ENTRE MÍSTICAS CIVILIZAÇÕES
ENTRE MÍSTICAS CIVILIZAÇÕES
É muito difícil descrever toda a beleza, tantas características diversas e tantos fatos de um lugar tão especial, ao qual se foi apenas uma vez, o encantamento e as surpresas que dominaram todo o "tour" repleto de beleza e singularidades.
Não importa tanto como eu fui, mas eu estava lá e feliz.
Não saberia definir bem todo a complexidade daquele lugar, que me pareceu, inicialmente, uma Cidade Imperial com muitos detalhes arquitetônicos em suas construções.
Era dia e o colorido tão diverso de tudo que eu via chamava a atenção.
À minha frente estava uma construção alta com uma porta de entrada vermelha, na parte esquerda, e uma janela, também vermelha no alto, do lado direito; um acabamento (parecido com torre) em uma pequena curva subindo e nivelando, logo, com as linhas da construção. Afora a porta e a janela, o prédio tinha a cor natural do barro claro.
Olhei à minha volta e ali estava, brilhante, a parte mais baixa de uma grande e bonita cúpula dourada em formato de gomos. Não saberia definir a sua origem, se árabe ou romana. Só concluí que era lindíssima.
Logo havia a indicação de um espaço mais intimista e fui vê-lo. Era uma Capela com um diferencial: os bancos eram dispostos em duas laterais com uma passagem normal no centro; só que a construção era em degraus (como um cinema ou um teatro) e o altar, enfeitado com flores, ficava na parte mais baixa, térrea. Não desci. Algumas pessoas ensaiavam um cântico.
Continuei a caminhada e, surpreendentemente, havia, ao ar livre, algo como se fosse um Paço com jardim e, pasmem, duas moças bonitas, vestidas de roupas longas, cada uma carregava uma ânfora decorada no ombro. Parei em frente, muito surpresa, boquiaberta mesmo, quando uma delas (a da esquerda) derramou a água no mato verde e rasteiro do local. Virando-me, vejo que a moça da direita me pergunta: "Streams or Sea?" Um pouco assustada e desconfortável, afastei-me refletindo. Uma ânfora devia conter água do mar e a outra de "streams" (que só posteriormente vi que era água de córregos). Água doce ou salgada; ambas puras.
Minha aventura ainda iria me surpreender agradavelmente...
Entrei em um recinto muito amplo e coberto, no qual a luz natural entrava pelas largas entradas laterais.
A primeira surpresa: um senhor, de aproximadamente, cinquenta e cinco anos de idade, vestido com uma túnica amarela, cego, retirava com destreza um vaso comprido, de vidro, com água, de um espaço horizontal com encaixe e colocava em outro lateral. Voltava a fazer o movimento, como um ritual, com um ar de riso no rosto. Depois parou e com a mesma água começou a limpar as armações de metal ao seu lado.
Vi que, por onde eu passaria, descendo uns três degraus, estava uma senhora aguardando com um pequeno vaso de água nas mãos. Seria água abençoada para passar nas pessoas. Fiquei só a olhar... ela olhou para mim e, do nada, nada deu as costas e começou também a usar a água para lavar os metais fixados próximos a ela, como se o tempo tivesse terminado.
Desci e fui a andar para o lado esquerdo. Logo fiquei surpresa com o que vi. Estava junto às grades da frente de uma Universidade grande, bonita, com a cobertura da entrada em forma de ângulo e com o nome em relevo, feito em cimento: UNIVERSIDADE SANTO EXPEDITO.
Senti dificuldade para fotografar, pois o nome Universidade estava do lado sombreado do ângulo da fachada. Ficou bem visível na foto o nome Santo Expedito.
Este seria o último episódio desta inusitada viagem se ela não tivesse ocorrido em um dia 20 do mês de Abril. No retorno, descobri que no dia 19 do mesmo mês é comemorada a festividade de Santo Expedito que, entre história e lenda, sabe-se que nasceu na Armênia, que foi um soldado romano que se converteu à fé cristã. Dentre outros créditos de justo, defensor de causas impossíveis, como intercessor junto à Jesus, é considerado também Protetor dos Estudantes... Justificada, portanto, a UNIVERSIDADE SANTO EXPEDITO, que conheci nesta bela jornada de um mundo de sonho.
Dalva da Trindade S Oliveira
(Dalva Trindade)
21.04.2020