre nas proximidades das casas.
Isto sem falar dos dias de pescaria.
O futebol no campinho de chão batido do bairro.
As corridas e
nadar nos rios e córregos.
Subir em arvores.
Correr até a estação pra ver o trem passar...