Saudades

Hoje, acordei com ressaca de nós dois... O cheiro do pão na chapa, a essência do café ao ar, à brisa do amanhecerem, as folhas do ipê amarelo caindo ao chão, o Cantarola da cantiga dos passarinhos... Da janela, podia vê você, limpando o jardim, adorava observar sua camiseta molhada de suor colada em seu peitoral sarado! O som da foice a cortar o mato, o cheiro molhado do capim, a água escorrendo em seu corpo controlando o calor intenso. Nossa! era gostoso ser atacada por você em meio as árvore, a chapeuzinho vermelho e o lobo mal (risos), e todos os dias á tarde era assim, o sol se pondo, o forte vento frio dos arbustos, avisado que era a hora de nos recolhermos... Sua voz roca ao pé do ouvido, entre mordidas e amasso querendo saber se estava eu, feliz ali... O vazio existente em mim vê de você. Porque, acostumou-me mal, fez de mim refém dos seus desejos. Não entendo o porquê do silêncio?! Embora assim O respeite. Sei que não tivera escolher, a culpa não foi sua. Mas nos dávamos tão bem... Nossos corpos falavam entre si, bastava um olhar, eram adultos insanos, eu sei! Viver todos os dias ao seu lado, fazia de mim alguém melhor e feliz, sonhava em acordar em seus braços, isso aconteceu apenas uma vez, lembra? Se soubessem a loucura daquela dia/noite (risos), mas acordar ao seu lado foi estranho, constrangedor, servindo para descobrirmos que acordar penteada e sem bafo, só os casais da novela das oito... Hoje, sinto falta de suas mãos tocando-me lentamente, cada parte corpo era especial, como se tocasse uma arpa, dedilhando as cordas... Tua boca carnuda /quente beijando meu ser viril... Embriago-me das lembranças do cheiro que exalava de sua pele. Sinto falta de nós .

Ana Cunha
Enviado por Ana Cunha em 13/08/2021
Código do texto: T7320322
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