O Gênesis da Comunicação.
No início não se ouvia nada além do barulho do mar ou do vento.
Deus criou o mundo, os animais, o primeiro homem, mas precisava criar um meio de se expressar e fazer contato com Adão.
Deus pensava, pensava e não sabia o que fazer para manter contato e se fazer entender ao Homem até que um dia Adão pisou num espinho e soltou um enorme:
– AAAAi!
E assim Deus teve a grande ideia.
– Que se faça o Som!
E o som foi feito, com ele veio a fonética e Deus viu que isso era bom e saiu a experimentar o que havia criado.
– Ai, Ui, Oi, Haha!!!
Esse foi o 1º dia.
Na manhã seguinte, Deus percebeu que só com o som não conseguia se entender com o Homem.
Pensou, pensou e criou uma maneira de representar os sons de uma forma que o Homem pudesse ver um sinal que fizesse a ponte com cada som e assim Deus disse:
– Faça-se o Alfabeto!
Foi incrível, o alfabeto foi feito e deu origem as letras cada uma com sua beleza e Deus viu que isso era bom. Foi o 2º dia.
Com o Som e o Alfabeto criados, era hora de Deus ensinar ao homem como usá-los. Dividiu o Alfabeto em vogais e consoantes, somou a consoante com a vogal e deu sílaba, então Deus disse:
– Que surjam as Palavras!
Adão ficou maravilhado com as Palavras e começou logo a usá-las, dando nome aos animais e tudo que Deus havia criado no jardim. Quando acabou de dar nome às coisas Adão conheceu a palavra Solidão.
Foi então que Deus o presenteou com a mulher. Eis o 3º dia.
Veio a manhã seguinte e o homem tratou logo de ensinar a mulher, mas não sabia o suficiente. Deus vendo a confusão de Adão para ensinar Eva resolveu criar regras e disse:
– Que seja normatizada a Gramática!
Sujeito, verbo, predicado, adjetivos, advérbios, tempos verbais e uma infinidade de classes de palavras cada qual com sua instrução. Foi o 4º dia.
Tudo estava perfeito, criado ao gosto de Deus. Porém coisa que o Homem põe a mão dá jamelão, Adão e Eva comem o fruto proibido depois de um bate-papo com o “encardido” e são expulsos do Paraíso.
No mundo caótico fora do jardim tudo era difícil, surgiu assim o trabalho, formaram família, que virou tribo, que se tornou cidade, estado, virou nação e Deus que ainda amava o Homem continuou a criação e disse:
– Faça-se a Língua!
E assim foi feita a Língua, para cada nação um idioma, uma identidade exclusiva de cada povo, seus costumes e cultura. Foi o 5º dia.
Deus sabia que um povo iria avançar sobre outro, tentar dominar uns aos outros, que a maldade e violência em breve reinaria entre os humanos e decidiu dar mais um presente aos mortais, disse:
– Que haja Comunicação!
A Comunicação traria o diálogo e o consenso, a paz e a harmonia para a Terra. Esse foi o 6º dia, então Deus espreguiçou-se em seu trono celestial e resmungou consigo:
– Sextou, amanhã é só relaxar curtindo uma live do Coral dos
Querubins!
Só que não, o Homem continuou usando a criação de modo errado, espalhando mentiras e enganação, semeando a cultura do ódio e a desunião. Deus até mandou seu Filho para arrumar a situação, mas o povo não lhe ouviu e o mataram perto da Páscoa por crucificação.
Deus cansado, mas ainda com muito amor pelo Homem decidiu resolver a questão. Pegou pó de giz, misturou com tinta guache e salpicou com senso de transformação e disse:
– Crio agora o Professor para aperfeiçoar toda a minha Criação!
Esse foi o 7º dia e só então Deus descansou, pois sabe que na alma justa está gravada a virtude do Bom Professor, que tem o dom para com a educação e a salvação de todas as outras almas.