Uma lágrima de alegria

Hoje irei contar uma pequena história para vocês, sobre uma menina meiga, bonita e que esteve passando por um momento ruim, mas que irá vivenciar algo único e incrível em sua vida.

Lembro-me quando a vi pela primeira vez, as lagrimas não se continham, e ali sentada ao lado de sua linda roseira, ela desabafava com o único ser que não a julgava por nada, ela acariciava um botão de rosa deveras escuro, e pelo seu olhar, dava para sentir o quanto ela desejava e esperava pelo desabrochar da mesma.

O tempo passou, e a garota se sentiu melhor, entrou e começou a se dedicar a seus afazeres casuais, mas em nenhum minuto deixava de olhar pela janela a linda roseira e aquele único botão escuro.

Após um dia conturbado, ela foi visitar sua amiga roseira, lhe contou tudo que havia acontecido, derramou lagrimas novamente e se recolheu em sua cama, esperando ter uma boa noite de sono, para que no outro dia sua esperança fosse renovada, mas o que ela não esperava é que aquela noite mudaria sua perspectiva de realidade, que um forte vento mudaria o rumo de tudo.

Repentinamente uma forte chuva começou, ela mal sentiu ou escutou o mudar do tempo, já estava em sono profundo, mas sua roseira sim, essa sentiu tudo, enfrentou fortes ventos, e não fraquejou perante a chuva, mas algo de ruim haverá de acontecer, ou será que não...

Os pássaros começaram a cantar, as ruas já estavam movimentadas, sua família já estava de pé e começando a se agitar, e então ela acordou, se sentindo melhor, o que já era uma vitória enorme para ela, após seu dia passado ter sido tão conturbado e entristecedor; Ela se levantou, correu para o banheiro, escovou seus dentes, lavou seu rosto e sorriu se olhando no espelho, estava se sentindo bonita, como de fato é, seu espelho deveria agradecer por ter aquela visão todos os dias.

Correu para cozinha, preparou um belo café da manhã, pegou as frutas mais bonitas da mesa e as que mais lhe interessava e comeu, se sentiu melhor ainda ao adoçar a sua manhã, e ai saiu, para ver sua roseira, como de costume, mas as noticias não eram boas, ao olhar em volta percebeu que tudo estava fora do lugar, bagunçado e remexido, e lá de dentro escutou de sua mãe

- Ontem enquanto dormia, ocorreu uma chuva extremamente forte, se puder limpar o quintal para mim, eu agradeço

- Claro mãe

Agora ela entendeu tudo, correu até sua roseira e procurou pelo botão, e não o achou, naquele momento a tristeza foi tomando conta, sentindo-se traída pelo tempo, que havia tirado a única amiga daquele momento difícil.

Ao olhar para baixo, ela viu o frágil e escuro botão, jogado ao nada, misturado com folhas que voaram com o vento, ela o pegou, colocou no meu de suas mãos e se colocou a pensar, procurando uma solução que pudesse manter aquele botão vivo, mas como de costume, a realidade bateu mais forte, e ela percebeu que não tinha mais jeito, foi quando as lagrimas caíram sem nenhum pudor, se derramaram por cima do botão, e algo estranho aconteceu, o botão começou a se contorcer e no susto Mariana o arremessou no chão, pensando ter algum inseto em seu interior, mas por algum motivo, talvez por um amor intenso e verdadeiro e por um toque divino, não querendo deixar mais triste ainda aquela linda menina, o botão começou a desabrochar, lentamente, mas não estava se transformando numa flor por completo, era uma mistura de rosa com bracinhos e perninhas finas, misturados com folhas, pequenos espinhos e uma cor extremamente linda que pairava do vermelho ofuscante, vinho calmo e terminava com as bordas negras como o céu da meia noite

Após ver algo que não imaginaria acontecer, Mariana caiu sentada para trás, e aquela coisinha deu um salto em sua direção, se colocou em cima de seu joelho esquerdo e se apresentou, ela disse se chamar Nina, uma pequena rosa que ganhou vida por causa do amor incondicional de Mariana, e ela disse que todas as conversas ela escutou, ela sentiu, ela chorou junto, e que gostaria de agora em diante, a acompanhar para sempre, já que uma lagrima de amor a despertou, ela decidiu ser a guardiã de Mariana e nunca mais deixar que ela chore novamente, a não ser que seja um choro de felicidade, que de fato é plausível e sempre bem vindo

Hoje eu olho daqui, de cima desse muro, disfarçado de gato, já que minha existência é forte demais para a consciência dos humanos, e vejo uma felicidade imensa, a garota sorri o tempo todo, brinca com sua nova amiga e guardiã, mas não contem a ninguém que eu dei uma mãozinha para que esse encontro acontecesse, é que eu cansei de ver pessoas incríveis chorando por coisas que não valem apena, e agora, vou me embora, preciso caminhar em direção ao futuro, e tomar conta dessas pequenas almas que se entristecem, até logo, e quem sabe a gente não se vê em outra pequena e linda história, até.