Descobrindo a Realidade
Um passo a frente. Mais um. E mais outro. Muitos passos em alguma direção. Em direção a algo que não sei o que é.
Estou perdido no meio do nada. Ouço passos que não sei de onde vêm. Parecem muitos, sempre a me seguir. Mas quando me volto em direção a eles, cessam por completo e recomeçam, alguns instantes mais tarde, vindos de outra direção.
Minha visão parece cada vez mais turva. Enxergo tudo um tanto fosco, um tanto disforme, um tanto sem brilho. Parece que estou a perder a visão, gradativamente, como se quem me a retira, quisesse que eu não percebesse sua perda até que fosse tarde demais. Eu percebo, mas ainda assim, nada posso fazer para evitar.
Continuo em meu rumo, ou um rumo qualquer. Tateando o chão, buscando compensar a, cada vez mais, deficiente visão.
O que estará havendo? Onde estarei? O que estou fazendo aqui? Como é que vim parar nesse lugar?
Um estrondo chama a minha atenção. Mas sequer sei se foi à minha esquerda ou à minha direita. Paro e aguardo por novos ruídos, por novos estrondos, por novos passos, por algo que me aponte uma direção qualquer onde procurar por algo. Quero procurar por qualquer coisa, mesmo que seja algo que me leve à ruína ou à morte. Mas preciso de algo.
Uma imagem surge à minha frente. Não consigo identificá-la muito bem, preciso chegar mais perto. Mas parece ser algo não real, algo que repete cada um de meus movimentos e que parece aproximar-se ao mesmo tempo em que eu me aproximo. O que será?
Me aproximo mais e mais, até poder tocar a imagem à minha frente. Espera, parece que é feito de uma espécie de vidro. Pare ser um espelho. Mas então, esse ali seria eu? E isso tudo a minha volta é a realidade que me cerca? Mas eu não me lembro de tantos detalhes, nem de uma imagem assim tão clara da realidade.
Ah, meu Deus! Por que me fizeste ver tudo assim tão claro? Que realidade horrível a desse mundo que me cerca! Me dê novamente o dom da cegueira, por favor!