O Ser e a Vida (Conto)

 

 

Olhando, perdido em pensamentos, se encontrava a velha experiência...

 

- Venham crianças, cheguem... Cheguem... Vou lhes contar uma história, de um tempo quando a vida era jovem e o ser que à amava.

 

- Tem luta...

- Tem.

- Tem monstros...

- Sim.

- Aeeeeeeeee.

 

- Era uma noite como essa, lua cheia, a brisa disfarçava com aroma florestal o ambiente. Os seres cantavam, brincavam a beira da fogueira animados com a estação da colheita, riam e trocavam experiências para as próximas estações.

 

Tudo corria bem, porém, nada dura, por um breve segundo o céu se fechou, nuvens preta acinzentada cobriu a lua e a brisa tornou-se vendaval... Era o fim.

 

Os seres tentavam se proteger de alguma forma contra todas as maléficas dirigidas a vila, crenças e sentimentos naturais que brotam do espírito terreno.

 

A inveja foi a primeira a se manifestar.

 

- Eu quero tudo para mim... O seu lugar é meu.

 

Em seguida a depressão.

 

- Acabou... Nada mais brotará em meu solo, preciso estagnar essa existência.

 

A tristeza de tão triste, abraçava a depressão e nada dizia. Só lamentava em choro, suas derrotas.

 

Querendo a tudo e todos por em guerra, a revolta apoiava o ódio em seu entendimento, pelas vidas bem sucedidas ou pelo ao menos pareciam estar.

 

- Eu não quero desgraça nenhuma... Não preciso da porra de ninguém. Vão se f...

 

- É isso mesmo, fico revoltado porque não tenho a mesma sorte. Da raiva...

 

Entre tantos outros monstros de nossa natureza, todos brandindo suas bandeiras tentando aprisionar a alma daqueles fracos de sabedoria e fé.

 

Tudo naquele momento estava um caos, pois, precisou apenas um ser e as portas que trancavam esses monstros se abrissem, o percursor desta infinita guerra se esgueirava pelo meios dos demais plantando a semente de tantas discórdias um a um se valendo do vil projétil, abatendo cada sentimento puro naquele lugar.

 

Mais havia um outro ser, vivido, arquétipo de longas batalhas contra as mazelas da ignorância e a cegueira.

 

Observava atentamente o movimento deste ser infernal, em meio a tantas tempestades e tantas destruição, resolveu junto a vida, lutar... Começou a batalha pela vivência.

 

Erguendo o braço em vida, saiu deflagrando suas experiências e exemplos conquistados ao longo de tempo.

 

Assim, foi consumindo cada monstro em seu caminho:

 

A inveja, com altruísmo.

 

A depressão, com entusiasmo.

 

A tristeza, com a alegria.

 

A revolta, com serenidade

 

O ódio, com a empatia.

 

Foi então, secando e abafando cada monstro manifestado pela natureza humana.

 

O ser... O mesmo que amava a vida, abraçado a ela regozijava sua vitória junto a vila, vendo os seres sairem de seus esconderijos para conhecer a vida e todas as fontes que brotava nela.

 

A vida por sua vez companheira deste ser jovem, sorria de forma gentil para todo ser que se curvava a seu propósito:

O de amar sua existência sem impregnar na matéria forças tão pequenas.

 

- Essa história nos faz pensar.

- Acho que sim.

- Quem era o ser? E a vida!

- Bem... A vida, é toda beleza que nos rodeia, das plantas até a minúsculas das células. Quanto ao ser... É o mesmo que vos fala...

 

- Ahhhj! Eu não acredito...

- Não! Cuidado criança, tudo começou com um não.

Foi negando a existência e a beleza de ser, que as portas destes sentimentos monstruosos se abriram.

 

Texto: O Ser e a Vida (Conto)

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 24/11/2021

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 24/11/2021
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