Nudez
pétalas desnudas,
palidez da tez…
há um sol rubro que nos incendeia
uma lua cálida que nos alumia
uma água corrente que não pára
e há a nudez feia do masculino…
uma parede sem prumo
uma rocha gasta pelas marés
um falo hirto…
os seios eram redondos
e a pele macia, uma tez morena
os lábios rubros,
Eva, chamavam-lhe…
porque o homem a conheceu mulher…
e a cobiçou para si…
depois, depois veio a nudez
e o natural
tornou-se excepcional
e o homem quis, e imaginou sozinho
acabrunhado no seu canto
a nudez virou pecado
e o pecado se fez prazer
ali diante dele próprio
consigo mesmo…
Alberto Cuddel
20/03/2020
03:41
In: Nova poesia de um poeta velho