Um conto mágico
A tristeza presa no peito da criança, doia em desatino. E a menina
no início de sua vida de apenas seis anos, já amargava dias de incompreensão e solidão.
Sua dor aumentava sempre que não lhe davam ouvido: Afinal criança não pensa, não chora, não sente, nem é gente?
Quando isto acontecia, abria a janela de noite e olhava as estrelas. E
sempre, não só nesse dia. A maior de todas piscava-lhe intensamente.
E a menina via quando um pozinho cintiliante desprendia-se daquele astro percorrendo bilhões de léguas até a sua janela.
E seus pequeninos olhos então sorriam, porque estava sendo ouvida, talvez por sua própria mãe. Agora bela a altiva estrela que lhe dizia não estar sozinha na sua fria solidão.
Aí, então, seu coração encontrava paz e a razão de tudo perdia-se meio à fofura de sua cama.
E a menina logo dormia, deixando nos seus lábios um sorriso de inocência mais belo, misturado a um gesto de GRATIDÃO.